A Monin, fabricante de soluções aromáticas para bartenders, mixologistas, chefs e baristas, anunciou que irá construir sua primeira fábrica na América Latina. A nova instalação será erguida em Itu, São Paulo, em um terreno próprio de 132.000m². Com investimentos estimados em R$350 milhões, o projeto promete gerar mais de 200 empregos diretos e cerca de 300 indiretos de operação industrial numa primeira etapa, além de 450 a 500 empregos diretos de obras das edificações industriais e administrativas. Com uma infraestrutura moderna que abrangerá 32.000m² de edificações, a fábrica priorizará o uso de materiais da região, além de adotar medidas para o consumo equilibrado de água e energia. A Monin também irá preservar uma área de aproximadamente 30.000m² como reserva ambiental. Segundo Alexandre Boyer, diretor-geral da empresa no Brasil, a escolha de Itu para receber a primeira unidade de negócio da Monin foi estratégica. “A cidade tem uma excelente infraestrutura, acessos rodoviários, está próxima da capital e principal centro financeiro, além de aeroportos e portos, recursos naturais, importantes fornecedores de matérias-primas e os principais mercados consumidores do país. Aliado a tudo isso o fato de ser uma cidade acolhedora que proporciona qualidade de vida a seus colaboradores e parceiros”, pontuou o executivo. Ele ainda diz: O Brasil é um grande mercado consumidor, é um povo que gosta de consumir”.
Alexandre, o que motivou a decisão de construir a primeira fábrica da Monin na América Latina?
O Brasil é um grande mercado consumidor, é um povo que gosta de consumir. Temos possibilidades infinitas aqui e era um dever nosso ficar de olho. Estamos em um momento em que o custo logístico só está aumentando. Faz sentido para estarmos mais próximos dos nossos principais mercados. O Brasil representa um enorme potencial e vem sendo atendido com importações diretas da França, mas quando atingimos um certo nível, faz muito sentido fazer a produção localmente. Foi assim que conseguimos atingir o patamar em que estamos nos Estados Unidos, um dos principais mercados da Monin.
Qual foi o critério utilizado para selecionar Itu como localização da nova fábrica?
A cidade reúne os pré-requisitos essenciais para sediar a empresa no país, começando pelo acesso fácil à principal matéria-prima dos xaropes, o açúcar. Estamos a um raio de mil quilômetros de todos os fornecedores, dispomos de infraestrutura de logística, serviços excelentes e fomos muito bem acolhidos pelo poder público e a comunidade.
Como a infraestrutura moderna da fábrica contribuirá para o consumo equilibrado de água e energia?
Ao longo dos primeiros anos de operação, 100% do consumo destinado à produção industrial terá origem em aquíferos de grandes profundidades (cerca de 280-300m). Além de equipamentos de produção, com consumos abaixo dos padrões, as futuras instalações contarão com sistema de reuso d’água e reservatórios subterrâneos extras. Estes dispositivos vão permitir a reutilização de mais de 30% da demanda industrial em aplicações como irrigação, limpeza e manutenção. Como parte de um projeto global de Responsabilidade Social Corporativa, de forma inusitada em suas unidades industriais, a Monin deve implantar em Itu o primeiro sistema de envase por gravidade, reduzindo substancialmente o consumo de energia elétrica. Além deste projeto, será implantada uma unidade de produção de energia fotovoltaica atendendo até 35% de toda a demanda. Esta iniciativa torna o projeto uma unidade “autoprodutora” em energia, podendo até, em certas ocasiões, devolver energia limpa à rede pública. Os equipamentos de produção e operação estão sendo especificados para atender o mais alto grau de exigência tecnológica, o que deve permitir uma otimização ainda maior no consumo de energia.
Quais serão os principais materiais utilizados na construção da fábrica e por que foram escolhidos?
O projeto conta com contribuições importantes de engenheiros e arquitetos especializados em várias áreas, e em particular, a sustentabilidade. Isso foi essencial para a escolha de materiais regionais e com baixa pegada de carbono. Um dos elementos de maior enfoque nas áreas de convívio e do setor administrativo tem sido o uso do bambu. Também estamos priorizando estruturas híbridas de madeira e aço, pedras, paisagismo e revestimentos regionais. Ainda, pela natureza operacional e regulamentação sanitária em plantas de produção de bebidas, o projeto conta com sistemas de estruturas pré-moldadas em concreto armado, painéis isotérmicos de fechamentos, estruturas de coberturas metálicas e pisos especiais em concreto e fibras.
