Kevin Federline, Rádio de Varsóvia, Gaza…
Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.
Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.
Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.
Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.
Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.
Donald Trump, o Evangelista do Apocalipse e o Arremedo de César que só quer destruir o que sobrou da globalização e vender souvenir do império em liquidação
Make America Great Again, dizia o bordão, mas o que se viu foi Make America Grim and Absurd. A eleição de Trump — como aquele filme ruim que ninguém entende por que teve continuação — só confirmou que o império americano virou uma ruína estilizada. O MAGA é o equivalente político do Botox: tenta esconder o colapso moral e econômico de um país que lidera o mundo… para o buraco. A demolição das instituições globais virou sua cruzada particular. Multilateralismo? Só se for na versão “Real Housewives of the UN”, com muito barraco e pouca eficácia. O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, segue firme como vitrine de impotência, assistindo guerras como se fossem realities. Enquanto isso, o planeta ultrapassa 1,5°C no termômetro climático e ninguém liga, porque o importante mesmo é impedir que o Brasil nacionalize nióbio. Por aqui, ao menos, uma boa nova: um nacionalismo salta das catacumbas e surpreende até os bolsonaristas ressabiados. “A Embraer é nossa!”, gritam agora até petistas envergonhados. Lula faz juras de amor ao solo pátrio, mas a Fazenda já botou o terreno no OLX. Afinal, até o patriotismo virou commodity.
Bolsonaro e o fantasma que mora em Washington e governa o Brasil por Wi-Fi com senha da CIA: “Novo golpe” ou só velha piada mal contada?
Lula, entre um devaneio nostálgico sobre Getúlio e um desalento ainda causado pelo Campos Neto, anda se queixando do que chama de “golpe wireless”. Segundo ele, a oposição bolsonarista agora tenta governar o Brasil diretamente da capital americana, onde o patriotismo se comunica por satélite e o nacionalismo vem com legenda em inglês. “Perderam em 2022 e agora querem mandar no Brasil via Washington”, desabafou o presidente, visivelmente mais irritado que o usual. Com um tom mais dramático do que um capítulo de novela mexicana, Lula denunciou a existência de um “novo golpe”. Resta saber se é golpe ou só mais um surto paranoide com sotaque internacional. A oposição, claro, nega, mas adora posar em foto com bandeira dos EUA como se fosse parente da Estátua da Liberdade. O fato é: se a extrema direita brasileira conseguir governar o país pelo controle remoto da Virgínia, será o maior feito tecnológico desde a impressora sem fio que funciona.
Kevin Federline escreve livro de memórias e tenta provar que é mais do que o cara que dançou ao lado de Britney e depois virou ex-marido com pensão
Prepare-se para a biografia mais aguardada por absolutamente ninguém fora de fóruns nostálgicos dos anos 2000: Kevin Federline está lançando seu livro “You Thought You Knew” — tradução livre: “Você Achava que Sabia (mas nem começou a se importar)”. O dançarino-profissional-ex-marido-de-Britney e pai dos filhos que o TMZ não consegue esquecer promete revelar uma saga íntima, profunda e — suspeita-se — dolorosamente desinteressante. Ele garante que enfrentou o ridículo com coragem, o que é verdade: basta lembrar dos videoclipes. Entre histórias de bastidores com Destiny’s Child e choros nos bastidores do divórcio, Federline tenta convencer o mundo de que sua vida foi mais do que manchete de tablóide. O livro será lançado em áudio, digital e impresso, só não está claro quem pediu tudo isso. Talvez o maior feito da obra seja provar que o oportunismo sobrevive ao tempo — e que, em Hollywood, todo mundo tem uma história para vender. Mesmo que ninguém queira comprar.

Torre de Rádio de Varsóvia: o Titanic da engenharia soviética que caiu em 1991, provando que nem tudo que é grande é eterno (ou estável)
Em 08 de agosto de 1991, a Torre de Rádio de Varsóvia — um arranha-céu esticado com arame farpado — desabou, deixando a engenharia soviética em maus lençóis e confirmando que a única coisa mais instável que o Pacto de Varsóvia era sua infraestrutura. Com 646 metros de altura, era a maior estrutura já construída pelo homem, um símbolo fálico de uma era onde o tamanho era tudo e a manutenção, nada. O colapso foi tão espetacular quanto simbólico: caiu uma torre, caiu uma ideologia, caiu o orgulho de um regime que já estava se esfarelando como reboco velho. A torre foi erguida para transmitir propaganda, mas acabou virando metáfora para a queda de sistemas que se sustentavam apenas na pose e na paranoia. Hoje, seu legado é um aviso: quando tudo depende de cabos e promessas, o desabamento é só questão de tempo.

Imposto de Renda para quem ganha até R$3 mil finalmente some, mas só porque Bolsonaro foi preso e a oposição surtou no plenário
A oposição fez um escândalo nos plenários da Câmara e do Senado por dois dias seguidos, não por causa da fome, da desigualdade ou do preço do aluguel, mas porque Jair Bolsonaro foi condenado à prisão domiciliar e ficou sem tornozeleira Bluetooth. Mesmo assim, o Senado aprovou o projeto que isenta do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até dois salários mínimos. Em meio a discursos que iam de dramáticos a risíveis, a proposta passou sem resistência — porque fazer oposição de verdade dá trabalho, e ninguém quer ficar mal na fita com quem ganha pouco. A medida deve entrar em vigor em maio de 2026, mas ainda há quem ache que é pouco. O Governo, claro, diz que vai lutar para ampliar a isenção até R$ 5 mil. A oposição promete barrar tudo, porque, afinal, o importante é ferrar o Governo, nem que para isso tenham que tributar o salário mínimo. Em resumo: é a velha política brasileira, onde a briga nunca é pelo povo — é sempre por quem vai faturar o crédito na faixa do Jornal Nacional.
Netanyahu quer Gaza sem Gaza, sem guerra, sem governo, mas sob controle total: é o novo colonialismo com verniz de “perímetro de segurança”
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel e, segundo dizem, também seu próprio ministro da imaginação, anunciou que pretende ocupar toda a Faixa de Gaza. Mas calma: ele jura que não quer anexar nada. A ideia, aparentemente, é controlar sem possuir, dominar sem governar, mandar sem assinar a carteira de opressor. O plano inclui criar um governo temporário que durará apenas até o juízo final ou até ele perder a próxima eleição, o que vier primeiro. Enquanto isso, o Hamas declarou que a fala destrói qualquer chance de cessar-fogo, como se houvesse alguma desde 2023. A guerra continua, os reféns seguem em risco, e Netanyahu insiste que tudo é por segurança. Claro, segurança para quem? Essa parte não ficou clara. No fundo, trata-se de uma velha história com novos nomes: ocupação, colonização e controle em embalagem diplomática. Só falta dizer que é tudo em nome da paz — uma paz cercada por tanques e cercas elétricas.
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Franco Atirador assina as seções Dezaforismos e Condensado do Panorama Mercantil. Com olhar agudo e frases cortantes, ele propõe reflexões breves, mas de longa reverberação. Seus escritos orbitam entre a ironia e a lucidez, sempre provocando o leitor a sair da zona de conforto. Em meio a um portal voltado à análise profunda e à informação de qualidade, seus aforismos e sarcasmos funcionam como tiros de precisão no ruído cotidiano.




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