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O sucesso na visão do visionário Flávio Augusto

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Flávio Augusto da Silva é o que os norte-americanos chamam de self-made man, ou traduzindo para o bom português, o homem que conseguiu tudo o que tem sozinho, trabalhando duro e sem cansar. O empresário e palestrante carioca, se tornou um dos 10 líderes mais admirados pelos jovens do nosso país segundo pesquisas recentes. Aos 23 anos de idade, fundou a escola de inglês WiseUp. Em 18 anos, a empresa expandiu e tornou-se uma holding avaliada em mais de R$ 1 bilhão, valor este pago pelo Grupo Abril Educação em fevereiro de 2013, quando adquiriu a holding. Em 2013, Flávio comprou um clube de futebol profissional nos EUA, o Orlando City Soccer Club, na cidade de Orlando. Neste mesmo ano, o Orlando City passou a integrar a MLS – Major League Soccer, elite do futebol norte-americano. “Apesar de uma excelente qualidade em seu material humano e um mercado espetacular, neste momento, mais de 20 milhões de jovens estão se preparando para concursos públicos em busca de estabilidade. Cada um tem o direito de escolher o que quer para o seu futuro, mas penso que se Bill Gates, Steve Jobs, Zuckerberg, dentre outros que mudaram o mundo, tivessem ficado com medo de correr riscos e buscassem um emprego público, o mundo teria perdido muito com esta decisão. (…) Deduzo que o jovem comum se identifica com a minha história comum”, afirma o empresário. 

Flávio, como se sente quando lê em matérias que se tornou o empresário mais admirado do Brasil?

Embora não trabalhe com este fim, ser reconhecido pelos jovens como uma inspiração para eles é gratificante na medida em que considero esta uma função útil. Afinal, toda grande ideia ou grande projeto começa de um “insight”. O meu desejo é fazer jus a esta confiança e continuar colaborando com os jovens brasileiros.

Você sempre diz que o foco dos seus negócios são as pessoas, já que se ganhar mais dinheiro ou menos dinheiro não irá fazer diferença no momento. Um empreendedor para se tornar bem-sucedido deve sempre pensar nas pessoas em primeiro lugar?

O sucesso é construído por pessoas. Se você vai empreender, precisa se cercar de bons profissionais, precisa ser um bom líder para extrair desses profissionais o melhor, para fazer com que eles também queiram empreender. Ter sucesso na carreira, por exemplo, é empreendedorismo. Não se pode temer o sucesso alheio. As pessoas são sim quem constroem o sucesso.

“É preciso abrir a mente do jovem e encorajá-lo a criar seu próprio negócio.” Como atrair esse jovem que sempre fica tentado para se tornar um funcionário público pela estabilidade que o cargo lhe proporciona?

Deduzo que o jovem comum se identifica com a minha história comum, com uma origem comum e, após 20 anos de trabalho, ter alcançado um resultado bastante incomum. Considero que esta história pode ter criado uma identificação com este público que sonha e deseja realizar os seus projetos e encontra em minha trajetória uma inspiração para superar os seus desafios.

Um dos pilares do seu sucesso e que você sempre ressalta, é o trabalho árduo. Acredita que o empreendedorismo está muito glamourizado nos últimos tempos?

Não acredito nisso, o empreendedorismo está sendo difundido, não glamourizado.

Em que momento você enxergou que aquilo que era provisório (escolas de inglês) se tornaria um grande negócio como de fato ocorreu com a WiseUp?

Eu entrei na área comercial da empresa e dependia de comissão para receber meu pagamento. Precisei inovar e criar maneiras de trazer mais matrículas para a escola e, aos poucos, isso foi se tornando um sistema que dava certo. Aos poucos melhorei cargo e salário. Mas num dado momento, já não havia mais para onde expandir, crescer. Foi aí que decidi e comecei a WiseUp do zero, aos 23 anos, ou melhor, do negativo de meu cheque especial, pagando 12% de juros ao mês. Desafios como alugar um imóvel sem ter um fiador forte e matricular os primeiros alunos sem que ninguém tivesse ouvido falar da WiseUp fizeram parte das primeiras barreiras a serem vencidas. A verdade é que, apesar de ser uma nova empresa, eu já tinha quatro anos de experiência no setor, em especial uma experiência na área comercial, responsável por prospectar novos alunos. Ou seja, isso me ajudou muito, pois, o know-how para captar novas matrículas acelerou bastante que chegássemos ao ponto de equilíbrio e rapidamente começássemos a ter lucro operacional.

