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Pedro Schestatsky fala dos danos causados pela Covid

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Pedro Schestatsky é neurologista com pós-doutorado em Harvard, professor, pesquisador, empreendedor de novas tecnologias em Medicina e autor do livro “Medicina do Amanhã”, pela Editora Gente. Realizou em si mesmo o transplante de fezes para avaliar os efeitos no seu corpo e ressaltar a importância do intestino na saúde. O médico, já escreveu um artigo breve sobre o estudo que aponta nos mapas genéticos dos pacientes, mutações que fazem com que, caso a pessoa pegue o vírus, tenha complicações muito maiores. Isso pode ajudar a explicar os casos de jovens, na teoria fora do grupo de risco, que ficaram muito mal ou até mesmo faleceram. Muita gente está descuidando cada vez mais, no entanto, até a vacina chegar para todos, ainda pode ocorrer a lotação dos hospitais e mais mortes. “O novo coronavírus coloca no limite os sistemas de saúde e, sem a vacina para todos, as formas de evitar a propagação do vírus consistem no distanciamento social, uso de máscaras, álcool 70°, água e sabão. De fato, pessoas jovens e sem doenças pré-existentes apresentam um risco menor de desenvolver complicações caso sejam infectados, mas, agora, um estudo apresenta uma pista mais abrangente: a agressividade da Covid-19 pode estar relacionada a uma mutação de certos genes humano. Isso coloca em xeque o sentimento de invencibilidade e pode ajudar a justificar o agravamento de quadros em pacientes fora do grupo de risco”, afirma.

Doutor, as mutações genéticas são responsáveis pela piora de pacientes com Covid-19?

Não. Os genes influenciam apenas 20% da nossa saúde. O resto é o ambiente, que agrupei na sigla MAP (movimento, alimento e pensamento). MAP alto, Covid baixo e vice e versa.

Um estudo israelense publicado em outubro do ano passado, afirmou que genes PiZ e PiS possuem maiores probabilidades de desenvolver sintomas severos da Covid. Isso também já é um fato?

Sim, mas não muda muita os cuidados que todos temos que ter.

Como saber se uma pessoa possui um gene PiZ ou PiS?

Através de um painel genético após coleta de sangue ou saliva, porém, não estão disponíveis comercialmente.

Aqui no Brasil foram encontrados 21 genes relacionados aos sintomas severos da SARS-CoV. Como se deu esse estudo?

O estudo foi liderado pela Elsevier, empresa global de informações analíticas, que contribui com instituições e profissionais para o progresso da assistência à saúde e da ciência.

A qualidade de vida pode ter uma influência nesses genes?

Total! O ambiente modula a ação dos genes, fenômeno conhecido por epigenética. Assim, o estilo de vida (MAP) desativa genes problemáticos e potencializa genes interessantes!

Pessoas com comorbidades e adeptas de um estilo de vida saudável, estão sujeitas as mutações genéticas do vírus?

Não existe relação em ter ou não ter mutações com estilo de vida. Porém, um bom estilo de vida reduz tanto as chances de contágio quanto de complicações, mesmo naqueles portadores de mutações genéticas pró-Covid. Claro, uma pessoa que sabe que possui os genes com a mutação deve tomar cuidados redobrados.

As novas mutações do coronavírus podem ser uma ameaça às vacinas?

Acredito que não. Teriam que ser mutações muito diferentes para sair do espectro da vacina, o que é improvável em tão pouco tempo.

Quais os danos cerebrais que o coronavírus pode causar em alguém que sofreu essa mutação?

Estão descritas micro-tromboses (miro-as) em alguns raros pacientes com Covid grave.

Esses danos podem ser irreversíveis se o paciente sobreviver à fase severa da doença?

Podem, mas vai depender da idade e de outras condições clínicas do paciente. Infelizmente, as maiores vítimas da Covid são idosos com doenças crônicas, e isso dificulta a reabilitação de sequelas pulmonares do vírus.

Como a medicina entra na prevenção desse quadro?

Além das conhecidas medidas de segurança (máscara, lavagem de mãos e fuga de aglomerações), o foco deve ser naquele nosso órgão mais importante quando se fala em imunidade: o intestino. Por isso, trate-o como um verdadeiro jardim. Regue-o todos os dias com vegetais variados e evite comer porcarias. E não esqueça; meditação, sono e caminhadas também são importantes para saúde intestinal, portanto, da nossa imunidade contra o vírus.

A importância do distanciamento social se torna ainda mais fundamental nesse período em que as vacinas começam a ser aplicadas?

Sim! A pessoa só estará totalmente imunizada depois da segunda dose, mas ainda está sendo estudado se, mesmo vacinada, ela continua transmitindo o vírus. Até atingirmos a chamada imunização de rebanho, o distanciamento e as medidas de proteção ainda devem ser mantidos.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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