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Professor defende STF em ações trabalhistas

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O debate em torno das ações trabalhistas que têm chegado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos últimos meses tem despertado grande interesse e discussão na sociedade brasileira. O ministro Gilmar Mendes revelou recentemente que mais da metade das reclamações protocoladas na Corte Superior têm origem em disputas trabalhistas, representando cerca de 54% do total. Esta estatística levanta importantes questões sobre o papel do STF nesse contexto e a relação entre a Justiça do Trabalho, o Congresso Nacional e o próprio STF, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento de outras formas de trabalho para além do tradicional vínculo empregatício com carteira assinada.

Para entender melhor a situação e o papel do STF, é essencial considerar a perspectiva do renomado professor de Direito Constitucional, Antonio Carlos de Freitas Jr., mestre pela Universidade de São Paulo. Segundo ele, o STF está desempenhando sua função fundamental como guardião da Constituição e promovendo a aplicação do Direito de maneira enérgica. Freitas enfatiza que o STF é o órgão máximo do Poder Judiciário e desempenha um papel crucial na orientação do país. Ele afirma: “É o STF o supremo guardião da Constituição e o órgão que representa a cúpula do judiciário, e que é responsável por nos dar a direção enquanto país”.

No entanto, Freitas não hesita em criticar a postura histórica da Justiça do Trabalho, que ele vê como mantendo uma visão marxista do Direito e promovendo uma militância anacrônica. Em suas palavras: “O grande problema é que a Justiça do Trabalho faz uma militância anacrônica, criando um ambiente de instabilidade jurídica que prejudica investimentos externos e internos. E não é somente na aplicação da lei ou caso concreto. É uma visão que vem no exercício de jurisdição, como ato de poder político e de transformação social, de diminuição de desigualdades e intervenção na economia. Como se o juiz fosse um agente político da transformação”.

A crítica de Freitas não se limita apenas à atuação da Justiça do Trabalho, mas se estende à doutrina e à academia, que, em sua visão, muitas vezes perpetuam uma visão derrotista dos empresários, resultando em decisões que parecem favorecer exclusivamente os trabalhadores. Ele argumenta que essa abordagem cria uma guerra aparentemente eterna entre contratantes e contratados, perpetuando divisões entre a burguesia e o proletariado.

Para Freitas, a Reforma Trabalhista de 2017 trouxe uma visão ampliada das relações de trabalho que deve ser defendida. Ele acredita que a Reforma tornou ainda mais viável e legal que as pessoas atuem por meio de suas próprias pessoas jurídicas, agindo como empreendedores e podendo ser contratadas livremente como fornecedores. Ele defende a necessidade de adotar uma abordagem inovadora em relação à realidade que se apresenta. Freitas afirma: “A nova economia nos faz esse chamado urgente, trazendo novas formas de trabalho, novas formas de organização do trabalho, com geração circular de renda, compartilhamento de bens e serviços, reunindo elementos para espécies de cooperativismo digital, podendo chegar até mesmo em desmonetização da economia”.

A visão de Freitas destaca a importância de adaptar as estruturas legais e as instituições judiciais para refletir as mudanças profundas nas relações de trabalho que vêm ocorrendo no século XXI. A flexibilidade e a inovação são cruciais para enfrentar os desafios apresentados pela evolução da economia e do mercado de trabalho.

Em última análise, o debate em torno das ações trabalhistas que chegam ao STF revela não apenas as tensões entre a Justiça do Trabalho, o Congresso Nacional e o próprio STF, mas também a necessidade de uma abordagem mais flexível e adaptável do Direito do Trabalho para lidar com as complexidades da economia moderna. A perspectiva de Antonio Carlos de Freitas Jr. destaca a importância de considerar o papel do STF como guardião da Constituição e a necessidade de se adaptar às novas realidades do mundo do trabalho, incentivando a inovação e o crescimento econômico.


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