Você morava nos EUA, país onde temos um dos menores níveis de burocracia do mundo e que facilita o acesso a recursos financeiros e a tecnologia. O que o Brasil poderia fazer para seguir esse mesmo exemplo, facilitando a vida de quem quer empreender para gerar riqueza a si próprio e ao país?

Eu morei nos EUA por algum tempo, entre 2009 e 2012, não moro mais. O Brasil tem diversos exemplos, não só dos EUA. E até mesmo dentro do país existem iniciativas assim, basta querer fazer, basta iniciativa para.

O que um empreendedor deve ter em mente para levar uma empresa do zero ao topo do mercado?

Coragem. Essa é a principal característica que um empreendedor deve ter. E se cercar de bons profissionais, claro. Entender que não se ganha o jogo sozinho.

Alguém que você conhece, já se tornou um empreendedor de destaque depois de ouvir e praticar os conhecimentos passados pelo seu projeto Geração de Valor?

Felipe e Lyra (respectivamente Felipe Neto – empresário, vlogger e ator; e Eduardo Lyra, fundador do projeto Jovens Falcões) são alguns dos jovens fantásticos que, além de inteligentes, têm iniciativa, coragem, liderança e uma enorme ambição de fazer a diferença no mundo. E que começaram como GVs (membros do grupo Geração Valor). O resultado é o sucesso que eles têm alcançado e estão apenas começando, eles são um exemplo.

Em uma matéria de uma grande revista de circulação nacional, você afirma que quer transformar o Orlando City em uma marca global com 40 milhões de torcedores. Alguns leitores da matéria o chamaram de “maluco”. Como a acredita que irá alcançar essa meta e quantas vezes já foi chamado de maluco por pensar fora da caixa?

Quando mencionei essa possibilidade me baseei no potencial que existe nos EUA baseado em sua população. Os EUA possuem um mercado de 300 milhões de consumidores de classe média e que já sabem como se relacionarem com marcas de esporte. Se conquistados, nos permitirá ter mais torcedores que muitos clubes no Brasil.

Até agora não tínhamos dito absolutamente nada sobre seus pais. Qual a lição que ficou daquele apoio que eles deram a você quando quis ser oficial da Marinha e que leva até hoje depois de ter se tornado um empresário bem-sucedido?

O apoio sempre é importante quando buscamos algo, mas também é preciso saber lidar com a falta dele.

Para finalizar, qual a relação entre as palavras educação, empreendedorismo e sucesso na sua vida?

Apesar de uma excelente qualidade em seu material humano e um mercado espetacular, neste momento, mais de 20 milhões de jovens estão se preparando para concursos públicos em busca de estabilidade. Cada um tem o direito de escolher o que quer para o seu futuro, mas penso que se Bill Gates, Steve Jobs, Zuckerberg, dentre outros que mudaram o mundo, tivessem ficado com medo de correr riscos e buscassem um emprego público, o mundo teria perdido muito com esta decisão. Penso que não haja nada de ruim no serviço público, mas eu questiono os motivos e a mentalidade por trás dessa decisão. É uma mentalidade conservadora e movida pelo medo que faz com que a estabilidade seja vista como uma grande vantagem. Francamente, penso que não suportaria ficar 30 anos dentro de uma repartição pública. Pra se ter uma ideia, nos últimos 20 anos, não morei mais de 2 anos na mesma casa. Além do Brasil, morei na Venezuela, Austrália, EUA, Espanha, Inglaterra e Portugal; fundei e vendi 9 empresas que são parte do Ometz Group; faço mais de 30 viagens internacionais por ano e no momento, invisto em 6 empresas diferentes que estão no mercado e com planos de expansão bem definidos. Particularmente, penso que estabilidade não tenha tanto valor como muitas pessoas pensam, por isso, digo que o Brasil que abraçou a cultura da estabilidade se afastou de conceitos empreendedores nos últimos anos. Para se destacar no meio deste cenário é preciso nadar contra a correnteza e contrariar o fluxo das grandes massas. Por isso, a maneira como educamos nossos filhos, nossos jovens é essencial para que eles se tornem pessoas empreendedoras e de sucesso.


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