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Lemon Energia investe na chamada energia limpa

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Lançada em 2019, a Lemon Energia atua no mercado de geração distribuída, disponibilizando uma nova forma de consumir energia limpa e mais barata, sem taxas, obras ou instalações. É uma climate tech que usa tecnologia e dados para conectar geradores de energia limpa a pequenos e médios empreendedores. A startup recebeu em 2022 uma rodada de investimento Series A de R$60 milhões, liderada pela Kaszek, principal fundo de venture capital da América Latina, e com participação do Lowercarbon, fundo dedicado a startups de impacto ambiental. Também são investidores da companhia os fundos Canary, Big Bets, Capitale e a Z-Tech, hub de inovação e tecnologia da Ambev. Atua em cinco estados (SP, RJ, MG, MS e DF) e possui mais de 4 mil clientes, que já economizaram em conjunto R$7,3 milhões e evitaram a emissão de 5,6 mil toneladas de CO2. “Criamos a Lemon com a ideia de democratizar o acesso às energias sustentáveis. É curioso lembrar que criamos a empresa em julho de 2019, pouco antes do início da pandemia de Covid-19. Tivemos que nos adaptar muito rápido para entender como colocar a nossa ideia de pé e conhecer melhor nossos clientes nesse ambiente novo. Hoje trabalhamos apenas com fontes de energia sustentáveis, ou seja, não danosas ao ecossistema socioambiental, como solar, biogás e até CGHs (pequenas hidrelétricas)”, afirma Rafael Vignoli, CEO da inovadora empresa que irá para o seu quarto ano de operação.

Como funciona o mercado de geração distribuída?

A geração distribuída de energia é uma geração descentralizada, focada em usinas de menor porte e perto do local de consumo. É um modelo que prioriza pequenas usinas solares ou de outras fontes sustentáveis em vez de hidrelétricas gigantes como Itaipu. A geração distribuída permite, por exemplo, que pessoas físicas e empresas instalem placas solares em seus telhados.

Além disso, a geração distribuída ainda tem uma outra possibilidade: é a geração remota compartilhada, onde atua a Lemon Energia. Nessa modalidade, pessoas físicas e empresas se unem em cooperativas ou consórcios e “alugam” uma usina de energia sustentável para gerar parte ou a totalidade da energia que consomem.

Essa energia é computada na conta de luz do cliente por meio de um sistema de compensação de créditos. O que fazemos na Lemon é viabilizar o acesso a essas usinas remotas, de maneira digital e descomplicada, a pequenos e médios negócios.

Com o impulso da lei 14.300, a geração distribuída respondeu por mais de 70% do aumento da potência instalada da energia solar em 2022. Com isso, a energia solar já é a segunda maior fonte em capacidade dentro da matriz energética do Brasil, ultrapassando a eólica e atrás apenas da hidrelétrica.

Quais as grandes particularidades desse mercado?

Costumo dizer que o futuro é muito menos sobre o que fizemos até hoje – queimar carvão e outros combustíveis fósseis – e mais sobre fontes limpas e descentralizadas de energia.

O crescimento da GD tira a necessidade não só de fazer leilões de usinas GC [geração centralizada], mas também da necessidade de o país ligar térmicas quando não chove. O resultado é mais economia ao consumidor e uma fonte mais limpa de energia.

Entre as particularidades desse mercado, estão as quatro modalidades de geração distribuída. Poderia falar um pouco mais sobre cada uma delas?

Geração compartilhada remota (onde a Lemon atua)

É o modelo em que duas ou mais pessoas físicas, ou jurídicas se unem para alugar uma parte ou uma usina inteira de energia sustentável. No caso da Lemon, trabalhamos apenas com pessoas jurídicas, que são pequenos e médios negócios que se juntam em consórcios. A vantagem é não precisar de um investimento para instalar uma placa solar ou montar uma usina próxima do local do consumo.

Pelas regras da Aneel, é preciso que o consumidor e a usina estejam na mesma área de concessão. Com essa modalidade, esses consumidores conseguem um desconto de 10% a 20% na conta de energia.

Geração de energia na própria unidade consumidora

É o modelo mais tradicional. O consumidor instala uma placa fotovoltaica no telhado de sua residência ou comércio. A energia gerada é abatida do consumo e reduz a conta de luz. Por isso, esses consumidores são chamados de prosumidores (produtores consumidores).

