Graduada em Jornalismo pela PUC-RJ, Mariza Leão iniciou sua carreira como diretora e montadora de filmes de curta-metragem. Em 1975 fundou a Morena Filmes em parceria com Sergio Rezende. Ao longo destes anos, produziu filmes como “O Sonho não Acabou”, “Nunca Fomos tão Felizes”, “O Homem da Capa Preta”, “O Romance da Empregada”, “Doida Demais”, “Lamarca”, “Guerra de Canudos”, “Quase Nada”, “Onde Anda Você”, “Inesquecível” e “Meu Nome Não É Johnny” só para citar alguns. Entre suas coproduções internacionais estão “Perigosa Obsessão” (em coprodução com a Patagonik Film Group) e “O Cobrador” (em coprodução com a Salamandra Produciones). Mariza ainda atuou como representante dos produtores no Concine (Conselho Nacional de Cinema) e foi a primeira diretora-geral da RIOFILME, entre 1992 e 1993. “A luta obsessiva pelo roteiro, coisa que nem sempre alcanço. E ter tudo ou quase tudo disponível para que o filme se realize plenamente: locaçōes adequadas, fotografia, cenários e figurinos, maquiagem, montagem, trilha sonora. Tudo tem que brilhar, afora o elenco que também é uma escolha essencial. (…) Você consegue minimizar alguns riscos, mas se vai acertar em cheio no alvo isso varia. (…) Acho que o número reduzido de salas de cinema impede essa indústria de existir de fato”, afirma a produtora que é considerada uma das mais influentes e renomadas do país.
Mariza, a produção de um filme é um “esporte de alto risco?”.
Acho que hoje em dia não. Houve uma progressiva e bem-vinda profissionalizaçāo do setor. O que existe é, em geral, um planejamento e gestāo apurados.
O produtor é o verdadeiro dono do filme em sua concepção?
Acho que nāo. Hoje em dia o produtor divide mais esse “poder” tanto com os agentes do mercado (distribuidores, canais de TV, plataformas de streaming) quanto com alguns talentos como diretores, atores, etc…
Em 2011, foi dito que você colocou o cinema brasileiro de pernas pro ar naquele verão com o sucesso do filme “De Pernas pro Ar”. É possível “farejar” quando esse sucesso irá acontecer?
Farejar sim, mas a caçada pode dar errado. Você consegue minimizar alguns riscos, mas se vai acertar em cheio no alvo isso varia.
Qual detalhe que você considera primordial num filme produzido por você?
A luta obsessiva pelo roteiro, coisa que nem sempre alcanço. E ter tudo ou quase tudo disponível para que o filme se realize plenamente: locaçōes adequadas, fotografia, cenários e figurinos, maquiagem, montagem, trilha sonora. Tudo tem que brilhar, afora o elenco que também é uma escolha essencial.
Já teve dificuldade de captar no mercado por um tema que os financiadores torceram o nariz?
[Risos] muitas vezes! “Meu Nome Nāo É Johnny”, por exemplo, foi muito rejeitado pelo tema de drogas em sua estória. Outros projetos que nāo tem o punch de mercado evidente também sofrem. Mas, estamos aqui para tentar tornar realidade alguns sonhos pelos quais vale a pena sonhar e lutar.
Existe uma discussão se existe ou não uma indústria de cinema no Brasil. Qual a sua visão sobre esse assunto?
Acho que o número reduzido de salas de cinema impede essa indústria de existir de fato. E também nossa diminuta capacidade de exportar nossos filmes também nos impede de crescer como seria desejável.
O cinema brasileiro precisa melhorar na sua produção, distribuição ou exibição?
Nas três posições e também na produção dos conteúdos e roteiros.
Temos um público espectador de um pouco mais de 90 milhões de pessoas. A renda do brasileiro é o principal entrave para que mais pessoas possam consumir a sétima arte em nosso país?
O preço do ingresso é alto sim. Mas há outros fatores como a violência que reduziu bastante a frequência às salas.
A instabilidade econômica afetou alguma produção da Morena Filmes?
Até agora nāo.
Em que momento você acredita que um filme torna-se atemporal?
Quando você quer revê-lo muitas vezes porque busca renovar o prazer que ele lhe proporciona.
“De Pernas pro Ar”, “Meu Nome Não É Johnny”, “Em Nome da Lei”, “Vendo ou Alugo” entre tantos outros. Como é produzir filmes que estão na mente de várias pessoas e que sempre trazem originalidade e rigor no “produto final” (se é que podemos dizer assim) que será levado para a tela?
É excitante. Gera ansiedade. Mas tem muito prazer em tudo isso (vídeo do filme “Vendo ou Alugo”).
Eder Fonseca é o publisher do Panorama Mercantil. Além de seu conteúdo original, o Panorama Mercantil oferece uma variedade de seções e recursos adicionais para enriquecer a experiência de seus leitores. Desde análises aprofundadas até cobertura de eventos e notícias agregadas de outros veículos em tempo real, o portal continua a fornecer uma visão abrangente e informada do mundo ao redor. Convidamos você a se juntar a nós nesta emocionante jornada informativa.
A década de 1930 no Brasil foi marcada pela introdução de uma nova e fascinante…
Nas últimas semanas, o pequeno país africano da Guiné Equatorial tem sido palco de um…
Nos últimos anos, a busca pela beleza natural tem se tornado uma das principais tendências…
Em uma decisão que promete reverberar por toda a indústria de mídia e jornalismo digital,…
Nos últimos dias, um tema que tem ganhado força no debate público e nas redes…
Errol Flynn, o galã aventureiro dos anos dourados de Hollywood, deixou um legado inegável no…