A Nigéria, conhecida por suas vastas reservas de petróleo, enfrenta atualmente uma crise humanitária alarmante, com aproximadamente 4,3 milhões de pessoas correndo o risco de sofrer fome aguda e generalizada. A situação é particularmente grave nos estados de Borno, Adamawa e Yobe, localizados no nordeste do país africano. Desafortunadamente, as organizações humanitárias, diante da falta de financiamento, só conseguem atender a uma parcela ínfima, cerca de 300 mil indivíduos.
O Escritório de Assistência Humanitária da ONU (Ocha) lançou um plano de resposta estimado em impressionantes US$396 milhões para combater essa crise. O objetivo é evitar a desnutrição aguda em crianças e prover auxílio às pessoas durante a iminente temporada de escassez de alimentos, que costuma ocorrer entre junho e agosto. Nesse período, a escassez se acentua, tornando a obtenção de comida uma tarefa árdua para muitos. Além disso, nos três estados mais afetados, os conflitos armados agravam ainda mais a situação, tornando a sobrevivência uma batalha diária.
A desnutrição infantil é uma das maiores preocupações, com cerca de 2 milhões de crianças menores de cinco anos enfrentando esse desafio, e a tendência é de que esse número continue crescendo. Aproximadamente 700 mil desses menores correm risco de desnutrição severa, o que representa uma ameaça à sua saúde e bem-estar.
Os dados divulgados pelo Ocha destacam a gravidade da crise, com quase 4,3 mil internações ligadas a casos complicados de desnutrição apenas nos estados do nordeste da Nigéria entre janeiro e março deste ano. Essa estatística é alarmante, representando um aumento significativo de 23% em comparação com o período homólogo.
Para mitigar a situação de extrema insegurança alimentar enfrentada pelas famílias nigerianas, o financiamento antecipado é de vital importância. O vice-porta-voz da agência, Jens Laerke, enfatiza que ampliar as intervenções é uma urgência. Isso inclui o fornecimento de alimentos, produtos terapêuticos e apoio aos meios de subsistência das comunidades afetadas. Sem essas intervenções, o cenário pode se tornar catastrófico para milhões de pessoas.
No entanto, as entidades humanitárias enfrentam uma grande lacuna financeira. Para agir efetivamente, necessitam de um total de US$ 1,3 bilhão neste ano, mas, até o momento, apenas um pouco mais de 11% desse valor foi recebido. A continuidade da assistência é crucial, pois, quanto mais tempo as famílias ficam sem suporte, maior é o risco de fome e morte, empurrando mais pessoas a recorrerem a estratégias prejudiciais e nocivas de sobrevivência. Entre elas, infelizmente, estão práticas como exploração sexual, venda de posses e até mesmo o trabalho infantil, que comprometem o bem-estar físico e psicológico de indivíduos já vulneráveis.
É crucial que a comunidade internacional e os governos reajam rapidamente para enfrentar essa crise humanitária. Doações e apoio financeiro devem ser mobilizados para que as organizações humanitárias possam expandir suas operações e alcançar um número maior de pessoas em situação de risco. Ao garantir o acesso a alimentos nutritivos e apoio às comunidades afetadas, poderemos fornecer uma base sólida para que as famílias nigerianas superem essa difícil temporada e recuperem sua segurança alimentar e dignidade. Ações rápidas e coordenadas são fundamentais para evitar uma tragédia humanitária de proporções devastadoras na Nigéria.
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