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Marcelo Vital Brazil analisa a burocracia

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Formado em Economia e Direito, Marcelo Vital Brazil tem expertise no seguimento de feiras e eventos e atua há mais de 40 anos no setor. Ficou à frente da área comercial da Equipotel por 25 anos, e teve passagem como Diretor de Eventos da empresa Reed Exhibitions Alcântara Machado. Atualmente é diretor executivo da Grafite Feiras e Promoções. A Grafite Feiras & Promoções, é uma empresa de mídia que se destaca como uma das mais importantes promotoras de feiras comerciais do país. A mesma organiza feiras como a House & Gift Fair, Têxtil House Fair, Christmas Fair, South American Leasure Exhibition (SALEX), dentre outras, todas com grande público de visitação e vasta gama de expositores dos nichos em que opera. “Eu diria que os empresários desbravadores deste setor que teve como pioneiro Caio de Alcântara Machado, na sequência Magdala Castro, José Rafael Guagliardi, Omar Guazelli, Francisco Santos, Jorge Souza, Tarso Jordão, Lemos Britto, entre outros, foram construindo, com eficiência, pelo tino empresarial, a intuição, o aprimoramento da qualidade e dedicação integral, a cadeia produtiva do setor. (…) Realmente a burocracia impede que o crescimento de uma economia seja mais veloz. A burocracia brasileira provoca custos altíssimos para um empreendimento e, como você citou, “amarra” os negócios, principalmente em se tratando de relações de comércio exterior”, afirma o executivo.

Como o senhor enxerga hoje o mercado de eventos e feiras em nosso país?

O segmento econômico de eventos e feiras de negócios, denominado também como uma das principais mídias de promoção comercial, continua em curva ascendente. Podemos dizer que vivemos um grande e especial momento. Este mercado congrega todos os setores econômicos que tem nas feiras de negócios seu maior ‘alavancador’ de relacionamento, interação e oportunidades para potencializar negócios, posicionamento de marca, prospecção de clientes, fidelização dos relacionamentos, realização de negócios com o melhor custo benefício e retorno do investimento.

Várias empresas de mídia em todo mundo, têm passado por enormes dificuldades. No seu setor que é especializado em promover feiras comerciais, isso também acontece?

Com certeza em qualquer atividade econômica, seja ela do setor primário, secundário ou terciário existem dificuldades naturais de gestão, ausência de tecnologia de ponta, TI, formação de pessoal, legislação, principalmente a tributária, etc., Mas, no setor de feiras comerciais, como mídia de promoção e realização de negócios, as dificuldades não afetam os resultados em virtude de congregar toda a cadeia produtiva que consegue balancear a atividade proporcionando o equilíbrio e sustentação entre os seus diversos segmentos, quando um determinado problema afeta algum destes segmentos, existirão outros que estarão em ascensão.

Muitos empresários dos mais diferentes ramos, sempre nos revelam que um dos principais problemas do país é a burocracia. O senhor acredita que isso é o principal “amarrador” dos negócios no Brasil?

Realmente a burocracia impede que o crescimento de uma economia seja mais veloz. A burocracia brasileira provoca custos altíssimos para um empreendimento e, como você citou, “amarra” os negócios, principalmente em se tratando de relações de comércio exterior. Internamente o conhecido “custo Brasil”, termo genérico que utilizamos para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, entre elas as burocráticas, encarecem o investimento no país, dificultando o desenvolvimento, aumentando trabalho informal, a sonegação de impostos e a evasão de divisas. Por isso, a burocracia pode ser apontada como um dos principais fatores que comprometem a competitividade e a eficiência da indústria, comércio e serviços nacionais.

O senhor atua há 40 anos nos segmentos de feiras de negócios em nosso país. Como era operar nesse mercado no início de tudo?

Eu diria que os empresários desbravadores deste setor que teve como pioneiro Caio de Alcântara Machado, na sequência Magdala Castro, José Rafael Guagliardi, Omar Guazelli, Francisco Santos, Jorge Souza, Tarso Jordão, Lemos Britto, entre outros, foram construindo, com eficiência, pelo tino empresarial, a intuição, o aprimoramento da qualidade e dedicação integral, a cadeia produtiva do setor. Há quarenta anos não havia empresas de prestação de serviços para se organizar, promover e montar as feiras de negócios, não tínhamos as empresas de segurança, limpeza, montagem, elétrica e hidráulica, informatização com seus sistemas de gestão, enfim, os empresários eram obrigados a desenvolver seus negócios com criatividade e buscando envolver outras pessoas no convencimento de alargar a visão para este setor e formar a cadeia produtiva que faltava. Foi uma época que chamo de empreendedorismo em sua forma mais pura, coragem, intuição e vontade, com foco nos resultados.

O Brasil está crescendo pouco, mas a sua empresa pretende ter um crescimento arrojado nos próximos 5 anos. A análise da empresa também é feita sobre números macroeconômicos, ou leva-se mais em consideração a projeção que é feita somente pelos dados da empresa?

