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Kamino abre caminho com menos burocracia

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A Kamino está ajudando startups da América Latina a administrar seu dinheiro e investimentos, contando com um aporte de US$ 6,1 milhões. A companhia se define como um hub financeiro, além de serviço de banking ou Saas (Software as a Service), que reúne em um só lugar as soluções para as principais necessidades bancárias e financeiras de founders e CFOs de startups. Flaubi Farias, Head de Marketing da Kamino, afirma que a empresa está investindo cada vez mais na experiência do cliente, para curar as dores dos empreendedores de startups. De acordo com Farias, o relacionamento com os clientes é “muito próximo” e independe do horário. Na Kamino, que tem o mesmo nome do planeta em Star Wars em que os clones dos StormTroopers foram criados, lançou um cartão corporativo recentemente para atender as startups, em que o limite é o próprio saldo disponível em caixa. Gonzalo Parejo, CEO da Kamino, iniciou sua carreira na Espanha. Nascido e crescido em Madrid, ele trabalhou na área de serviços financeiros. O executivo se apaixonou pela cultura no Brasil e conheceu os outros cofundadores, Guto Frangoso e Benjamin Gleason, ampliando sua rede de networking. “A Kamino ajuda os empreendedores e os diretores financeiros em diferentes momentos e estágios da jornada da startup. No early stage, que são as startups em fase inicial de desenvolvimento do produto, normalmente até uma fase de seed, quem cuida das contas ainda são os founders”, diz.

Gonzalo, a gestão financeira é o grande ‘calcanhar de Aquiles’ das startups?

Eu diria que descuidar da área financeira é um “calcanhar de Aquiles” não só das startups, mas de qualquer empresa com um tamanho mínimo e faturamento. Isso vale para sempre, mas ainda mais no contexto atual de mercado onde o caixa é o rei (cash is king). As startups e qualquer outra empresa devem gerir bem seu caixa, mantendo um controle do cash-in e cash-out. Aquelas startups que não fazem uma gestão proativa da situação do caixa têm menores chances de serem bem-sucedidas. E o contrário é verdadeiro, uma startup que faz uma boa gestão consegue transformar esse calcanhar de Aquiles em uma fortaleza, principalmente em cenários onde há menos investimentos acontecendo e que há a necessidade de preservação de caixa e geração de receita, como é hoje.

Por que você acredita que isso ocorre?

As dificuldades são diferentes de acordo com a jornada. As startups em fase de escala do negócio (conhecidas como scale ups) perdem o controle e capacidade para atuar de forma mais assertiva e estratégica como consequência da (1) descentralização da gestão das despesas; (2) fragmentação da informação financeira, que é espalhada por múltiplos bancos e gerenciada em planilhas utilizadas para suprirem a ausência de ferramentas adequadas de gestão financeira; e (3) alocação do time financeiro para a execução de tarefas de pouco valor agregado (ex: gestão e execução das rotinas mensais de pagamentos).

Se o gestor financeiro não sabe para onde o dinheiro está indo, existe um grande problema para resolver. Há poucas ferramentas hoje que ajudam a dar clareza e sejam intuitivas, fáceis e que gerem insights financeiros para uma startup.

O que você diria da ausência de ferramentas de gestão financeira adequadas?

Sobre a ausência de ferramentas de gestão financeira adequadas, além de gerar trabalho de pouco valor agregado, também gera desconfiança na qualidade das métricas usadas para cobrar as responsabilidades dentro da própria empresa, assim como nos relatórios entregues aos investidores. Esses são os principais problemas que enfrentam e que impedem ou dificultam que o Diretor Financeiro, ou CFO, consiga ter um papel mais estratégico na gestão da empresa.

Fale mais sobre isso.

