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Leonardo Teixeira analisa o consumo de carne

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Há pouco mais de três anos, os sócios Leonardo Teixeira e Sergio Fonseca decidiram propor aos paulistanos um novo hábito no consumo de carnes. Tudo começou quando eles perceberam a carência nesse mercado e chegaram à conclusão de que faltavam açougues que fossem agradáveis e descomplicados. Foi então que inauguraram, em outubro de 2013, o Talho Carnes. No Talho as carnes são verdadeiramente frescas, pois, a desossa e os cortes são feitos no local, seguindo um critério rígido na seleção de fornecedores e por açougueiros com anos na profissão. Para incrementar o atendimento, os sócios foram buscar no mercado produtos de alta qualidade, oferecendo, assim, um mix completo e saudável, com diversos tipos de carnes selecionadas e preparadas artesanalmente, além de vinhos, cervejas, aperitivos, molhos, salsas, utensílios para churrasco e o dia a dia na cozinha. Para proporcionar uma experiência diferenciada, o Talho trabalha com uma equipe especializada, que aconselha seus clientes em relação ao tipo, quantidade e preparação das carnes. “O Talho nasceu para ser um açougue e é, em todos os sentidos. Temos açougueiros com 30 anos de profissão, caras que foram formados na London, pelo meu pai e meu tio, atendemos as famílias com pedidos de carnes para o dia a dia, atendemos churrasqueiros de fim de semana, atendemos chefs de cozinha, foodies e etc.”, afirma o proprietário da boutique de carnes.

Leonardo, como foi o seu começo de carreira até criar um açougue extremamente bem-sucedido como é o Talho?

Comecei com meu pai e meu tio na Casa de Carnes London, trabalhei com eles por 8 anos. Depois parti para um voo solo em um restaurante comercial por 3 anos. Me mudei para o Canadá por 2 anos e me formei em gastronomia e administração de restaurantes. Voltei em 2011 e abri o Lito Pizza Bar que tenho até hoje e um restaurante, que não vingou. Em 2013 decidi retornar às raízes da família e abri o Talho unindo a minha experiência com gastronomia e açougue.

Você e o seu sócio, sentiram a necessidade de atender o cliente moderno, de famílias com filhos, que geralmente não sabem cozinhar. Isso surgiu instintivamente ou houve alguma pesquisa para atacar esse nicho de mercado?

Era um feeling, pois, somos parte desse público e identificamos essa carência em casa. Depois de muitas pesquisas, entrevistas e dinâmicas validamos a necessidade de por um açougue que oferecesse praticidade, facilidade, serviços, produtos e informação para esse público.

Quando a cabeça do cozinheiro deve andar com a do homem de negócios?

Sempre. Estou sempre pensando em comida e em dinheiro [Risos]. O que deve ser separado é o possível do sonho, o trabalho do prazer. Pra mim, hoje, a cozinha é prazer e o Talho é uma empresa que tem que dar lucro.

A cabeça do homem de negócios, já entrou em conflito com a do cozinheiro?

Já. Certa vez investi em um restaurante com cabeça de cozinheiro, pela paixão à gastronomia. Não rolou, e quem trabalhou muito foi a cabeça dos negócios.

Se sente incomodado quando dizem que o Talho é uma boutique de carnes ou coisa parecida?

Não me incomoda, somos também uma boutique. O Talho nasceu para ser um açougue e é, em todos os sentidos. Temos açougueiros com 30 anos de profissão, caras que foram formados na London, pelo meu pai e meu tio, atendemos as famílias com pedidos de carnes para o dia a dia, atendemos churrasqueiros de fim de semana, atendemos chefs de cozinha, foodies e etc. Nosso cliente é aquele que procura um açougue à moda antiga, mas que está atualizado e conectado com a modernidade.

Em sua visão, quais são os principais diferenciais do Talho com relação a açougues que você conhece?

O Talho trouxe de volta o relacionamento açougueiro cliente. Isso é o nosso maior diferencial. Saber o que cada cliente gosta. Como ele gosta de cada corte é algo que estava perdido. Com os supermercados investindo no setor de carnes, muitos açougues de bairro fecharam e os clientes passaram a comprar o que os supermercados ofereciam e não o que queriam comprar. O Talho veio dar uma guinada nisso. Vendemos o que cada um quer comprar, não importa se é um quilo de moída ou 10 de mignon. Todos são clientes especiais.

Quais os principais erros que cometemos quando vamos preparar um churrasco?

Muito sal, odeio carne salgada. Muita gente não tem paciência de esperar o braseiro estar no ponto e já vai colocando a carne, ou ela queima porque ainda tem muitas labaredas, ou cozinha porque ainda está frio.

Em uma certa ocasião, você disse que o brasileiro erra muito em não comer o animal inteiro. Isso acontece por não termos uma educação adequada com o alimento ou pelo fato do Brasil ser farto em relação a todo tipo de alimentação, não dando o valor devido e muitas vezes desperdiçando-os?

Um pouco de tudo. Acredito que nós ainda temos o paladar imaturo e que nossa gastronomia ainda tem muito a evoluir. Para se comer certas partes do animal, é preciso saber cozinhar e essa revolução vem acontecendo nas últimas décadas, mas leva tempo até estar acessível a todos. Vale lembrar que nunca passamos por escassez de alimentos, como nas grandes guerras na Europa. Venho de família de imigrantes portugueses e nossa mesa sempre foi farta, mas nunca houve desperdício, tudo se reaproveitava ou se transformava.

O que não pode faltar de maneira alguma em um negócio que trabalha com extremo zelo pelo produto que entrega, como é o caso do Talho?

Atenção obsessiva com a seleção de fornecedores e produtos, tudo tem que ser de máxima qualidade. E estrutura de armazenamento, carne precisa de muito frio e frio de qualidade.

Qual foi o maior obstáculo que teve que ser ultrapassado para o Talho seguir sua rota natural de crescimento?

Acertamos no momento, no conceito e identidade do negócio, assim a aceitação e crescimento foi exponencial e natural. No entanto, o cliente do dia a dia ainda é um desafio. Ganhar mercado nesse segmento é difícil, pois, esse cliente é mais sensível a preço e depende da mudança do hábito de compra. Chegar até quem decide essa compra não é fácil. Os churrasqueiros se vangloriam de uma boa escolha de carne e postam no Instagram e Facebook, mas ninguém posta a carne moída das crianças, a sopinha de músculo ou o almoço de segunda-feira.

Como enxerga o seu negócio nos próximos 5 anos?

Vamos crescer, nosso modelo está aprovado e nossa marca reconhecida. Queremos mais três lojas para os próximos 5 anos.


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