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ONU, Tupac, F1…

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Nem todo mundo tem tempo (ou estômago) para acompanhar o noticiário inteiro. É guerra lá fora, escândalo aqui dentro, político fazendo dancinha no TikTok e economista prometendo milagre com inflação alta. Enquanto isso, você tenta sobreviver à vida real. A gente entende.

Por isso nasceu o Condensado: uma dose diária de realidade em 6 tópicos, com informação quente, ironia fria e aquele comentário ácido que você gostaria de ter feito — mas estava ocupado demais trabalhando pra pagar o boleto.

Aqui não tem enrolação, manchete plantada ou isenção fake. Tem olho cirúrgico e língua solta. O que rolou (ou rolará) de mais relevante no Brasil e no mundo vem aqui espremido em 10 linhas (ou menos) por item. Porque o essencial cabe — e o supérfluo, a gente zoa.

Informação? Sim. Respeito à inteligência do leitor? Sempre. Paciência com absurdos? Zero.

Bem-vindo ao Condensado. Pode confiar: é notícia, com ranço editorial.

ONU faz 80 anos: da utopia planetária à burocracia ornamental com crachá e café frio

Em 24 de outubro de 1945, nascia a Organização das Nações Unidas, aquela reunião de intenções nobres que se transformou em um grande call global com eco diplomático e café morno. Criada para evitar guerras, viu centenas delas; formada para garantir a paz, especializou-se em resoluções que ninguém cumpre. O mundo mudou, os tiranos se reciclaram, e a ONU virou um condomínio moral onde cada país paga sua taxa de conveniência geopolítica. Mas é preciso reconhecer: 80 anos não é pouca coisa. A ONU sobreviveu à Guerra Fria, aos tweets de Trump e às assembleias que duram mais que novelas turcas. Continua a falar em “direitos humanos”, enquanto metade dos seus membros trata isso como sugestão facultativa. Se fosse uma empresa, seria o LinkedIn da diplomacia — cheio de boas intenções e slogans inspiracionais. Em suma, a ONU não acabou com as guerras, mas criou empregos em Nova York e uma geração de tradutores felizes. É o triunfo da burocracia sobre a barbárie — ou o empate.

Hugo Motta, cortes e manobras: o Congresso brinca de Excel com o orçamento e o país paga a conta

O presidente da Câmara, Hugo Motta, anunciou o novo espetáculo da temporada: o projeto dos cortes de despesas, uma comédia orçamentária com roteiro improvisado e figurino fiscal. O Governo quer “ajustar contas” sem ajustar privilégios, o que é quase uma arte performática. O texto, ainda em gestação, deve incluir trechos da medida provisória que morreu de inanição no plenário — o país que não vota, legisla por necropsia. Entre as propostas, o corte linear de 10% em incentivos fiscais soa como dieta de político: muito falada, nunca cumprida. O líder do Governo, José Guimarães, tenta costurar apoio, enquanto a base calcula quanto perde e quanto pode fingir que ganha. Motta promete “esforço concentrado” — o que, em Brasília, significa quatro dias seguidos de reuniões que não resolvem nada. A Câmara, afinal, é o grande teatro da austeridade seletiva: corta-se onde dói pouco e mantém-se onde rende voto. O povo? Continua no papel de figurante, aplaudindo sem cachê.

Tupac, Janet e o beijo que nunca aconteceu: entre o rap, o cinema e o HIV, um retrato do moralismo de Hollywood disfarçado de cuidado

A biografia “Only God Can Judge Me: The Many Lives of Tupac Shakur”, do jornalista Jeff Pearlman, é um mergulho em um homem que foi poeta, profeta e problema — às vezes tudo na mesma rima. Entre 700 entrevistas e toneladas de polêmicas, o livro ressuscita o episódio mais “tabloidal” de sua vida: o beijo negado por Janet Jackson durante as filmagens de Sem Medo no Coração (1993). A diva teria pedido que o rapper fizesse um teste de HIV antes da cena. Tupac, ofendido, reagiu como sempre: em verso e veneno. O produtor confirmou que Janet se sentia desconfortável, e o set virou um ringue de egos com trilha sonora de R&B. O diretor John Singleton, anos depois, confessou: tudo começou como uma piada. Ou seja, Hollywood usou um rumor sobre HIV para promover um filme — uma ironia deliciosa da indústria que moraliza no trailer e lucra na bilheteria. Sem Medo no Coração faturou o dobro do orçamento e rendeu a Janet uma indicação ao Oscar por “Again”. Tupac morreu pouco depois, eternizado na contradição que sempre foi: o homem que rimava sobre empoderamento e foi condenado por abuso. Entre a poesia e a pancada, Tupac continua o mesmo — o mártir que Hollywood não soube se amar ou vender.

