Alexandre Pierro é sócio-fundador da PALAS e um dos únicos brasileiros a participar ativamente da formatação da ISO 56002, de gestão da inovação. A PALAS é uma consultoria de inovação e gestão pioneira na implementação da ISO 56002. A equipe da consultoria participou ativamente do processo de formatação dessa norma e conquistou a primeira certificação da América Latina. A empresa também é a primeira consultoria certificada no Brasil. Oferecemos treinamentos, consultorias e implementação de normas ISO com o propósito de preparar as empresas para o futuro. Para o portal Panorama Mercantil, o executivo e especialista em sistemas de gestão afirma categoricamente com exclusividade: “Acredito que a melhor definição de gestão da qualidade seja a gestão dos interesses do cliente e como atingir suas expectavas. Afinal, a definição de qualidade é justamente atender as exigências do cliente. Se faço isso, então possuo qualidade na minha entrega. Uma forma didática de exemplificar esse conceito é pensar em um cliente que queira comprar um carro econômico, que consuma pouca gasolina. Por mais que eu acredite que um carrão possante, com banco de couro, sete lugares e um ótimo porta malas, seja o melhor carro para ele, não é isso que ele quer. Se eu vender isso, minha entrega não terá qualidade. Mas, se vender um carro 1.0, aí terei qualidade na minha entrega”.
Alexandre, como você define uma gestão de qualidade?
Acredito que a melhor definição de gestão da qualidade seja a gestão dos interesses do cliente e como atingir suas expectavas. Afinal, a definição de qualidade é justamente atender as exigências do cliente. Se faço isso, então possuo qualidade na minha entrega. Uma forma didática de exemplificar esse conceito é pensar em um cliente que queira comprar um carro econômico, que consuma pouca gasolina. Por mais que eu acredite que um carrão possante, com banco de couro, sete lugares e um ótimo porta malas, seja o melhor carro para ele, não é isso que ele quer. Se eu vender isso, minha entrega não terá qualidade. Mas, se vender um carro 1.0, aí terei qualidade na minha entrega.
Quais os pilares dessa gestão?
Segundo o prisma da ISO (International Organization for Standardization), toda gestão da qualidade tem que ser pautada em sete grandes pilares. São eles: Foco no cliente, liderança, engajamento das pessoas, abordagem por processos, melhoria, tomada de decisão baseada em dados e gestão de relacionamento.
O que é fundamental para se obter uma gestão de qualidade?
Como a gestão de qualidade é pautada em atender as necessidades do cliente, para se obter uma boa gestão da qualidade é necessário estarmos atentos e “ouvindo” o que o nosso cliente deseja, pois, apenas assim poderemos nos apaixonar pela “dor” do cliente em vez de se apaixonar pelas nossas soluções, que muitas vezes não resolvem os problemas dele.
Como a inovação traz essa gestão de qualidade para as empresas?
A inovação propõe uma nova abordagem para criar ou melhorar produtos, serviços ou processos dentro da empresa. Nesse sentido, a inovação é um ótimo caminho para atendermos os nossos clientes de uma forma mais rápida, eficaz e barata.
Qual tipo de inovação ainda é predominante no Brasil?
Atualmente, vemos dois movimentos distintos no mercado: um interno nas empresas, gerado por inovações incrementais, e outro externo, gerado pelas startups, focado em inovação disruptivas. O movimento interno é pautado por inovações pontuais, que pretendem melhorar seu produto, serviço ou processo. Já no âmbito das startups, a inovação é focada na geração de novos produtos que não existem no mercado. Ambas possuem vantagens e desvantagens. Porém, para garantir que a empresa seja inovadora, ela deve focar tanto nas questões internas e quanto nas externas, e não apenas em um único modelo de inovação.
Quais os maiores benefícios da inovação fechada?
O foco da inovação fechada são as ideias geradas dentro da empresa, ou seja, pelos próprios colaboradores. A grande vantagem desse modelo é que o colaborador da empresa conhece melhor que ninguém as dores e oportunidades da empresa. Dessa forma, suas ideias e iniciativas tendem a ser muito mais assertivas.
E quais os maiores benefícios da inovação aberta?
A inovação aberta tem outro foco. Ela é pautada pela ajuda externa de empresas – normalmente, startups. A empresa apresenta um problema para seus parceiros externos e eles trazem ideias e soluções pautadas em abordagens diferentes das que ela adotaria normalmente. Esse tipo de inovação pode ser muito útil para a geração de novos produtos e serviços, pois, o olhar externo consegue muitas vezes ver o problema de forma diferente, dando uma nova solução e abordagem para ele.
Seria possível mesclar uma inovação aberta com uma inovação fechada?
Além de ser possível, é essencial que isso ocorra, pois, precisamos olhar tanto para dentro (colaboradores) quanto para fora (startups e ecossistema de inovação) para conseguir achar a melhor solução pra os clientes – afinal, eles são o foco de tudo, desde a inovação até a qualidade.
No mundo rápido das startups, qual dessas inovações seria mais adequada?
O mundo das startups já é pautado por inovações disruptivas. Porém, uma questão extremamente importante para elas e que, muitas vezes, é negligenciada é a gestão. Segundo dados do Sebrae, 75% das startups não conseguem chegar ao terceiro ano de vida – muitas vezes, por conta da negligência no que tange a gestão. E aí, surge o questionamento: como uma empresa pode apostar todas as suas fichas no processo de inovação aberta de uma startup se há 75% de chance desta não sobreviver ao terceiro ano de vida? Quando vemos esses dados, percebemos como a gestão tem que ser priorizada no que tange ao ecossistema de inovação.
Como uma empresa adota a ISO 56002 como norteador para os seus processos de inovação?
A norma ISO 56002 é um framework recém lançado pela ISO, organização sem fins lucrativos sediada em Genebra, na Suíça. O foco dessa metodologia é unir as melhores práticas do mundo da gestão com as do mundo da inovação. Esse equilíbrio ajudará a criar o futuro das empresas – afinal, sem gestão, a empresa não terá vida longa, e sem a inovação, ela não irá se diferenciar no mercado.
A adoção de uma cultura resiliente, pode facilitar esse processo em que pontos?
Como Charles Darwin dizia, o mundo é dos que mais se adaptam e não dos mais fortes. Isso tem tudo a ver com o cenário atual! Quando vemos empresas centenárias fechando as portas, vemos que precisamos ser ágeis e resilientes e temos que nos adaptar a diversos cenários. Quanto mais rápido fizermos isso, maior será a chance de sobrevivência da nossa empresa.
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