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Raquel Molina vence no crescente setor de drones

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Raquel Molina, 35 anos, nasceu e cresceu em um conjunto habitacional de baixa renda em São Bernardo do Campo. Foi mãe cedo e sofreu muitos impasses até chegar à universidade pública. Formada em TI, ela nunca desistiu do sonho de “ser empreendedora”. Hoje ela é CEO de uma das maiores empresas de treinamentos e serviços de drones no Brasil, a Futuriste. Como fruto de seu longo trabalho de inovação, ela recebeu, no dia 30/09/2020, o Women To Wach Global Awards, prêmio referência no mercado de drones, que reconhece mulheres destaques em todo o mundo no setor. Para a premiação foram recebidas indicações de mulheres de mais de 10 países. A empreendedora brasileira é a primeira da América Latina a receber o prêmio, sendo reconhecida na categoria de empreendedorismo. A premiação que aconteceria na 5ª edição da InterDrone, uma das maiores feiras de drones do mundo no Texas, Estados Unidos, foi alterada para um evento online por causa da pandemia. “Tenho muito orgulho do que nós fizemos no setor de drones do Brasil. Começamos em 2014, quando as pessoas mal sabiam o que era um drone, e acabamos ajudando a desenvolver o segmento no país. Tudo isso foi fruto de muito esforço, de um time maravilhoso, de muita resiliência, insistência e aprendizado constante. Que este prêmio seja um exemplo de que todos nós podemos voar alto”, conta Raquel.

Raquel, como a resiliência tem sido fundamental para a sua vida de empreendedora?

Acredito que uma atitude resiliente é fundamental para qualquer empreendedor. Muitas vezes estamos com uma ideia em mente, algo para iniciar, novos produtos para testar, algumas vezes com a certeza de que o comportamento do cliente será um e vem o mercado mostrando algo totalmente diferente do planejado. Nós mesmo da Futuriste iniciamos o planejamento da empresa para iniciar com um tipo de produto, e durante a validação verificamos que existia outra oportunidade patente no mercado. Outra coisa importante a se considerar é a resiliência em relação às questões financeiras. Vejo com frequência algumas pessoas iniciarem negócios e desistiram logo no começo, pois, começam acreditando que já ganharão muito dinheiro, muitas vezes não fazem um planejamento para suportar as contas pessoais e da empresa contando com o dinheiro que entrará. É importante entender que início de negócio é para validar o mercado, entender melhor seu “Product Market Fit”, seu cliente ideal, o dinheiro virá depois por consequência desse trabalho bem feito.

Você nasceu em uma família trabalhadora de São Bernardo do Campo. Desde àquela época, o sonho de ser empreendedora se fazia patente?

Na verdade, fui incentivada pelo meu pai que havia trabalhado boa parte da vida como empregado de metalúrgica e depois virado empresário que havia feito a melhor opção. Apesar de ele ter falecido muito cedo e com pouco tempo de experiência como empreendedor, sua influência me fez criar esse sonho.

Como se deu seu interesse pela área de TI?

Meu pai e meu avô sempre foram bastante modernos, me inseriram na tecnologia ainda quando eu era nova com o uso dos primeiros computadores da família e depois vieram os videogames, que me cativaram por completo. Acredito que esse tipo de estímulo desde criança é fundamental para que as meninas tenham mais visão e ampliem suas possibilidades. Não estou dizendo que é errado ter bonecas e ser princesa, mas as meninas poderiam ter acesso aos dois mundos e elas mesmas escolherem o que mais gostam. Hoje tenho uma filha de 11 anos que já adora videogame, tem até o próprio drone de brinquedo e pilota o simulador super bem.

O mercado global de drones atingirá 32 bilhões de dólares em receitas até 2026. Como o Brasil se encontra nesse mercado?

O Brasil está no caminho certo para evoluir nesse mercado. Contamos com uma regulamentação bastante consolidada e um mercado em grande expansão. Temos notado um interesse crescente de empresas brasileiras implementando drones em suas áreas. Os drones têm colaborado muito com redução de custos, de riscos e aumentado a eficiência. As empresas cada dia mais têm percebido os benefícios de sua utilização. Uma outra questão interessante é a versatilidade dos drones. Hoje é possível aplicar drones na Engenharia, em Operações de Segurança, Agricultura de Precisão, Monitoramento ambiental, aplicações logísticas e mais.

