Micheline Carvalho é empreendedora, coautora do livro “REALIZAR” pelo IBC (Instituto Brasileiro de Coach), especialista em Desenvolvimento Humano e coach para empresas e pessoal. É sócia-diretora do Grupo WARM – empresa especializada em Capacitação Humana com foco em Tecnologia. 2º lugar no Prêmio “Mulheres de Negócio 2017” na categoria Pequenas Empresas RJ. Com sua experiência analisa a onda de mudanças provocadas pela tecnologia e inovação. “Começamos a observar que embora estejamos vivenciando o “boom” da indústria 4.0, e já em uma sociedade 5.0, lamentavelmente, muitos profissionais ainda não dominam as competências deste novo modelo de Indústria, tampouco as revoluções tecnológicas dentro do ambiente de trabalho”. Afirma a gestora, ressaltando que a capacidade humana sempre fará a diferença e há questões que só compete ao homem resolvê-las. “A ameaça mais evidente é, ao longo dos próximos anos, termos um alto desemprego por conta da falta de investimento na formação de profissionais que devem estar aptos a migrar seus postos de trabalho. Muitas profissões deixarão de existir da maneira que conhecemos. A sociedade talvez precise se acomodar em jornadas de trabalho menores, com ganhos menores. Também a velocidade de soluções mais rápidas, por conta de IA, tem criado uma geração com visões imediatistas, deixando de lado planejamentos de longo prazo”, diz.
Como devemos preparar os funcionários que ainda não estão inseridos na chamada indústria 4.0?
Há anos a indústria 4.0 vem trazendo transformações no panorama das organizações. É cada vez mais forte a presença da tecnologia, automatização e o uso dos dados de forma inteligente reforçando o conceito de eficiência, inovação, modernidade e a tão falada sustentabilidade.
Fale um pouco mais sobre isso.
Se a empresa busca por esses padrões serão essenciais a capacitação dos seus colaboradores e seus líderes. Desenvolvendo habilidades técnicas e comportamentais, senso crítico, reforçando a importância da tecnologia com cursos e qualificações adequadas as suas necessidades.
A sociedade 5.0 pode ser considerada uma revolução silenciosa?
Na verdade, ela está ocorrendo diante dos nossos olhos, como assistir série pelo Netflix, pegar Uber ou simplesmente usar o iFood, são indícios de uma nova dinâmica social com base em promover o bem-estar das pessoas. Ela chega bem mais discreta que a indústria 4.0. A sociedade 5.0 não é sobre falar apenas de tecnologia, é sobre colocar o ser humano no foco principal.
Acredita que o mundo pode se tornar mais criativo, sustentável e diversificado numa sociedade 5.0?
Com certeza! A sociedade 5.0 vai muito além de eficiência dos processos, Internet das Coisas (IoT), produtividade, microchips e sensores. Trata-se da afluência de toda tecnologia com um objetivo maior de melhorar a qualidade de vida da humanidade.
Fala-se muito num novo modelo de mercado. Como será esse novo modelo em sua visão?
Eu ainda vejo como um grande desafio. Com certeza precisa exigir muitas mudanças de mindset. Não terá muito espaço para zona de conforto, teremos sim muitas oportunidades e muitos riscos de ficarem estagnados. Já está na hora de criar planejamento estratégico a longo prazo, investir de forma direcionada e ter uma visão holística para o mercado onde se está inserido, buscando sempre novos aprendizados.
Quais os reais perigos de uma sociedade superinteligente?
A ameaça mais evidente é, ao longo dos próximos anos, termos um alto desemprego por conta da falta de investimento na formação de profissionais que devem estar aptos a migrar seus postos de trabalho. Muitas profissões deixarão de existir da maneira que conhecemos. A sociedade talvez precise se acomodar em jornadas de trabalho menores, com ganhos menores. Também a velocidade de soluções mais rápidas, por conta de IA, tem criado uma geração com visões imediatistas, deixando de lado planejamentos de longo prazo, o que é fundamental para consolidação de sociedades mais estáveis e sustentáveis.
Qual o peso do design de conteúdo em uma estratégia voltada para a internet?
O mundo muda constantemente e com ele a forma que percebemos e sentirmos. A maneira como o conteúdo é apresentado pode intervir na tomada de decisão e na experiência do usuário. Pensando nisso o design de conteúdo tem um grande peso na estratégia da organização.
Esse será o diferencial que separará quem “morre” e quem sobrevive no mundo online?
Não existe fórmula perfeita. O UX traz as melhores práticas de usabilidade para melhorar a experiência do usuário no mundo online e fora dele também. Então, um bom profissional deverá estar antenado ao seu mercado.
Como a linguagem humana andará junto com a inteligência artificial?
Acredito que isso já é uma realidade. Quem ainda não conversou com um chatbot? Seja para fazer uma reclamação ou tirar dúvidas. O futuro nos reserva muitos desafios, mas muitas oportunidades também. Já estamos inseridos na sociedade 5.0. Alvin Toffler, escritor e futurista disse: “Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não podem aprender, desaprender e reaprender”.
Existem “estranhamentos” no caminho dessas duas abordagens?
Tudo que é novo causa estranhamento, resistência e algum…
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