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Renato Mendes fala sobre os ciclos de inovação

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Renato Mendes é sócio da Organica, empresa que lidera o crescimento acelerado de negócios e que tem o objetivo de auxiliar companhias em busca de avanço exponencial e sustentável. É professor de Marketing Digital no Insper, mentor Scale Up da Endeavor Brasil e colunista da Época Negócios. Tem mais de 16 anos de experiência, sendo quase cinco deles como executivo da Netshoes onde ocupou, entre outros, o cargo de Head of Marketing & Communications for Latin America. Renato é autor da obra “Mude ou Morra: Tudo o que você precisa saber para fazer crescer o seu negócio e sua carreira na Nova Economia”. “O fundamental para inovar é entender um pouco essa lógica da Nova Economia. Qualquer inovação deve ser feita primeiro escutando o cliente, segundo entendendo que uma dor dele é uma oportunidade de fazer algo diferente. Toda vez que um cliente critica sua empresa ou seu serviço, na verdade, ele está te dando uma oportunidade de inovar, de fazer melhor. Você escuta ele, a partir dessa crítica você levanta hipóteses de como melhorar o seu serviço ou seu produto, depois você vai testar essas hipóteses o mais rápido e o mais barato possível, o que não funcionar você descarta, aquilo que funcionar você implementa e escala o mais rápido possível. Trabalhando dessa forma não só você vai ter velocidade na hora de testar novas ideias quanto você vai ter muitas ideias para inovar”, afirma.

Renato, quais os maiores erros dos empresários que atuam no mundo digital?

O erro mais comum que os empresários cometem quando vão atuar no mundo digital é não escutar o cliente. Muitos vêm com a lógica do off-line em que a empresa fica focada em produzir um produto ou um serviço e apoiam isso num modelo de negócio que faz sentido para a empresa, enquanto temos que entender que no digital é o contrário. A gente precisa ouvir o cliente e formatar produtos e serviços sob um modelo digital, uma plataforma que faça sentido para o consumidor e não para a empresa. Essa é a principal virada de chave que precisamos fazer para sermos bem-sucedidos no modelo digital e tem muita gente que não consegue.

Como é possível fazer com que esses erros se tornem aprendizados para um futuro êxito?

O erro deve ser lidado de uma forma muito diferente no digital. Nós temos uma cabeça no off-line que costuma ser “eu vou planejar o máximo possível para evitar o erro a qualquer custo”. Eu estou dizendo isso porque temos que lidar de outra forma quando queremos ter uma cabeça de Nova Economia. A Velha Economia planeja ao máximo para evitar o erro a qualquer custo. Na Nova Economia, no online, é diferente. Nós sabemos que o erro vai acontecer, temos certeza dele e usamos isso a nosso favor. O erro, na verdade, nada mais é que uma das etapas da aprendizagem. Não existe inovação sem erro. Não existe criar algo totalmente novo sem errar algumas vezes pelo caminho. A gente precisa entender que o problema não é errar. O problema é errar e não ter rapidez para corrigir o erro.

Em que estágio se encontra as startups do Brasil em comparação com outras partes do mundo?

No geral, as startups e o cenário de empreendedorismo no Brasil ainda estão bastante atrasados quando comparados com outros países, principalmente com os Estados Unidos, alguns países da União Europeia, Israel ou alguns na Ásia como a China. Felizmente nós temos algumas exceções que tem servido de exemplo para os empreendedores e têm puxado o ecossistema. Não é uma visão pessimista, mas realmente estamos atrás. O ecossistema está crescendo, está se desenvolvendo e acho que o Brasil pouco a pouco está ocupando o seu espaço nesse setor.

O que deve ser fundamental para uma inovação constante?

O fundamental para inovar é entender um pouco essa lógica da Nova Economia. Qualquer inovação deve ser feita primeiro escutando o cliente, segundo entendendo que uma dor dele é uma oportunidade de fazer algo diferente. Toda vez que um cliente critica sua empresa ou seu serviço, na verdade, ele está te dando uma oportunidade de inovar, de fazer melhor. Você escuta ele, a partir dessa crítica você levanta hipóteses de como melhorar o seu serviço ou seu produto, depois você vai testar essas hipóteses o mais rápido e o mais barato possível, o que não funcionar você descarta, aquilo que funcionar você implementa e escala o mais rápido possível. Trabalhando dessa forma não só você vai ter velocidade na hora de testar novas ideias quanto você vai ter muitas ideias para inovar. Porque as ideias não vão vir do seu time, elas vão vir de centenas, milhares, milhões de consumidores que você está atendendo. Essa é a lógica da inovação constante da Nova Economia.