Por que foi importante para a Monin preservar uma área de reserva ambiental nas proximidades da fábrica?
Queremos dar um sentido concreto à nossa visão empresarial e viver em harmonia com o nosso meio social, adaptando-nos ao meio brasileiro. Acredito que pensar em projetos que visam a promoção de grandes valores não é apenas seguir a história da empresa, mas também um fator chave de sucesso ao garantir a adesão é o compromisso dos colaboradores. A Monin tem uma história centenária, e a nossa visão a longo prazo nos obriga a ter um olhar mais sustentável sobre o nosso crescimento. Entramos em uma fase importante da vida nacional da empresa, com o lançamento de um projeto industrial no Brasil. O que poderia ser mais lógico do que implementar nossos valores de Responsabilidade Socioeconômica (RSE) e dar vida ao nosso DNA corporativo graças a um projeto social associado ao industrial que respeitará compromissos de RSE.
Além da preservação da APP, a ideia é inserir, no seio do projeto de Itu, um “Centro de Convivência Monin”. Compartilhamos o sentimento de que, para ser verdadeiramente útil e sustentável, nossas ações devem ter um impacto real nas causas das muitas disfunções que observamos, e não apenas focar em consertar as consequências. Por isso, a educação, entendida como acesso, compartilhamento do conhecimento e desenvolvimento do talento é uma ação eficaz para trabalharmos por um mundo um pouco melhor.
Quais serão os principais benefícios e impactos socioeconômicos gerados pela construção da fábrica em Itu?
A fábrica terá investimento de R$350 milhões e prevê a geração de 200 empregos diretos e 300 indiretos, além outras 500 contratações para as obras nas instalações de escritório e indústria.
Quais são as práticas modernas de construção adotadas pela Monin no projeto da fábrica?
Apesar de um projeto greenfield, o que exige investimentos extras em infraestrutura ao redor do empreendimento, é importante enfatizar que tudo tem sido planejado de modo a minimizar impactos à vizinhança, propiciar melhorias e modernizar a infraestrutura pública na região. Além das obras no entorno e acessos, as edificações foram projetadas com o que há de melhor em sistemas construtivos pré-industrializados. Seja nas edificações industriais, ou mesmo nas instalações administrativas, os sistemas adotados representam o que de mais atual e menos agressivo ao meio ambiente se pode considerar.
Onde são implantadas essas edificações?
Todas as edificações serão implantadas no terreno sem que seja necessária a importação ou exportação de terras, o que se identifica como “balanço zero”. O projeto deve contar também com uma estação de tratamento de efluentes com tecnologia que permitirá a devolução de água ao meio ambiente em condições bastante superiores ao que se observa nos córregos e rios da região.
Quais serão as metas e expectativas da Monin em relação à produção da nova fábrica?
Em termos de volume, devemos ser capazes de produzir 20 milhões de unidades por ano em 5 anos. Também estamos planejando o desenvolvimento de novos produtos com matérias-primas locais. Para garantir a eficácia da nossa abordagem responsável, estamos implementando 3 programas que farão parte de um processo contínuo. O primeiro deles é o fator porcentagem. Buscamos medir e melhorar a eficiência enérgica do processo industrial para reduzir o desperdício e priorizar a inovação. O segundo é a meta de Carbono Neutro. Nossas fábricas buscam participar do esforço coletivo para manter as temperaturas globais que estão subindo em níveis aceitáveis.
O terceiro é a iniciativa SAPP Factory, que é desdobrada em quatro objetivos: Ter uma usina de baixo ruído, prezando pela eficiência energética; Ter uma fábrica ágil, priorizando a capacidade de adaptação; Ter uma fábrica próxima de redes de fornecedores como vidro, açúcar, etc. E por fim, uma fábrica limpa, mensurando os níveis de produção de CO2 e Água.
Por que a Monin decidiu expandir suas operações para a América Latina e como isso se alinha com a visão e valores da empresa?
Temos uma visão global de mercado, e precisamos estar presentes na América Latina. A proximidade fabril no continente irá nos ajudar a conhecer melhor os hábitos dos consumidores locais, de uma forma que não era possível apenas com o escritório em São Paulo.
Em colaboração com o Cláudio Falcão, NUBr Project Director da Monin Brasil.
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