Esses créditos da energia produzida não podem ser transferidos para outra unidade consumidora.

Autoconsumo remoto

Nessa modalidade, o consumidor pode gerar energia em uma unidade e abater também da conta de luz de outro local, desde que essa unidade tenha a mesma titularidade e esteja na mesma área de concessão.

É o caso de uma empresa que gera a própria energia na matriz e também aproveita esses créditos para as filiais. Ou se uma pessoa física que possui placa solar em sua residência e também usa os créditos para a sua casa na praia, por exemplo.

Por fim, a geração distribuída também é possível para múltiplas unidades consumidoras, que são condomínios horizontais e verticais, de natureza residencial ou comercial. É possível instalar uma placa solar e compartilhar a energia gerada, tanto para o consumo individual como para as áreas comuns.

Quais as principais vantagens da geração distribuída?

Para as pequenas e médias empresas, uma das vantagens é a economia nos seus custos com energia elétrica. O desconto fica entre 10% e 20% e não é preciso fazer nenhuma obra nem alterar a instalação. Também não há cobrança pelo serviço nem nenhum tipo de taxa.

Para a usina, a vantagem de se associar à Lemon é conquistar mais clientes e aumentar seus retornos, além de contar com uma gestão profissional de seus processos de cobrança e gestão de créditos e portfólio.

Para aderir à Lemon, o cliente precisa estar em um dos cinco estados de cobertura (SP, RJ, MG, MS e DF) e gastar ao menos R$500 por mês na conta de luz.

Depois, é só fazer o cadastro em nosso site e esperar a aprovação. Se tudo estiver ok, o pequeno negócio entra para o marketplace e passa a receber, num prazo de até 60 dias, a energia mais limpa e barata de uma usina sustentável.

O cliente continua recebendo a conta da distribuidora, mas só com as taxas e encargos. E recebe uma conta da Lemon com a energia mais barata e sustentável.

Como a Lemon Energia vem se comportando nesse mercado?

Criamos a Lemon Energia em 2019. Somos uma climate tech que usa tecnologia e dados para conectar geradores de energia limpa a pequenos e médios empreendedores.

Recebemos uma rodada Series A de R$60 milhões no ano passado, liderada pela Kaszek e que contou com participação do Lowercarbon, fundo especializado em startups de impacto ambiental. Foi a primeira investida do Lowercarbon na América Latina e o primeiro investimento em energia da história da Kaszek. Também são investidores da companhia os fundos Canary, Big Bets, Capitale e a Ambev.

Em nossa trajetória mantivemos o propósito de dar poder às pessoas e acelerar a transição para a energia sustentável. Acreditamos que o futuro é feito de decisões que tomamos agora e decidimos transformar a experiência com energia no Brasil.

No ano passado, fortalecemos a parceria com a Ambev, que existe desde 2020. Temos uma meta com o apoio da empresa de levar energia sustentável para 250 mil pontos de venda da fabricante de bebidas (25% do total de pontos de vendas da Ambev) até 2025.

Uma grande parceria que fechamos em 2022 foi com a Tereos, empresa do ramo sucroenergético que passou a fornecer energia sustentável para clientes da Lemon na região atendida pela CPFL Paulista.

A energia é produzida a partir do biogás de vinhaça de cana pela unidade industrial de Cruz Alta, em Olímpia (SP). A planta produz o equivalente ao consumo de 85 pequenos comércios, com potencial de duplicar o volume no médio prazo. Toda a produção atual já está contratada com o intermédio da Lemon Energia. A startup vai cuidar da administração dos clientes, que são pequenos e médios comércios, fazendo a gestão dos créditos de energia que são gerados.

Além da parceria com a Tereos na região da CPFL Paulista, a Lemon já atua em geração distribuída no Rio de Janeiro (Light), Minas Gerais (Cemig), Distrito Federal (Neoenergia), Mato Grosso do Sul (Elektro) e São Paulo (além da CPFL Paulista, também Elektro).

O que molda a atuação da empresa?

