O diretor e roteirista André Ristum começou a carreira trabalhando como assistente de produção em Milão, na Itália. Foi assistente de direção em produções internacionais, como “Beleza Roubada” de Bernardo Bertolucci e “Daylight” de Rob Cohen. Em 2011, escreveu e dirigiu seu primeiro longa-metragem, “Meu País”. O filme foi protagonizado por Rodrigo Santoro e contou com Cauã Reymond e Débora Falabella no elenco. Além disso, o longa-metragem ganhou os prêmios de melhor montagem, melhor trilha sonora, melhor direção e de melhor ator no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Ristum é formado em direção de cinema pela Universidade de Nova York. Na TV destaca-se os seus trabalhos “Nascemos para Cantar” (2010) e “Histórias de Verão” (2014) ambos produzidos pela RecordTV. “Hoje em dia são poucas. Acho que a principal diferença ainda hoje é o tamanho dos orçamentos. Aqui temos sempre que nos adaptar com o que temos. Não importa o tamanho do orçamento, nunca será o suficiente para o projeto. Nos filmes em que trabalhei no exterior, o orçamento sempre era adequado ao filme, permitindo que fosse realizado sem cortes que pudessem sacrificar o resultado de alguma maneira. (…) “O Outro Lado do Paraíso” teve um grande sucesso, principalmente na América Latina, por ter uma temática muito cara aos povos dos países desse continente”, afirma o cineasta.
André, já podemos dizer que o Brasil tem uma indústria cinematográfica?
Podemos dizer que temos uma produção consistente e estável, em constante crescimento ao longo dos anos. A expansão agora abrange também a produção independente para televisão, o que nos últimos anos permitiu a ampliação exponencial do mercado. Acho que estamos caminhando na direção de ter uma indústria cinematográfica.
Você começou trabalhando como assistente de produção em Milão. O que essa experiência lhe trouxe de amadurecimento para os desafios que vieram logo a seguir?
Os primeiros trabalhos em Milão, embora em funções muito marginais ao aspecto criativo, foram muito interessantes por que me colocaram desde o início numa estrutura muito profissional. Os primeiros filmes em que trabalhei me trouxeram desde o começo uma clareza sobre o processo de realização de um filme que aproveito até hoje.
No filme “Beleza Roubada”, você trabalhou com Bernardo Bertolucci. O que você conseguiu absorver do renomado diretor italiano e que colocou em seus trabalhos posteriores?
Na época ainda conhecia pouco do fazer cinema. Mas foi uma escola e tanto. Principalmente no que diz respeito ao trabalho no set de filmagem e a relação humana com equipe e elenco. Sob esse aspecto o Bertolucci me ensinou muito.
Quais as principais diferenças na produção na hora de se trabalhar no Brasil e no exterior?
Hoje em dia são poucas. Acho que a principal diferença ainda hoje é o tamanho dos orçamentos. Aqui temos sempre que nos adaptar com o que temos. Não importa o tamanho do orçamento, nunca será o suficiente para o projeto. Nos filmes em que trabalhei no exterior, o orçamento sempre era adequado ao filme, permitindo que fosse realizado sem cortes que pudessem sacrificar o resultado de alguma maneira.
E quais são as diferenças técnicas mais notórias?
Não vejo diferenças técnicas importantes. Apenas a falta de uma maior quantidade de recursos para poder realizar o que se imagina.
Quais os pecados que um roteirista jamais pode cometer?
Difícil dizer. Normalmente sempre coloco a mão nos roteiros que filmo, portanto, acabo sempre deixando da maneira que entendo ser o melhor pra mim.
“Meu País” depois de colocado na tela, foi aquilo que pensou quando escrevia o roteiro?
Sempre idealizamos uma coisa, que acaba sendo diferente do resultado. Entretanto, considerando que se tratava de meu primeiro filme, posso me dizer muito satisfeito com o resultado.
Neste filme, existiu alguma briga interna entre o diretor e o roteirista que no caso é você?
Digamos que por ser roteirista e diretor ao mesmo tempo, tenho total liberdade de continuar mexendo no roteiro ao longo do processo todo (ensaios, filmagem e pós-produção), tentando sempre chegar em algo melhor a cada mexida. Posso dizer que nesse aspecto me dou bem comigo mesmo…
É difícil conseguir imprimir sua linguagem única em veículos tão diferentes como a televisão e o cinema?
Com certeza o ritmo de trabalho nas duas mídias é bem diferente e às vezes não é possível priorizar certas coisas. O que procuro fazer é sempre tentar manter o mesmo olhar, seja qual for o projeto.
Considera “O Outro Lado do Paraíso” o seu melhor filme até então?
Gosto muito deste filme. Como o meu objetivo é sempre evoluir, acho que até então era meu melhor filme. Hoje considero “A Voz do Silêncio”, meu novo filme que acaba de ficar pronto, mas ainda inédito, meu melhor filme.
Por que acredita que esse filme em especial é tão citado quando o seu nome é mencionado, ou melhor, quais elementos acredita terem sido fundamentais para esse reconhecimento?
Acho que cada filme tem um caminho e uma história. “O Outro Lado do Paraíso” teve um grande sucesso, principalmente na América Latina, por ter uma temática muito cara aos povos dos países desse continente.
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