A corrida presidencial dos Estados Unidos em 2024 traz novamente à tona o embate entre duas figuras poderosas e opostas: Kamala Harris, atual vice-presidente, e Donald Trump, ex-presidente entre 2017 e 2021. Os dois candidatos se enfrentaram pela primeira vez em um debate transmitido ao vivo pela ABC News, oferecendo ao público um vislumbre das diferentes visões e propostas para o futuro do país. Com temas polêmicos como imigração, aborto e economia dominando a discussão, o debate foi marcado por acusações e defesas fervorosas.
O cenário é de alta expectativa tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos, com o mundo acompanhando de perto o desenrolar da eleição. Para muitos, a decisão sobre quem ocupará a Casa Branca não afeta apenas os americanos, mas reverbera em todo o globo, dada a posição central dos EUA na política internacional. Vamos explorar os principais pontos desse embate e as implicações de suas candidaturas.
O debate do dia 10 de setembro foi crucial para Kamala Harris, que teve a oportunidade de se apresentar aos eleitores de maneira mais abrangente. Mesmo sendo vice-presidente por quase quatro anos, surpreendentemente, uma pesquisa do New York Times revelou que 28% do eleitorado ainda não a conheciam suficientemente bem. Essa lacuna no conhecimento público sobre sua figura demonstrou que, embora esteja em uma posição de destaque, Harris ainda precisava consolidar sua presença no imaginário dos eleitores.
Ela se destacou ao abordar temas importantes como a política externa, revisitando questões como o conflito entre Israel e Palestina e a guerra entre Rússia e Ucrânia. Esses temas, que tradicionalmente não são o foco de debates presidenciais nos EUA, ganharam relevância internacional nos últimos anos e, ao abordá-los com propriedade, Harris buscou demonstrar sua capacidade de liderança em assuntos globais.
Para Harris, o debate foi uma oportunidade de moldar sua imagem como uma candidata forte e capaz de lidar com desafios internos e externos, reforçando seu papel no governo Biden e sua preparação para assumir o cargo mais alto da nação.
Enquanto Harris utilizou o debate como uma plataforma para se introduzir a eleitores que ainda não a conheciam, Donald Trump optou por reafirmar suas posições conhecidas, com foco em temas que mobilizaram sua base eleitoral nas eleições anteriores. No entanto, segundo especialistas, o ex-presidente fez poucos acenos ao eleitorado independente, considerado essencial para vencer a disputa em 2024.
Os eleitores independentes, que muitas vezes oscilam entre as propostas de ambos os partidos, serão decisivos no resultado das eleições. Durante o debate, Trump abordou temas como aborto e imigração, reafirmando sua postura conservadora, mas sua retórica mais agressiva não foi vista como uma tentativa significativa de atrair esses eleitores moderados. Sua abordagem foi considerada por alguns analistas como um reflexo de sua confiança em sua base, mas isso pode representar um desafio na conquista de novos apoiadores.
Trump também evitou entrar profundamente em questões raciais envolvendo Harris, o que poderia ter sido uma oportunidade para discutir temas de justiça racial, uma questão que cresceu em importância desde seu primeiro mandato. Essa omissão foi vista como um recuo estratégico, possivelmente para evitar confrontos diretos sobre um tema que polariza o eleitorado.
Imigração foi um dos temas centrais do debate e destacou as diferenças marcantes entre os dois candidatos. Trump, seguindo a linha de sua presidência anterior, manteve uma postura rígida em relação à imigração, defendendo políticas que visam restringir a entrada de imigrantes, especialmente os provenientes de países da América Latina. Para Trump, o controle rigoroso das fronteiras é uma questão de segurança nacional e proteção da economia americana.
Por outro lado, Kamala Harris apresentou uma visão mais humanitária e pragmática sobre o tema. Ela defendeu reformas que facilitem a imigração legal e a integração de imigrantes já presentes no país. Harris também falou sobre a necessidade de abordar as causas profundas da imigração, como a violência e a pobreza nos países de origem, uma abordagem mais global do que a proposta por Trump.
Essa diferença de visões reflete o que está em jogo para muitos eleitores. Para a base de Trump, a imigração é vista como uma ameaça econômica e de segurança, enquanto para os apoiadores de Harris, a questão envolve direitos humanos e uma economia mais inclusiva.
