Natália Martinhão abre espaço com seu brechó

Natália Martinhão não imaginava que, ao voltar ao Brasil, depois de morar em Medelin, na Colômbia, não teria como usar todas as suas roupas, sapatos e bolsas dos quais tanto gostava. “Os eventos que eu frequentava lá e aqui em Teresina eram diferentes, o próprio clima já não era o mesmo e eu queria coisas novas. Então, informalmente, comecei a vender minhas peças nas redes sociais. Percebi que fazia sucesso e vendia bem, então minhas amigas me pediram ajuda e passei a vender as peças delas, também. Nasceu um negócio e eu nem me dei conta desse começo”, relembra. O brechó de luxo “Desapega que a vida carrega” tem seis anos e, hoje, é uma empresa muito bem-sucedida, formalizada e com profissionais capacitados em toda a sua estrutura. Da curadoria de moda à logística, passando pela contabilidade, jurídico, gestão de pessoas e marketing, tudo é organizado para que funcione adequadamente – e o resultado se apresenta em números. Para se ter ideia, em 2022, a marca faturou R$3,5 milhões, resultado 70% superior ao ano anterior. Para que se entenda melhor a história do Desapega que a vida carrega, o brechó nasceu em Teresina (PI), com loja física e e-commerce. Pouco tempo depois, inaugurou uma loja física também em São Luís (MA). O sucesso da empreitada fez com que a empreendedora Natália Martinhão tivesse a ideia de abrir um showroom em São Paulo, que é a capital onde a Moda Circular se faz mais presente.

Natália, a história do Desapega que a vida carrega começou com uma observação. Como essas observações têm sido importantes em sua trajetória como empreendedora?

O Desapega começou virtual, com uma conta no Instagram que apenas eu falava com as pessoas diariamente. E desde lá, o carisma e contato com público é algo que friso com equipe e faço questão de não perder essa essência. Outro fato importante, que mesmo quando a empresa era pequena, fiquei na atualização de CRM. Item que hoje vejo real importância.

O que o seu negócio tem de diferente de outros e que você considera o seu grande carro-chefe?

Hoje existem diversos brechós no Brasil e no mundo, nosso diferencial é que não trabalhamos apenas em um segmento específico, por exemplo, apenas bolsas de luxo. Como costuma dizer, o Desapega é para todos aqueles que gostam e querem uma oportunidade e valorizam a moda sustentável. Seja qual for o público.

Quais os principais desafios que você teve que superar nesses seis anos de empreendimento?

Passamos pela pandemia, certamente o maior desafio para todos os empreendedores, e ao longo dos anos quebramos paradigmas, levando-os moda de segunda mão para um público A e mostrando que esse Mercado venho para ficar.

Quando você sentiu que o Desapega tinha dado certo?

Tudo aconteceu muito rápido, de uma conta no Instagram, as peças na minha casa, 2 meses uma pequena loja, 1 ano uma loja enorme, pandemia, loja em São Luís (MA), São Paulo, não paramos. Acredito que esse movimento me faz pensar que segue dando certo e que não vamos parar.

Qual seria o ponto de virada para a consolidação do seu negócio?

Superar a pandemia e voltar com mais forças, estratégias e a abertura de SP certamente foram alguns pontos.

Em quantos estados se encontra o Desapega?

No momento 3: Piauí, Maranhão, São Paulo e estamos abrindo no Rio de Janeiro.

Como se encontra o e-commerce da marca?

Estamos trabalhando para melhorar no site, porém, vendemos muito pelos grupos de WhatsApp e redes sociais.

Qual a importância do digital para o crescimento do empreendimento?

Extremamente significativa. 70% do que postamos nas redes é vendido de forma on-line.

Quantos clientes estão cadastrados na plataforma?

Hoje temos mais de 370 mil cadastros.

Quando surgiu a ideia dos formatos pop-up stores?

Uma forma de fazer um estudo do Mercado nas regiões que pretendermos ter sede. Entender comportamento do cliente, mapear perfil e estudar possibilidades.

Quais os principais passos que serão dados pela marca em 2023?

Expansão no e-commerce e abertura de lojas físicas no nordeste e RJ.