Nossa análise considera todas as variáveis, evidentemente uma das mais importantes é a projeção dos resultados da economia mundial, mas temos dentro do nosso planejamento para os próximos cinco anos, projetos de novos negócios, lançamento de novas feiras, aquisição de outras empresas do setor e até mesmo uma possível fusão com alguma outra grande empresa do segmento. Tudo é possível, tudo é o chamado business.

Fale um pouco mais sobre a Têxtil House Fair.

A Têxtil House Fair é uma feira profissional e especializada, sendo considerada a referência do setor para os artigos têxteis para casa, elo entre fabricantes, distribuidores, importadores e compradores profissionais, representantes e formadores de opinião. A Têxtil House Fair é realizada em duas edições anuais, Outono-Inverno, em fevereiro e Primavera-Verão em agosto. Durante os quatro dias de cada edição são ofertados o que há de melhor em moda e tendências para o segmento casa, gerando os bons negócios. Como expositores temos as empresas de cama, mesa e banho, colchões, travesseiros, cobertores, aromatizantes, cortinas e acessórios tapetes, carpetes, tecidos para revestimento e decoração, etc. Como visitantes temos lojas de departamento, presentes, utilidades domésticas, arquitetos e decoradores, cooperativas, designers de interiores, home centers, hotéis, hospitais, magazines, supermercados e hipermercados, trading companies, etc.

A produção da indústria têxtil no Brasil sofreu uma queda no ano passado. Quais são as projeções para este ano?

Acreditamos totalmente neste setor, temos grandes empresários capitaneando as atividades do segmento têxtil, com maturidade e experiência imensas, antenados com tudo que acontece, alto grau de tecnologia e integrados aos movimentos do setor internacional. Nosso empresariado tem capacidade e respeito internacionais, por isso nossa posição de absoluto crédito. Segundo o IEMI – Instituto de Estudos e Marketing Industrial que acaba de lançar a 13.ª edição do Relatório Setorial da Indústria Têxtil Brasileira, Brasil Têxtil 2013, o momento é o mais adequado à competitividade de nossas indústrias. Segundo estimativas do próprio mercado financeiro, as grandes redes de varejo do Brasil já começam a se movimentar no sentido de ampliar suas compras internas. Enfim, surge uma nova perspectiva para aqueles que acreditaram na indústria têxtil brasileira. Ainda segundo o IEMI, o Brasil está posicionado entre os cinco maiores produtores globais, e ainda o maior fora da Ásia, como revelam os indicadores apontados no mencionado relatório.

Um economista disse que a criatividade e a inovação são as chaves para o sucesso do mercado têxtil do país. Concorda com essa afirmação?

Estamos seguros de que o setor têxtil tem competitividade, criatividade e competência para se reinventar de acordo com as diversas situações econômicas que o cenário nacional e mundial possam passar. O setor têxtil movimenta a cada ano algo em torno de R$ 114 bilhões em produção e gera 1,6 milhões de postos de trabalho diretos e indiretos. Com quase 40 mil empresas, exporta US$ 1,2 bilhões e representa 5% do PIB industrial brasileiro. Estes números demonstram que estamos certos e convictos da excelência e maturidade do empresariado brasileiro.

Qual o peso do marketing na promoção de uma feira?

Sem dúvida o marketing em qualquer situação é a ferramenta mais importante na promoção dos negócios e para uma feira é fundamental, a comunicação tem que ser feita o tempo todo com às duas pontas do negócio, tanto para quem vende, quanto para quem compra. Somente com uma área de marketing muito bem estruturada, com foco bem ajustado para estas ações é que uma feira de negócios pode ter sucesso.

Vocês são a segunda maior promotora nacional de feiras e negócios do país. Em quanto tempo acreditam que estarão brigando pela primeira posição?

Com certeza, nossa posição sempre será o foco na promoção do negócio para alcança melhor posição no ranking. Tudo será consequência de um eficiente planejamento. O tempo não precisa ser contado e nem estipulado, a eficácia sim que tem que ser medida o tempo todo.

Para finalizar, qual o principal desafio que o empreendedor brasileiro deve transpor, para que o seu negócio seja efetivamente vencedor?

Penso que não existe um único desafio, mas um conjunto de habilidades para vencer todos os desafios. Novamente aparece a criatividade, desta vez acompanhada de inovação, o empreendedor tem que saber identificar oportunidades, sejam elas de que tamanho for com faro para os negócios que outros ainda não conseguiram perceber. Tem que ter força de vontade e capacidade de sacrifício pessoal, familiar e lazer, para se dedicar em mais horas de trabalho e reflexão sobre o negócio que está empreendendo. Saber direcionar e concentrar os esforços no único objetivo que interessa que é o resultado, a lucratividade do negócio. Por fim correr riscos, sempre que a boa oportunidade aparecer. Aplicando o velho ditado: Fabricar o lenço para os que passam a vida chorando.


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