Com mais de 20 anos de atuação como fabricante de luminárias industriais, a Novvalight teve sua origem da empresa italiana Fael Luce, com mais de 50 anos de mercado. Quando desembarcaram no Brasil, a marca tinha como principal objetivo vender iluminação pública com tecnologia de eletromagnética, porém, a competitividade foi crescendo juntamente com o surgimento de novos produtos com especificações menos rigorosas e custos mais acessíveis, sendo necessário migrar para outro tipo de mercado, o industrial, que hoje é o carro-chefe e representa 80% do faturamento da companhia. “Ao longo dos anos traçamos novos caminhos e fomos desenvolvendo luminárias totalmente eletrônicas e modernas dentro da nossa fábrica própria, com tecnologia 100% nacional. Migramos as luminárias com tecnologia eletromagnética para produtos eletrônicos, então, por conta do LED, hoje toda a iluminação é feita de eletrônica pura. Hoje registramos mais de R$ 30 milhões em faturamento e prevemos fechar 2022 com a marca de R$ 40 milhões. Nos últimos quatro meses aumentamos a receita na base de 25% devido à entrada no mercado de forma mais arrojada e com os lançamentos de produtos para a indústria alimentícia”, comemora o CEO, Roberto Payaro. Na visão do executivo, um dos marcos mais importantes da companhia foi a saída do capital estrangeiro e a entrada do sócio Antonio Manuel Darias Mendoza para tornar-se uma empresa totalmente nacional.
Roberto, quais as características que são únicas do mercado de luminárias industriais?
Robustez e o alto nível de exigência em termos de garantia e normas técnicas que a indústria normalmente exige, um pouco diferente de outros mercados que tem exigências mais amenas, com viés mais decorativa – como comercial, residencial.
Como uma empresa deve estar atenta a essas características para ocupar o seu lugar nesse setor?
Ter alinhamento com esse setor, em termos técnicos, ter um alto nível de produtos, estar atento às questões normativas e ter um time bastante capaz de desenvolver, explicar e colocar prescrição dentro da própria indústria, em alguns casos a própria indústria não tem claro o conjunto de normas e necessidades e o que ela pode exigir em termos de produto, dessa companhia.
A Novvalight está bem alocada nesse cenário?
Sim, temos nos esforçado bastante para termos um crescimento perene. Todos os dias temos desafios tecnológicos a serem vencidos, melhorias a serem feitas. É um ponto que temos investido muito, pesquisa, desenvolvimento, treinamento de equipe para que isso seja uma realidade cada vez mais forte em nosso dia a dia.
Quais os grandes pilares da empresa?
Desenvolvimento do produto nacional. Temos um problema muito sério de capacitação no Brasil, isso é uma coisa que tentamos lutar no dia a dia, fazendo treinamentos, fazendo melhores pesquisas, buscando apoio em Universidades, em times técnicos que através de uma consultoria pode ser conquistada. Sempre é o nosso desejo produzir e gerar empregos no Brasil.
Como inovação tem moldado os negócios da Novvalight até aqui?
É um tema recorrente no desenvolvimento dos produtos. Na indústria eletrônica, que é o caso da indústria de iluminação, você não pode parar um minuto. A cada três, quatro meses têm um ciclo de novos produtos sendo lançados, com componentes mais sofisticados, com mesmo preço ou custo menor, apresentando melhores performances. É um ciclo muito rápido, tem que estar muito atento ao que está acontecendo no mundo, se atualizando numa velocidade bastante rápida.
A tecnologia usada pela empresa é 100% nacional?
Hoje impossível. Qualquer país do mundo, por mais desenvolvido que ele seja, tenha tecnologia 100% desenvolvido ali. Sempre tem apoios, componentes, normas, ideias, que vem de fora. É uma questão de atualização constante, o importante é trazer o máximo que puder, principalmente em produção, para dentro do país. Principalmente, nesses últimos anos com as dificuldades de pandemia, agora com guerra, que influencia na logística. Estar presente, produzindo, é uma vantagem competitiva muito grande que não queremos perder, tanto pelo motivo competitivo, quanto pelo desejo de fabricar aqui.
Nos destaques de produtos desenvolvidos este ano, na verdade, eles vêm um pouco dos projetos que foram iniciados no segundo semestre do ano passado, temos a sofisticação de um de nossos produtos, que é a nossa hermética, que estamos nacionalizando dentro de todo esse contexto, os componentes eram 100% importados, basicamente montávamos o produto aqui e fizemos um trabalho de desenvolvimento local, da parte de extrudados, da parte plástica, ferramentas para a parte de injeção… é uma das grandes conquistas que temos para este ano.
Outro que é um super lançamento, que é um projetor de alta potência, devemos lançar daqui um mês. É um produto muito diferenciado, de nível realmente internacional, que foi desenvolvido 100% – desde o desenho até a ferramenta de injeção – um produto bastante sofisticado para os níveis de produção nacional que temos aqui. Um produto que, com certeza, vai competir com os produtos importados de alto nível, principalmente para grandes áreas, como estádios, aeroportos, portos.
Vamos falar um pouco mais sobre capital nacional. Por que foi fundamental a saída do capital estrangeiro com a empresa se tornando 100% nacional?
Na verdade, não diria que foi fundamental, mas sim a liberdade de não ter que reportar à matriz, ter independência, por mais que eles não fossem majoritários na época que entramos no capital da empresa, te dá uma liberdade maior de trabalhar da forma que acha mais interessante, principalmente na nacionalização dos produtos, o que talvez seria um problema se ainda tivéssemos capital de fora na companhia por ser um parceiro que produz luminárias lá fora – nada melhor do que ele exportar o produto, mesmo que fosse por partes para o Brasil.
Houve crescimento durante a pandemia?
Ressalto essas dificuldades todas e o fato da gente acreditar em produzir localmente, pelo desarranjo da cadeia de produção mundial isso nos favoreceu, sem dúvida. Tivemos alguns problemas como todos em termos de componentes, mas o fato de estar localmente, dominando a tecnologia do produto e fabricando uma grande parte aqui, isso impulsionou nossas vendas, com certeza diante daqueles que importam produtos 100% fabricados lá fora. Isso, nos ajudou a crescer e aumentar market share.
Como acredita que empresa está saindo após dois anos de turbulência?
Essa turbulência, de certa maneira, foi favorável por conta da nossa facilidade de estarmos aqui presentes, antenados com as necessidades locais. Nossos concorrentes nem mesmo conseguiam trazer produtos que já naturalmente traziam de fora. O fato de desenvolver produtos customizados, feitos sob medida para o cliente, isso nos deu uma vantagem competitiva muito grande.
Quais os próximos passos da Novvalight e suas ambições em seu âmbito de atuação?
Continuar crescendo no mercado interno e conquistar a América Latina, ainda mais com esses lançamentos de alto nível que estão saindo, criar possibilidades de nos tornar exportadores a partir do segundo semestre.
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