Que características são necessárias e fundamentais para uma startup receber um investimento?

O que é mais fundamental para uma startup receber um investimento é ter clareza em relação a que problema ela resolve. Além de saber qual é o problema, é preciso saber de quem é esse problema. Quando a startup tem essa clareza e um bom time de empreendedores, ela está pronta para ser bem-sucedida.

Como se deu a formação da Organica Evolução Exponencial?

A formação da Organica se deu quando três executivos que tinham trabalhado juntos na Netshoes decidiram se reunir e montar uma empresa que tinha um objetivo muito claro: acelerar pessoas e empresas. A ideia era repetir o sucesso que a gente tinha tido com a Netshoes em outros negócios, acelerando o crescimento dessas empresas e principalmente, acelerando as pessoas que trabalham nelas. Esse foi o começo de tudo.

Quais os principais pilares da sua organização?

O principal pilar da Organica é a evolução, o crescimento e o desenvolvimento. A gente fala para os nossos clientes e prega isso dentro de casa: “Nunca foi tão arriscado você se sentir seguro”. Então aquele que acha que conquistou tudo é o primeiro a cair, é o primeiro que fica para trás. A gente aplica todos os dias, nos nossos clientes e no nosso negócio, a metodologia do Champions vs Challenger.

Foco e obsessão são fundamentais. Acredita que essa é a grande chave para o sucesso de um empreendimento?

Eu concordo que foco e obsessão são fundamentais para o sucesso de um empreendimento, mas eu acrescentaria mais dois temas. O primeiro é: sempre ouvir o cliente e construir um negócio cuja estratégia esteja orientada a ele e segundo, trabalhar sempre com a lógica do Champions vs Challenger, criar modelos de negócios mais eficientes que o seu atual. Você mesmo é a pessoa que vai destruir o seu modelo de negócio e criar um novo, porque se você não fizer isso, outros farão.

Quais serão as mudanças mais dramáticas neste cenário e que as empresas ainda não se deram conta?

O principal ponto que as empresas ainda não entenderam é que a transição da velha para a Nova Economia parte de uma premissa: o empoderamento do consumidor. O consumidor que antes estava acostumado só a receber informação, ter produto e serviço empurrado goela abaixo, ganhou voz. Com o advento das redes sociais, com acesso à internet e a celulares, cada vez mais esse consumidor tem força. Ou a gente começa a virar a nossa estratégia de negócio para atender os interesses do consumidor ou vamos ficar para trás.

A Nova Economia é mais cruel do que a economia tradicional no que diz respeito à competitividade?

A Nova Economia é muito mais cruel no que diz respeito à competitividade por um único motivo: ela é muito rápida. Antigamente as mudanças eram mais lentas, elas aconteciam, mas os ciclos eram longos. Hoje, os ciclos de inovação são curtíssimos. A gente via empresas que tinham ciclos de 20, 30 anos. Hoje a gente tem startups na Organica que o modelo de negócio é colocado em xeque em 3 meses. Então acho que o principal ponto que mudou é a agilidade e velocidade.

Que detalhe será crucial e que pode fazer uma empresa se perpetuar ou sumir neste âmbito?

O detalhe fundamental para ser bem-sucedido na Nova Economia é aplicar o “Champions vs Challenger” constantemente. As pessoas aprendem que elas têm que aplicar o “Champions vs Challenger”, mas esperam que o modelo campeão se esgote para começar a pensar no novo. A dica que eu dou é: é preciso começar a repensar o negócio quando ele estiver indo muito bem. Quando estiver tudo bem, é hora de começar a pensar qual o próximo modelo. Porque se você esperar o negócio começar a cair, não vai dar tempo de reerguer. Então aqui é espírito inconformado. Toda vez que tudo estiver indo bem, você tem que se questionar o que pode ser feito para ser ainda melhor.


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