O aborto tem sido um dos temas mais polarizadores nos EUA, especialmente após a revogação do caso Roe v. Wade pela Suprema Corte em 2022. Durante o debate, as visões dos candidatos sobre o assunto foram claras. Trump manteve sua postura contra o direito ao aborto, apoiando estados que impuseram restrições severas ao procedimento. Ele afirmou que a proteção da vida deve ser uma prioridade e se comprometeu a continuar apoiando políticas que restrinjam o aborto ao nível federal e estadual.
Kamala Harris, por outro lado, defendeu os direitos das mulheres e reafirmou seu compromisso em restaurar as proteções ao aborto. Para Harris, o direito ao aborto é uma questão de saúde pública e de liberdade individual, e ela destacou que seu governo trabalharia para garantir que as mulheres em todo o país tenha acesso a esse direito, independentemente do estado em que vivem.
A discussão sobre o aborto no debate ilustra as profundas divisões culturais e políticas nos Estados Unidos. Enquanto Trump procura galvanizar sua base conservadora, Harris está buscando uma coalizão mais ampla, que inclui progressistas, feministas e defensores dos direitos civis.
Na economia, as visões de Trump e Harris também divergem significativamente. Trump focou sua retórica em suas políticas de corte de impostos e desregulamentação durante seu mandato, afirmando que elas foram responsáveis pelo crescimento econômico até a pandemia de COVID-19. Ele acusou o governo Biden de reverter essas políticas, resultando em uma economia enfraquecida, inflação crescente e desemprego.
Kamala Harris, no entanto, argumentou que as políticas de Trump favoreciam apenas os ricos e as grandes corporações, enquanto milhões de americanos comuns continuaram a enfrentar dificuldades financeiras. Ela defendeu as iniciativas da administração Biden, como pacotes de estímulo e investimento em infraestrutura, que, segundo ela, ajudaram a impulsionar a recuperação econômica pós-pandemia.
Essa disputa sobre a economia reflete as diferenças ideológicas mais amplas entre os candidatos: Trump defende uma economia mais livre de regulamentações e impostos baixos, enquanto Harris promove uma visão de crescimento econômico que busca reduzir as desigualdades sociais e garantir mais oportunidades para a classe trabalhadora.
Embora o foco do debate estivesse em grande parte em questões domésticas, a política externa também desempenhou um papel importante. Kamala Harris, que até então não era amplamente conhecida por suas posições sobre questões internacionais, utilizou o debate para demonstrar sua compreensão dos desafios globais. Ela abordou de forma assertiva o conflito entre Rússia e Ucrânia, reiterando o apoio dos EUA à Ucrânia e defendendo uma postura firme contra a agressão russa.
Harris também destacou a importância das alianças internacionais, especialmente no contexto da relação dos EUA com Israel e o Oriente Médio. Ela argumentou que os EUA devem continuar desempenhando um papel de liderança global, mantendo suas alianças e promovendo a paz e a estabilidade em regiões conflituosas.
Trump, por outro lado, voltou a defender uma política externa mais isolacionista, criticando o envolvimento prolongado dos EUA em conflitos no exterior. Ele ressaltou sua política de “America First” (América em Primeiro Lugar), afirmando que os interesses dos americanos devem ser priorizados antes de qualquer envolvimento internacional.
A eleição de 2024 não é apenas uma questão interna para os Estados Unidos. O mundo inteiro está observando de perto o desenrolar dessa corrida, pois o resultado pode moldar o futuro da ordem global. O papel dos EUA como potência mundial está em jogo, e os diferentes enfoques de Trump e Harris sobre política externa têm implicações diretas para as relações internacionais.
Os aliados tradicionais dos EUA, especialmente na Europa e na Ásia, veem em Harris uma continuidade da política de alianças e cooperação global, enquanto Trump representa uma visão mais nacionalista e, em muitos casos, desconectada das instituições multilaterais. Para muitos países, a eleição de Trump pode significar um retorno a um cenário de incerteza nas relações diplomáticas e comerciais, enquanto Harris oferece a promessa de maior previsibilidade e diálogo.
O que está em jogo, portanto, não é apenas o futuro dos Estados Unidos, mas o equilíbrio global de poder e influência.
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
A história de Barrerito é um capítulo à parte na música sertaneja brasileira. Nascido Élcio…
Com a chegada do mês de dezembro, o planejamento para a ceia de Natal torna-se…
O encerramento de mais um ano traz consigo um misto de emoções. Para muitos, dezembro…
A história de Asa Akira transcende o universo do cinema adulto, tornando-se um reflexo de…
A depressão é um tema que transcende a experiência individual, afetando profundamente a sociedade em…
A constante transformação dos nossos hábitos, costumes, gostos e formas de viver está completamente ligada…