No fim de julho, foi divulgado uma pesquisa, produzida pela Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com 44 executivos de empresas do setor, revelando um cenário de crescimento de vendas e demanda de imóveis no país no segundo trimestre de 2022. O levantamento mostrou que 97% dos executivos desse segmento pretendem fazer lançamentos nos próximos 12 meses. Quanto à aquisição de novas áreas para construção, 77% devem fazê-lo até meados de 2023. Mas afinal, existe demanda para todos esses lançamentos?; Qual risco de uma possível bolha imobiliária?; Comprar um imóvel continua sendo um investimento seguro?; Nesta entrevista exclusiva ao portal Panorama Mercantil, o executivo Roberto Herrera responde todas essas e outras dúvidas sobre o mercado imobiliário que volta a se tornar pulsante na atual conjuntura. “Acreditamos que o maior investimento que nossos imóveis proporcionam são em termos de ganho de qualidade de vida.” Roberto é diretor comercial na AG7, é especialista em planejamento estratégico e negociações de grande complexidade. Tem MBA internacional pela ESADE Business School de Barcelona. Também atua como professor para a cadeira de negociação em escolas de negócios em Curitiba e já esteve à frente de grandes times em diferentes segmentos como: automotivo, comunicação e educação.
Roberto, o mercado imobiliário é a prova de crise?
Afirmar que o mercado é a prova de crise não é possível em nenhum mercado, mas quando falamos do imobiliário especificamente, com certeza se trata do mais seguro, principalmente para investidores. Um ótimo exemplo disto é o comportamento da venda de imóveis durante a pandemia. Enquanto praticamente todos os setores sofreram uma grave recessão, os imóveis nunca foram tão comercializados e valorizados.
Quais as novas estratégias que você destacaria e que estão aquecendo esse mercado?
Nós da AG7 não construímos e vendemos imóveis, mas sim bem-estar, como mostra nossa nova campanha que apresenta nosso novo posicionamento de marca ao mercado. Nosso propósito é inspirar as pessoas a viver bem e para isso desenvolvemos a exclusiva metodologia Wellness Building, que destaca os pilares de localização, exclusividade, design, sustentabilidade, serviços e saúde, atributos sempre tão presentes na essência da AG7 e que agora, além de sentir, pudemos materializar. Nós já estamos vivendo em uma era que prioriza o bem-estar e esses números só aumentam. Estamos desenvolvendo produtos para um mercado que gerou US$5 trilhões no último ano, com perspectiva de alcançar US$10 trilhões em 2025.
A alta dos juros preocupa o setor?
O mercado imobiliário sempre sofre com uma alta de juros. Mas em termos de vendas, não é tão preocupante porque atuamos em um segmento onde o cliente final dificilmente financia o imóvel com bancos. O que preocupa realmente é o aumento das despesas financeiras do projeto que esse aumento dos juros da economia proporciona, mas nada que seja significativo em termos de resultados.
A AG7 atua no mercado de alto padrão. O que tem sustentado as vendas nesse segmento?
Aqui na AG7 fazemos os melhores empreendimentos em todas as frentes que atuamos, para qualquer segmento, público e momento de vida. É claro que precisamos educar o mercado e mostrar como é importante ter o bem-estar em todos os detalhes da sua casa e como isso afeta diretamente na qualidade de vida das pessoas, é isso que fazemos, é o que sustenta nosso mercado e é isso que oferecemos através do meu time comercial especializado, a qual chamo carinhosamente de “consultores de vida”.
O que o comprador desse tipo de imóvel busca nesses empreendimentos?
Nossos clientes possuem um extenso repertório, o que torna tudo muito mais difícil para nós. Encantá-los é um grande desafio, pois, são amantes de arte, arquitetura, design e tem acesso aos melhores lugares do mundo, mas através da metodologia Wellness Building ganhamos força, espaço e a confiança dos nossos clientes ao oferecermos a eles o “seu melhor lugar no mundo”, atendendo às suas necessidades e acima de tudo, priorizando sua saúde.
A segurança seria um dos motivos para o boom na compra desses imóveis?
Com certeza a segurança é um dos principais motivos que faz com que as pessoas migrem de casas para apartamentos e nos últimos anos vimos esse movimento crescer muito. Aqui na AG7, tendo o empreendimento Ícaro Jardins do Graciosa como precursor, adotamos o termo “Casa Suspensa” quando nos referimos às nossas unidades, isso porque ao entrar em um AG7, a sensação é realmente a de uma casa que oferece todos os benefícios relacionados a conforto e privacidade, sem abrir mão da liberdade, espaço e contato com a natureza que uma casa tradicional proporciona.
As pessoas também estão adquirindo esses imóveis como forma de investimento?