E como a Futuriste se encontra nesse cenário?

Nós iniciamos no mercado em 2014, quando muitas pessoas não sabiam o que realmente era um drone. Nesta época que identificamos que no Brasil existia um gap relacionado a capacitação para uso profissional desses equipamentos. Tínhamos pouquíssimo material em português sobre o tema e começamos a disseminar as informações que havíamos aprendido. De lá para cá nos tornamos a maior escola de drones do Brasil e acredito que ajudamos a desenvolver o mercado brasileiro. Ano passado fomos reconhecidos como “A melhor instituição de ensino e pesquisa de drones” pela maior feira de drones da América Latina, o que reforça nosso papel neste mercado.

Quais os pilares da empresa?

Hoje atuamos em 4 pilares de vendas: Realizamos vendas de equipamentos novos e seminovos, oferecemos serviços técnicos de drones, assistência técnica especializada e os cursos de drones, que é o maior pilar no momento.

Como a inovação molda os passos da Futuriste?

Estamos sempre observando as evoluções de mercado e como outras tecnologias podem agregar ao uso dos drones para trazer ainda mais benefícios. Já participamos, por exemplo, de um MVP para validar a utilização de drones com uso de inteligência artificial para identificar automaticamente anomalias em linhas de transmissão de energia. Nosso produto de drones seminovos também foi algo bastante inovador no mercado. Criamos um método automatizado de precificação e um processo bastante profissional de avaliação dos equipamentos, com endurance teste para garantir a qualidade dos equipamentos vendidos e por conta de nosso profundo conhecimento nas aeronaves, possibilitamos uma garantia própria exclusiva para esse tipo de equipamento. Esse tipo de produto democratiza o acesso aos drones profissionais, que devido a alta do dólar tiveram um reajuste bastante grande de preço. O valor de um drone seminovo pode chegar a quase metade do valor de um drone novo.

Para ser uma empresa líder, a Futuriste teve que passar por grandes desafios. Quais foram os desafios mais duros em sua visão?

O início acredito que foi o mais difícil, como na maioria dos negócios. Tivemos um agravante de iniciar em uma área totalmente nova, sem dados oficiais de comportamento dos clientes, com equipamentos ainda em fase de amadurecimento. Partimos de um princípio onde antes mesmo de comercializar os produtos e serviços precisávamos fazer as pessoas entenderem de fato as utilidades dos drones. Para se ter uma noção, não havia nem uma regulamentação para uso de drones no Brasil.

Esses desafios mudaram a sua percepção dos negócios em quais sentidos?

O empreendedorismo é sem dúvida um mega MBA na prática. Aprendi na Futuriste coisas que jamais tinha noção que aprenderia, como gestão estratégica, análise de comportamento de clientes, conceitos de marketing, financeiro, vendas, negociação e outros. Sempre tive uma carreira mais técnica, como programadora, analista de sistemas e não me passava pela cabeça o tamanho da importância de conhecer esses assuntos, que hoje acredito que são úteis até na minha vida pessoal. Hoje entendo muitos erros que cometemos no começo, por falta de alguns desses conhecimentos, mas acredito que sem erros o processo de aprendizado não é completo.

Como a Futuriste tem passado pela pandemia?

No início da pandemia tivemos um impacto negativo bastante relevante no nosso faturamento, principalmente por nosso core business ser capacitação. Muitas empresas e pessoas congelaram investimentos para aguardar o comportamento do mercado e da sociedade em relação à pandemia. Neste período tivemos que rever diversas estratégias para manter a empresa funcionando, reduzir custos e acelerar o desenvolvimento de produtos, como exemplo a venda de equipamentos seminovos. Também lançamos promoções para incentivar a compra antecipada de produtos e serviços.

E o que a empresa espera encontrar no pós-Covid?

Notamos uma grande retomada após o pico da pandemia. O mercado aqueceu bastante e acreditamos que seja por demandas represadas e que as empresas passaram a analisar mais de perto os custos de alguns processos, e identificaram o potencial dos drones nesse sentido. Estamos com excelentes perspectivas para o mercado e acreditamos cada dia mais em uma demanda crescente de utilização dos drones, que são confirmadas com diversas pesquisas realizadas em todo o mundo.

Última atualização da matéria foi há 2 anos


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