Agora para uma early stage as dificuldades são outras. Este não é o foco principal dos fundadores, que querem resolver o principal problema do negócio e atingir product market fit. Como consequência, descuidam a área financeira, pois, em termos práticos, a operação não é tão complexa. Mas ainda assim, existem questões financeiras (folha de pagamento, fornecedores, equipamentos, ferramentas SaaS, campanhas de marketing, etc) que precisam ser atendidas e os fundadores precisam ter visão da situação desse caixa e da previsibilidade. Uma dor muito comum das startups Early Stage é em relação aos pagamentos. Não é fácil conseguir um cartão corporativo com crédito coerente e que consiga atender, sem surpresas, os pagamentos recorrentes de ferramentas de software, tanto em moeda local ou estrangeira. Como essa startup não tem histórico, o banco muitas vezes não vai liberar o limite que ela precisa. Aconteceu com a gente, levantamos 6,1 milhões de dólares em uma rodada de pré-seed e o banco nos deu um limite extremamente baixo, mesmo tendo dinheiro em caixa. A consequência? Nós founders tivemos que usar cartões pessoais para fazer os pagamentos da startup, isso dificulta a gestão, a contabilidade, tudo.

Startups que levantam milhões também podem ter problemas de caixa recorrentes?

Em qualquer cenário isso é possível. Este é um problema para as startups do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Mas também é das empresas que não estão financiadas por fundos de capital risco. Qualquer empresa está sujeita a problemas de caixa se não implementar ferramentas, processos e estruturar times desenhados para aplicar uma política ativa de gestão financeira.

Como a Kamino soluciona essa dor?

A Kamino ajuda os empreendedores e os diretores financeiros em diferentes momentos e estágios da jornada da startup. No early stage, que são as startups em fase inicial de desenvolvimento do produto, normalmente até uma fase de seed, quem cuida das contas ainda são os founders. Já para as scale ups, que estão crescendo rapidamente e já levantaram uma série A, normalmente já há um time financeiro para operar, há maior número de despesas e as dores são mais complexas. Por meio do Kamino Banking, as startups possuem uma conta bancária gratuita e com rendimento automático e diário a 100% do CDI e também conta com um cartão corporativo que oferece funcionalidades como múltiplos acessos, para descentralizar as compras, e múltiplos cartões virtuais, para que cada compra, ferramenta ou campanha tenha seu próprio cartão com um limite pré-definido, o que evita gastos desnecessários e “automáticos”.

O que norteia o hub financeiro para a resolução desse problema?

Um dos grandes problemas que as startups enfrentam hoje é a falta de uma estrutura centralizada que ofereça produtos financeiros, gestão do cash-in e cash-out e planejamento financeiro para a melhor tomada de decisões sobre o caixa. Normalmente, os empreendedores e diretores financeiros possuem muitos pontos de contato.

Isso traz muitas possibilidades?

Um hub financeiro como o que temos criado permite que as startups façam boa parte da operação em um único lugar. Imagina a possibilidade de você trazer o dinheiro recebido pelos fundos para o Brasil gastar esse dinheiro com pouca ou nenhuma fricção e com condições financeiras super competitivas, e um atendimento qualificado e diferenciado. Imagina também poder fazer a gestão e monitoramento do caixa através da mesma plataforma. Tudo em um só lugar, toda a informação concentrada numa ferramenta com um único ponto focal. Acessar, transferir, pagar e gerir. É assim que um hub financeiro pode ajudar as startups, gerando também mais eficiência, eficácia e inteligência ao ter tudo conectado.

Em quais países a Kamino atua no momento?

Atuamos no Brasil e devemos seguir assim durante o ano. Porém, vários de nossos clientes possuem atuação global.

O que a Kamino vislumbra para o seu negócio em 2023?

Vamos ter novidades para anunciar em breve, mas o que podemos antecipar é que nossa missão neste ano vai ser ajudar as startups a terem uma melhor gestão financeira para navegarem com mais segurança e tranquilidade durante este cenário de incerteza e dificuldades no mundo de venture capital. Queremos ajudar as startups a terem mais responsabilidade financeira e, como consequência, mais sucesso.


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