O jovem e consagrado diretor de cinema Gabriel Twardowski coleciona inúmeros motivos para celebrar. Ele e seu irmão Sérgio Twardowski, são escolhidos com frequência para conduzir materiais para diversos grandes artistas, como Luan Santana, Vitão, Matuê, Pabllo Vittar, Alok e Fresno. Convivendo dentro deste universo desde os 14 anos, graças a sua maior inspiração: seu irmão mais velho, ilustre diretor de cinema reconhecido em todo o mundo, Gabriel afirma que com certeza, os ensinamentos do primogênito o levaram ao atual estágio de sua carreira. “Na convivência diária com o meu irmão eu desenvolvi amor pelo segmento do audiovisual. Afinal, desde muito pequeno o ajudo nos projetos, sem dúvida, hoje é um prazer ser sócio do Sérgio e juntos, realizarmos grandes projetos. Temos muita conexão”. Graduado em publicidade pela PUC, Pontifícia Universidade Católica, em 2018, no auge dos seus 22 anos e com o “know-how” necessário, Gabriel Twardowski finalmente assumiu-se como diretor no mercado. Aos 24, já foi destaque no setor, recebendo diversos sinais de que estava no caminho certo. Um deles foi a indicação ao Festival de Cannes, com o projeto “Memories”, o único Filme-Metragem brasileiro a ser finalista na França. O projeto, que foi dirigido por ele e pelo irmão, se baseou em uma pesquisa extensa das quase 900 horas gravadas em turnês com o renomado DJ Alok.
Gabriel, como foi sua experiência na graduação em Publicidade na PUC?
Foi muito boa, tive professores que me inspiraram e ajudaram na inserção ao mercado. Como o audiovisual é uma área em que é fundamental a vivência de set, eles apoiavam e se esforçavam para que eu acompanhasse os assuntos tratados em sala de aula mesmo que eu não pudesse comparecer a todas. No ensino, adquiri uma ótima base de como as agências operam e pensam até que os materiais cheguem até a produtora e nós diretores apresentemos nossa visão e proposta para o projeto. Basicamente, entendi como funciona o outro lado do processo e isso foi crucial no meu desenvolvimento profissional.
Quais foram os principais desafios que você enfrentou para se estabelecer como diretor no mercado cinematográfico?
O principal desafio foi me livrar das minhas próprias amarras. Pensava muito em o que era certo e principalmente, o que poderia ser errado na trajetória que eu estava trilhando, porém, quando percebi que ser eu mesmo seria o meu maior diferencial, consegui me concentrar no que de fato interessa, adquirir o maior conhecimento e experiência possível para então, alcançar o meu objetivo.
O entendimento do mercado publicitário em relação aos meus trabalhos com entretenimento também levou algum tempo, uma vez que um dia eu estava fazendo clipes, documentários ou mesmo entregas publicitárias com artistas num escopo mais enxuto e, no outro, estava em um set publicitário com um escopo e estrutura maiores. Aos poucos o mercado vem entendendo o entretenimento como um grande formador de opinião e, na consequência, um grande vendedor, e que profissionais como eu que fazem as duas vertentes são uma opção interessante, por permearmos ambos os cenários.
Qual é a sua maior inspiração no mundo cinematográfico?
Meu irmão e também diretor, Sérgio Twardowski, pelo profissional que ele é. Desde a infância acompanhava seus sets e hoje é uma honra que possamos colaborar juntos nos projetos e em família.
Quais artistas e projetos foram os mais marcantes para você ao longo de sua carreira?
O Alok foi um dos primeiros clientes com maior alcance que acreditaram em mim. Juntos, fizemos projetos que são muito especiais e me auxiliaram no estabelecimento da minha linguagem de direção. Ele é um cliente que acreditou muito na minha visão e, inclusive no projeto “Memories” não foi diferente, indicado a Cannes ele surgiu dessa relação de confiança, conosco propondo a ele a ideia e ele acreditando muito. O “Memories” foi um marco não só por ser para um cliente que tenho muita gratidão como também por ter sido feito com meu irmão, em que pudemos revisitar tantos momentos captados em todos esses anos com o Alok e produzirmos um projeto pessoal nosso.
Como é trabalhar em conjunto com seu irmão Sérgio Twardowski?
É muito especial. Brincamos que irmãos trabalhando juntos ou dá muito certo, ou muito errado, e felizmente nós damos muito certo quando trabalhamos juntos, ao mesmo tempo em que é muito especial estar em família em meio ao ambiente profissional.
Qual é a sua visão sobre o cenário atual do cinema brasileiro?
Vejo que o cenário atual está se reinventando e entendendo novas maneiras de captar orçamentos e principalmente apoio para realização. Fazer cinema no Brasil possui várias barreiras e ainda assim temos obras maravilhosas com narrativas poderosas, mas que em termos de bilheteria não arrecadam tanto. Dessa maneira, o streaming e demais maneiras de veiculação estão surgindo como ótimas alternativas para tal.
Como é lidar com a pressão de trabalhar com grandes nomes da indústria musical brasileira?
Eu não diria que é uma pressão e sim uma responsabilidade grande, e eu sonhava com trabalhos desse porte. Por isso, tenho uma relação muito leve com esse sentimento, e acredito que essa condição me faz manter o foco ainda mais para que os trabalhos saiam como o planejado.
Qual foi sua maior conquista profissional até agora?
Meu objetivo sempre foi fazer projetos que impactassem e atingissem pessoas, em seus variados sentimentos. “Casa Assombrada”, clipe que dirigi para a Fresno, trata sobre saúde mental. Pela resposta dos fãs, parece ter atingido esse objetivo e ter trazido uma grande identificação. Se tratando de um tema tão relevante, vejo como uma grande conquista.
Como você lida com os desafios criativos na direção de projetos cinematográficos?
Os desafios criativos são parte essencial do processo de direção, e eu os encaro como oportunidades de crescimento. Busco sempre estar aberto a novas ideias, colaborar com minha equipe e explorar diferentes abordagens para solucionar os desafios criativos. Acredito que a criatividade é alimentada pela diversidade de perspectivas e pela disposição em arriscar e experimentar.
O que faz para manter atualizado em relação às tendências e mudanças na indústria cinematográfica e publicitária?
Para me manter atualizado, busco estar sempre em contato com outras pessoas da indústria, participar de eventos, festivais e workshops, ler artigos e notícias especializadas, além de acompanhar de perto as mudanças e tendências nas redes sociais e plataformas digitais. Acredito que a aprendizagem contínua e a adaptação são fundamentais em um mercado em constante evolução como o cinematográfico e publicitário.
Quais são seus planos e metas para o futuro em sua carreira como diretor?
Tenho planos de continuar explorando diferentes formatos e gêneros cinematográficos, buscando expandir minha atuação na indústria cinematográfica e publicitária, tanto no Brasil como internacionalmente. Tenho como meta desenvolver projetos autorais e colaborativos que tenham impacto e relevância social, além de continuar trabalhando com artistas e marcas que acreditem na minha visão criativa. Pretendo também compartilhar meu conhecimento e experiência através de mentorias e workshops, contribuindo para o desenvolvimento de novos talentos na área.
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