“MOSCOW” é um roteiro original criado e concebido pelo cineasta Mess Santos, que representa uma nova forma de criação cinematográfica para o mercado brasileiro. Todas as cenas foram gravadas em doze dias, pela primeira vez na história do cinema nacional. Além disso, junto com o produtor executivo do filme, Cláudio Macedo, estruturaram um modelo de negócio, similar aos que existem em Hollywood com fundos de investimento em entretenimento, captando o investimento de investidores privados, sem necessidade de verba de leis como a Rouanet, por exemplo. A estruturação societária consiste em uma SPE (sociedade de propósito específico) que é a dona do filme: 50% é da produtora e os outros 50% são de uma SCP (sociedade em conta de participação) onde as ações se distribuem entre sócios investidores e permutantes. Os sócios investidores além de prioridade na recuperação do investimento ainda contam com uma remuneração pelo capital investido. A produtora por sua vez não recebe nenhum pagamento durante a produção do filme e passa a receber apenas uma vez que todos os sócios tenham seu investimento ressarcido ou sua permuta paga. Esse modelo visa garantir uma maior segurança para os investidores. “Moscow” cria uma alternativa que pode acelerar ainda mais a produção nacional e trazer essa indústria para perto dos investidores.
Mess, você é muito conhecido pelos seus videoclipes. O que essa escola lhe ajudou nos seus outros processos audiovisuais?
A maior vantagem foi a questão da praticidade. No videoclipe o ritmo é prático e objetivo, e isso fez toda diferença no set e nos processos do filme.
Em que momento você acredita que a arte (em especial o cinema) exerce um papel social?
Em todos os momentos a meu ver. O cinema é uma das maiores ferramentas de influência. E de acordo com a história que se conta e como se conta, o impacto disso dentro da perspectiva das pessoas sobre um determinado assunto é enorme. Sempre digo ser uma das maiores responsabilidades que temos em mãos.
Como conciliar essa visão artístico/social com os negócios?
Penso que é tudo uma questão de saber equilibrar os processos na criação artística. Um bom filme sempre será bom para a parte dos negócios, o mais importante é entender os processos.
O que é essencial na hora da criar um roteiro original?
Bom. Essa pergunta é muito pessoal, pois, cada um cria de uma forma diferente. No meu caso, criar personagens sempre vem das minhas experiências ou mesmo de momentos específicos da minha vida onde eu acabo recolhendo algo e passando aquilo para a história. Não existe uma receita a meu ver, mas eu creio que veracidade pessoal é um bom elemento.
Muitos especialistas falam de uma nova forma de criação cinematográfica na atual conjuntura. Como enxerga essa questão?
Eu vejo como o presente e o futuro. O “Moscow” só foi possível dentro dessa nova forma que trouxemos. Eu vejo os filmes sendo produzidos mais rápidos e com maior qualidade. É uma evolução natural e necessária para o mercado.
Qual o peso da pandemia nessa concepção de uma nova forma de criação?
Julgo que os maiores desafios foram os ensaios virtuais e a limitação de pessoas no set. Isso é algo que tivemos de ser criativos e resolver da melhor forma. Mesmo já estando acostumados com esse novo formato, uma pandemia nunca será algo comum de lidar.
No pós-Covid isso será um dos pilares desse mercado?
Eu espero que sim. Eu sempre vou ser a favor de abraçar novas formas de criação. A arte sempre vai se reinventar e se adaptar a todas as situações.
“Moscow” se encaixa nesse novo modelo?
Com toda certeza. Posso me arriscar a dizer que somos o primeiro dentro desse novo formato aqui no Brasil. E eu desejo muito que ele seja um divisor de águas em termos de qualidade/praticidade dentro do nosso cinema.
Quais os elementos de “Moscow” que seriam impensáveis antes da pandemia?
Temos alguns, mas os ensaios virtuais, pré-produção virtual e o uso de manequins como parte da figuração de fundo, com certeza foram os mais impensáveis, porém, funcionaram super bem.
Um tempo mais curto de gravação exige mais assertividade?
Completamente. Além de uma logística muito organizada, a equipe, direção e os atores têm de ter um sincronismo muito único.
Idealizar uma produção como essa requer quanto de ousadia e foco?
300%. (Risos). Eu acredito muito que nada incrível venha sem ousadia. Explorar o novo vai gerar um medo no começo, mas eu sempre acreditei que conseguiríamos fazer um filme incrível.
Nós como brasileiros temos um talento enorme, o grande problema é que muitas vezes somos desencorajados que não somos capazes. Mas acreditem, nós somos! E espero muito que o “Moscow” mostre como nosso cinema pode ser único e inovador.
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