Acreditamos que o maior investimento que nossos imóveis proporcionam são em termos de ganho de qualidade de vida. Mas de outro lado não deixa de ser investimentos financeiros rentáveis, com toda a proteção que um imóvel com boa localização, design de excelência e altamente exclusivo proporcionam. Entendemos que por mais que existam flutuações de curto prazo no valor deles, imóveis exclusivos e atemporais como os nossos sempre valorizarão no longo prazo. Portanto, sim, temos pessoas comprando imóveis como forma de investimento, em ambas as visões (finanças e qualidade de vida).
Existe risco de uma bolha imobiliária em sua visão?
Entendemos que o apelo de morar com qualidade de vida que a pandemia trouxe, junto com o período de baixo juros que tivemos, levou a um movimento de excesso de lançamentos por todas as partes. Porém, os níveis de estoque de imóveis prontos e em construção estão muito abaixo dos níveis da última bolha que tivemos. Também entendemos que o mercado está juridicamente muito mais seguro, com a lei do distrato, promulgada. Ao mesmo tempo, bolhas se formam em imóveis padrões. Nós tentamos cada vez mais fugir do padrão do mercado com imóveis únicos e atemporais, que possam ser considerados como obras de arte e não simples residências.
A crise imobiliária chinesa pode afetar o mercado imobiliário brasileiro?
Entendemos que hoje em dia, tudo está interligado no mundo. Com certeza pode afetar o mercado imobiliário brasileiro. Mas isso não quer dizer necessariamente uma coisa ruim. Pode afetar de uma maneira boa o mercado imobiliário brasileiro. Com menos demanda da China por insumos da construção civil, existe uma tendência de baixa nos preços desses insumos, que podem representar uma queda no preço dos insumos no mercado brasileiro. Obviamente não são fatores isolados, ou seja, não existe apenas a variável do mercado Chinês. Precisamos analisar todas as variáveis em conjunto.
Vamos falar um pouco mais sobre a sua empresa. Como a AG7 está alocada no mercado?
AG7 é a incorporadora de Wellness Building do Brasil, pioneira em conectar saúde, arte, hospitalidade e bem-estar a moradias inovadoras e sustentáveis, tendo como propósito inspirar as pessoas a viver bem. Nós já construímos bem-estar mesmo antes de percebermos que atuavamos dessa maneira porque nascemos e crescemos com a vontade genuína de fazer com que as pessoas tenham uma qualidade de vida melhor a partir de micro decisões no dia a dia, muito inspirados também por uma tendência mundial. Aqui no Brasil as coisas demoraram um pouco mais pra acontecer nesse sentido, foi somente durante a pandemia que o interesse local pela necessidade de morar em um lugar que realmente ofereça mais do que espaço se intensificou e abriu portas, mas nós lá em 2020, lançamos o AGE360, o prédio residencial eleito como o mais saudável do mundo e o único a obter na América Latina e Brasil a certificação máxima de 3 estrelas do selo internacional Fitwel.
Conseguimos essas certificações e reconhecimento porque passamos a adotar o que existia em nossa essência, também em nossos projetos com a implantação do Wellness Building, um conceito que simboliza a união de green building, projetada para causar pouco impacto ambiental, associada à healthy building, que prevê um imóvel que oferece experiências em cada um dos seus espaços, abordando de forma holística os pilares que elevam o estado de bem-estar dos moradores. Compilamos esses fundamentos em uma metodologia autoral baseada em seis pilares para a construção dos empreendimentos: localização, exclusividade, design, sustentabilidade, serviço e saúde. Dessa forma prezamos pelo equilíbrio desses conceitos, pensando como o encaixe desses pontos são fundamentais para moradias que inspirem as pessoas a viverem melhor.
Como tem sido os últimos três anos da empresa e quais as perspectivas em um curto/médio prazo?
A AG7 vem crescendo de maneira exponencial e continuaremos nesse ritmo nos próximos anos. Em 2019 entregamos um dos residenciais mais icônicos do Brasil e do mundo (Ícaro Jardins do Graciosa), com forte apelo de sustentabilidade e qualidade de vida em sua essência. Em 2020 lançamos o AGE 360, que será entregue em 2024 com a pretensão de causar uma nova disrupção no mercado, vendendo qualidade de vida ao invés de metro quadrado. Fechamos 2021 com o maior faturamento da empresa e em 2022 estamos alcançando vendas em valores extremamente difíceis de se atingir nas regiões em que atuamos. Temos dois projetos ambiciosos a serem lançados em 2023 e 2024, e teremos lançamentos em outros estados nos próximos anos, deixando de ser uma empresa curitibana para ser uma empresa regional, visando ser uma empresa com atuação nacional nos próximos 5 anos.
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