Nosso principal objetivo é nos tornar um dos maiores marketplaces de energia sustentável do país. Trabalhamos apenas com fontes de energia sustentáveis, ou seja, não danosas ao ecossistema socioambiental, como solar, biogás e até CGHs (pequenas hidrelétricas). Por isso, em toda a nossa trajetória mantivemos o propósito de dar poder às pessoas e acelerar a transição para a energia sustentável. Acreditamos que o futuro é feito de decisões que tomamos agora e decidimos transformar a experiência com energia no Brasil.

Como se dá a operação que conecta geradores de energia limpa a pequenos e médios empreendedores?

Na prática, é como se cada estabelecimento estivesse alugando um pedaço de uma usina de energia. Como atuamos no mercado de geração distribuída (ou local), a usina e o pequeno comércio precisam estar na mesma região. Por estar fora do circuito de geração de energia tradicional, a energia limpa com geração local não sofre aumento por bandeiras tarifárias ou quando acontecem eventos climáticos como secas.

As usinas de geração renovável injetam energia sustentável no sistema de distribuição, gerando créditos que são abatidos das contas dos consumidores conectados à Lemon.

Depois de aderir ao serviço, cada cliente segue pagando a conta à distribuidora, mas apenas com as taxas e encargos. E passa a receber uma nova conta, da Lemon, com o desconto de energia.

Quais seriam as grandes carências desses pequenos e médios empreendedores quando se fala sobre esse ecossistema?

Observamos que uma das dores de pequenos e médios comércios de bebidas, por exemplo, é o custo de energia, já que precisam manter equipamentos de refrigeração ligados para conservar seus produtos.

Mas entendemos que outros perfis de clientes e negócios também podem se beneficiar com a adesão à energia sustentável, visto que o tema de mudanças climáticas e os compromissos das empresas com ESG estão cada vez mais sendo demandados pelos consumidores.

A Lemon veio para facilitar e democratizar o acesso à energia sustentável de empresas que não teriam como investir em placas solares ou qualquer outro tipo de instalação para economizar na conta de energia mensal.

Quantos clientes a empresa tem atualmente?

A Lemon atua em cinco Estados (SP, RJ, MG, MS e DF) e possui mais de 4 mil clientes conectados. Desde o início, esses clientes já economizaram R$7,3 milhões com a conta de luz e contribuíram para evitar a emissão de 5,6 mil toneladas de CO2.

A maioria dos nossos clientes são pequenos negócios que gastam ao menos R$500 por mês com a conta de luz. Notamos que boa parte deles está ligado ao setor de alimentação. Temos bares, restaurantes, padarias, lojas de conveniência, entre outros.

Como a Ambev é um dos nossos grandes parceiros, muitos deles são pontos de venda que recebem os produtos da Ambev.

Quando iniciou a sua jornada como criador desse negócio, imaginava que a Lemon já estaria no estágio atual?

Criamos a Lemon com a ideia de democratizar o acesso às energias sustentáveis. É curioso lembrar que criamos a empresa em julho de 2019, pouco antes do início da pandemia de Covid-19. Tivemos que nos adaptar muito rápido para entender como colocar a nossa ideia de pé e conhecer melhor nossos clientes nesse ambiente novo.

Três anos e meio depois, estamos muito felizes com os resultados que já conseguimos. Em 2022, nós levantamos nossa rodada Series A, de R$60 milhões, o que comprovou que os nossos investidores têm confiança no modelo de negócios que estamos amadurecendo.

Também vale contar que consideramos que a Lemon acredita que seu propósito é muito maior do que se provar e crescer como empresa. Nós queremos ser um ator importante nessa jornada de descarbonização e democratização da energia, com uso de tecnologia e dados.

O que vislumbra para a empresa para o ano de 2023?

No primeiro semestre, vamos estrear em uma nova praça, Goiás, e procuramos usinas para expandir a atuação no Rio de Janeiro (Light) e São Paulo (nas regiões da CPFL Paulista e Elektro). Também buscamos parceiros para inaugurar novas operações no Rio Grande do Sul e Ceará.

Com a forte expansão da GD e a expectativa de um aumento significativo de sua penetração nos próximos anos, esperamos que nossa matriz fique cada vez mais descentralizada e descarbonizada, indo na direção de um futuro energético mais sustentável.


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