Tupac morreu pouco depois, eternizado na contradição que sempre foi (Foto: Google)
Tupac morreu pouco depois, eternizado na contradição que sempre foi (Foto: Google)

Globo volta à Fórmula 1: o ronco dos motores e dos narradores em alta rotação para reviver o domingo que já foi religião

Depois de um pit stop de alguns anos, a Globo decidiu religar os motores e retomar a transmissão da Fórmula 1, aquele esporte em que brasileiros choravam por Senna e hoje torcem por… ninguém, mas fingem que sim. O narrador Everaldo Marques, conhecido por colocar emoção até em boliche, assume o microfone com o entusiasmo de quem encontrou a última bala de audiência no fundo do sofá. Ao seu lado, Rafael Lopes, o homem das planilhas e da paixão técnica, garantirá que cada volta pareça uma tese de doutorado em aerodinâmica. E para dar o toque de autenticidade, Luciano Burti volta do limbo televisivo com suas análises de ex-piloto — uma profissão que o público sempre respeita, mesmo sem entender nada. A Globo promete uma transmissão “épica”, o que no seu dialeto significa drones, realidade aumentada e uma tentativa desesperada de fingir que o domingo ainda é da família. O retorno é simbólico: uma emissora tentando reacender o passado em alta definição, enquanto os streamings disputam cada curva da audiência. No fundo, o que a Globo quer é simples — que o brasileiro volte a gritar “vai, vai, vai!” para alguma coisa que não seja a taxa Selic.

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Cinesystem e UCI: o casamento arranjado entre um cinema de shopping paranaense e um blockbuster americano cansado de pipoca fria

O escurinho do cinema agora é o palco do suspense corporativo mais quente do mercado: a Cinesystem, nascida nos paranaenses multiplexes e criada a pão de queijo e promoções de terça, estaria de olho na UCI, a rede de cinemas que a Paramount Skydance colocou no balcão das liquidações globais. É o encontro improvável entre o emergente e o decadente — um tipo de “Casablanca” financeiro sem Ingrid Bergman. Com 29 complexos e 240 salas, a UCI fatura R$ 360 milhões por ano, mas perdeu o glamour de seus tempos de tapete vermelho. A Cinesystem, por sua vez, fez R$ 184 milhões em 2024 — e sonha em se tornar o Spielberg do setor. Se a compra sair, o conglomerado chegará a R$ 540 milhões em receita, uma megaprodução para quem começou com sessões dubladas de “Velozes e Furiosos 3”. Mas como todo bom drama corporativo, ninguém fala oficialmente sobre nada: a Cinesystem silencia como quem espera o Oscar, e a UCI apenas murmura que “as negociações estão sendo conduzidas pela matriz nos EUA”. Hollywood é isso: quando o enredo complica, entra o “sem comentários”. E enquanto isso, o público — nós, os espectadores da economia — segue pagando R$ 50 no ingresso e R$ 30 no refrigerante, porque, no fim, o lucro do cinema está no balcão da pipoca, não na tela.

Trump e Xi Jinping: a cúpula da dissonância entre o ego inflável e o império paciente

O mundo se prepara para mais um capítulo do reality show geopolítico estrelado por Donald Trump, que agora retorna à Ásia para uma turnê diplomática digna de um Elvis geopolítico em Las Vegas. O ápice será o encontro com Xi Jinping, o homem que governa a China com a calma de quem já sabe o final da série. Entre um aperto de mão e outro, Trump deve falar sobre comércio, Taiwan e — inevitavelmente — ele mesmo. A Casa Branca diz que não haverá encontro com Lula, o que deve ser um alívio mútuo: menos constrangimento para o Brasil, menos tédio para Trump. A agenda inclui ainda Japão e Coreia do Sul, onde Trump posará como salvador do Ocidente enquanto Xi sorri com o olhar de quem já comprou metade dele. A reunião promete ser simbólica: um showman e um estrategista, um tuíte e um tratado. E enquanto eles posam para fotos, o planeta assiste, resignado, ao espetáculo eterno da diplomacia — onde os líderes falam em paz enquanto ensaiam o próximo conflito.

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Tupac, Janet e o beijo que nunca aconteceu

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