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MKM Biotech investirá em startups biotecnológicas

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A MKM Biotech é uma empresa de investimentos com foco em biotecnologia, dedicada a fazer com que medicamentos e produtos inovadores possam sair do papel e trazer bem-estar a população. A iniciativa de investimentos da empresa se dará através de parcerias com startups e pesquisadores nacionais e internacionais, com o objetivo que essas novas tecnologias cheguem para as pessoas, através de novos medicamentos e tratamentos. A MKM Biotech busca auxiliar esses estudos acelerando seus processos. Para isso, vai selecionar dez (10) startups de biotecnologia, com aportes seed (de R$200 até R$400 mil reais). Estão contemplados não apenas startups, mas também pesquisas de novos medicamentos, exames, vacinas, equipamentos, entre outras iniciativas, preferencialmente no estágio pré-clínico dos ensaios. Somados, os valores atingem um total de R$4 milhões reservados para os estudos e sua estruturação. ““Queremos encontrar novas iniciativas no campo da biotecnologia. Ajudar a integrar as inovações na indústria farmacêutica. No entanto, também estamos procurando oportunidades nas áreas de exames, vacinas, equipamentos, entre outras iniciativas, além das humanas. Por isso estamos nos aproximando de pesquisadores, universidades, centros de estudos – queremos prepará-los para o encontro com grandes players. Inserir o Brasil no cenário de ponta da biotecnologia, temos potencial”, destaca o CEO da MKM Biotech, Carlos Zago.

Carlos, como se encontra o setor de biotecnologia no Brasil se compararmos com outras partes do mundo?

O Brasil tem uma combinação de fatores que teria tudo para dar muito certo. Temos a maior biodiversidade do mundo e umas das maiores produções científicas em volume do mundo. Mas infelizmente essa soma de 2+2 não dá 4. Quase não temos medicamentos 100% brasileiros no mercado. Temos todos os fatores, mas ainda faltam catalisadores desse processo entre o paper e a prateleira. muitos pesquisadores ainda têm um perfil puramente acadêmico e não enxergam suas moléculas e tecnologias como uma oportunidade de negócio e, por consequência, acabam almejando mais as publicações em revistas científicas do que um eventual investimento que permita completar as pesquisas com agilidade, até ter um medicamento que possa ser registrado e patenteado. Então, até mesmo os investidores não estão acostumados a receber essas oportunidades para avaliar e investir, mas cada vez mais estamos trazendo à luz essas oportunidades. No final, quem não gostaria de investir em um medicamento que pode salvar vidas? Além, é claro, do retorno financeiro que essas patentes representam, que costuma ser muito maior do que outras oportunidades no mercado.

E os investimentos nas healthtechs acompanham esse cenário?

Hoje, para um investidor, é mais fácil realizar aportes em um app ou software de saúde. É uma linguagem mais fácil de entender, mais inserida no nosso dia a dia. Porém, é proporcionalmente mais difícil de encontrar soluções realmente inovadoras e únicas. É um ecossistema bem saturado. Em biotecnologia, cada solução é única, porque é um segmento 100% ligado a patentes. Os projetos já precisam começar sendo exclusivos.

Podemos dizer que esse setor é revolucionário?

Totalmente. Pela primeira vez na história, estamos com o potencial de editar nosso DNA. Até então nosso código genético era uma sentença. Muita biotecnologia genética está propiciando novos horizontes no tratamento e prevenção de doenças. Além da genética, estamos constantemente avaliando novas moléculas, novos exames, novas vacinas. O potencial é infinito. Não exploramos nem metade da nossa biodiversidade. Ano a ano presenciamos saltos exponenciais no conhecimento médico e com isso se abrem oportunidades para novos medicamentos e técnicas beneficiarem os seres humanos.

Como a pandemia da Covid-19 impulsionou o estudo nessa área?

A pandemia propiciou que um grande público, literalmente toda a população, acompanhasse em tempo real como funciona o processo científico. Desde o desenvolvimento de um novo fármaco, até as pesquisas sobre diferentes usos dos medicamentos já existentes. Esse conhecimento que foi disseminado chegou também aos investidores. Agora, pesquisadores e startups de biotecnologia não estão mais “falando grego” quando conversam com um fundo. Ficou mais fácil entender os passos até se poder ter o licenciamento de um novo medicamento e, principalmente, de entender o potencial de se ter uma nova droga no mercado, tanto humanitário, quanto financeiro. É um momento muito bom para essas iniciativas.

Quando a surge a MKM Biotech?

A MKM Biotech surgiu em 2021, criada por 5 grandes empresários do setor farmacêutico, com o objetivo de justamente fazer essa ponte entre a pesquisa e o mercado.

Como ela está alocada nesse mercado?

Temos um grupo com mais de 20 empresários e altos executivos do setor. O caminho entre se ter uma tecnologia e conseguir, de fato, licenciar a patente para uma indústria farmacêutica ou lançar um produto no mercado é muito cheio de entraves regulatórios, processuais e financeiros. Com a nossa experiência, conseguimos guiar os pesquisadores e orientá-los em todas as etapas desse processo. Abrir a empresa, registrar a patente internacionalmente, realizar todos os estudos que serão exigidos, fazer o registro em agências regulatórias no Brasil e no mundo, buscar investimentos, negociar um licenciamento ou aquisição com a indústria… Esses são apenas alguns exemplos do que fazemos pelas iniciativas que fazem parte do nosso portfólio. Além disso, também investimos diretamente nas empresas. Realmente queremos ver novas tecnologias, exames, medicamentos e vacinas chegando à população.

O que as empresas que receberão investimentos da MKM devem ter essencialmente?

Nós investimos em Venture Life Sciences. Ou seja, o pesquisador ou a empresa precisa ter uma pesquisa científica, ou tecnologia voltada para o segmento de saúde. Isso se traduz em novos medicamentos, tratamentos, exames, vacinas, próteses e equipamentos.

A inovação faz parte dessa aspiração?

A inovação é intrínseca da biotecnologia. Como é um setor altamente ligado as patentes, as iniciativas já nascem sendo inovadoras. Porém, é uma noção de inovação mais literal. A inovação de modelos de negócios, startups, venture capital como conhecemos está chegando nesse setor. Hoje, uma pesquisa precisa virar uma startup para conseguir investimentos no mercado. Alguns pesquisadores já entenderam esse novo jogo e temos cada vez mais startups de biotech surgindo. Mas a maior parte dos pesquisadores ainda precisa de iniciativas como a da MKM para auxiliar nessa transição, principalmente no Brasil.

Identificar estas startups é uma tarefa complexa?

Muito. Temos uma equipe formada por profissionais da área médica e de biotecnologia, para que possamos avaliar com precisão o potencial que uma nova tecnologia terá. Ademais, também precisamos avaliar se já existem patentes relacionadas, se os estudos estão corretos e confiáveis e toda a parte regulatória. É um trabalho que demanda profissionais do setor. Esse é outro fator que dificulta um pouco o acesso a fundos e investidores, pois, eles tradicionalmente não têm essa expertise para identificar uma startup promissora.

Iniciativas como essas podem inserir o Brasil como um grande hub de biotecnologia?

Esse é o nosso maior propósito. Temos cérebros brilhantes e a maior biodiversidade do mundo. Precisamos fazer essa soma dar o resultado que é esperado. O caminho entre a pesquisa e o paciente é difícil de se navegar e custa caro. Queremos ser os guias desse caminho e trazer os investimentos necessários. São investimentos que inspiram a cura.


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