Ricardo Tripoli foi eleito vereador em 1982, e 4 vezes deputado Estadual. Presidiu a Assembleia Legislativa em 1995, e em 1999 foi o secretário estadual do Meio Ambiente durante o governo Mário Covas. Defendendo plataforma ambientalista e de defesa dos direitos animais, foi eleito deputado Federal pelo PSDB em 2006 tendo sido reeleito em 2010. Em 2014, foi reeleito com 233.806 votos, tendo sido o deputado tucano mais votado na cidade de São Paulo com mais de 170 mil votos. Em seu primeiro mandato, foi o presidente da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional e o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Entre seus principais projetos na área, destacaram-se a Política Estadual do Meio Ambiente, o Projeto São Paulo Pomar e o Código Estadual de Proteção aos Animais (Lei 11.977), conhecido como Lei Tripoli de Proteção Animal. Em 08 de janeiro de 2016, Ricardo Tripoli anunciou sua pré-candidatura a prefeito de São Paulo, com apoio de Bruno Covas e José Aníbal. Seus concorrentes nas prévias tucanas foram o empresário João Doria Jr., com apoio do então governador Geraldo Alckmin, e o vereador Andrea Matarazzo, que contava com aval do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do senador José Serra. Tripoli ficou em terceiro lugar, sendo o segundo turno disputado entre Doria e Matarazzo.
Deputado, como analisa a política brasileira neste momento conturbado?
Não tenho uma visão negativa do momento que o país atravessa. As instituições estão funcionando e têm dado inequívocas demonstrações de vitalidade e de independência. O Congresso tem votado as matérias de interesse do país. Apesar do desmonte do Estado brasileiro promovido por Lula, Dilma e companhia, a recessão já começou a ficar para trás e o emprego vai se recuperando. As contas públicas pararam de piorar e a inflação não para de cair, o que favorece a queda dos juros e a volta do crédito. Em suma, a estabilidade e a confiança estão voltando, os investidores se sentem mais seguros para investir no Brasil. 2018 será bem melhor do que os últimos anos. Sou otimista.
E o seu partido como fica neste “tabuleiro?”.
O PSDB continua sendo o portador das melhores expectativas do eleitorado. O partido tem passado por uma renovação intensa, com a chegada de quadros jovens, extremamente preparados, com uma visão nova da política e do país. Ao mesmo tempo, iniciamos uma modernização interna, ouvindo tanto as bases como a academia para atualizar o programa partidário e construir uma nova agenda para o Brasil. O PSDB deverá ter candidatos a governador em cerca de 20 estados, além de uma candidatura competitiva para a presidência da República em 2018. É preciso oferecer um novo caminho para os brasileiros. E o PSDB será protagonista desse processo.
Como um líder partidário na Câmara, pode orquestrar o seu partido com ações que a população quer de fato?
Votando as questões de interesse do Brasil. Aprovamos a PEC do teto de gastos, a reforma do Ensino Médio, a terceirização, a reforma trabalhista e a reforma política. Ainda há agendas importantes, como a reforma previdenciária e a tributária, além da nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O resultado desse conjunto de medidas está aí, retomada da economia, inflação baixa, juro em queda, recuperação dos empregos e dos investimentos, volta da confiança e da credibilidade internacional. O que a população quer é um país nos trilhos, em que todos tenham oportunidade de perseguir e conquistar seus objetivos.
O Governo Temer é um desastre em sua visão?
Discordo do Governo em uma série de questões, como, por exemplo, a decisão de abrir à Amazônia à exploração pelas mineradoras, o que felizmente foi corrigido. Mas dizer que o Governo é um desastre é injusto. A recuperação da economia é um exemplo do que merece reconhecimento.
Em julho passado, o senhor afirmou que o PSDB deveria desembarcar do Governo Temer. Continua firme nesta mesma ideia?
O que defendo é que o PSDB não precisa de cargos para apoiar as reformas. Afinal, o ideário reformista consta do próprio programa do PSDB. Essa bandeira sempre foi nossa. Tanto é que nosso apoio à agenda de reformas tem sido mais consistente do que o do próprio partido do Governo.
Existe algo que compromete a governabilidade do presidente Temer neste momento e que o senhor considera fatal?
Obviamente que as denúncias da Procuradoria-Geral da República, ainda que venham a ser rejeitadas e arquivadas, atrapalham o andamento normal da vida nacional. [nota do editor: as denúncias foram arquivadas em outubro].
Em sua análise, o ex-presidente Lula deveria participar das eleições presidenciais no ano que vem. De onde vem essa convicção que é contrária de boa parte da opinião pública?
Eu preferiria que ele participasse. Acho que o modelo de governança irresponsável e populista do PT, com as consequências nefastas que todos observamos agora, merecia ser rejeitado e derrotado nas urnas. Agora, se a Justiça confirmar sua condenação em segunda instância até lá, não tem jeito. A Lei da Ficha Limpa o tornará inelegível.
Como enxerga a Operação Lava Jato e o que sobrará do país após os seus desdobramentos?
Vejo a Lava Jato como um rito de passagem. Outro país tem de nascer daí. Os desvios investigados pela Lava Jato têm origem no tráfico de influência. Logo, o grande legado é a independência e o destemor das instituições. Mas de nada adiantará se as brechas que permitem a corrupção continuarem intocadas. A Lei das Estatais foi um bom começo, mas ainda resta atacar outros pontos, como completar a reforma política.
A imagem do homem público de modo geral está manchada. Como fazer para que a população tenha novamente confiança nos políticos brasileiros?
É preciso abrir os partidos e às instituições, dar mais transparência, cortar privilégios e vantagens corporativas. Em suma, é preciso diminuir a distância entre representante e eleitor, com mais participação, fiscalização e controle. Quando a população abraçar a política, criando uma cultura de acompanhamento cívico das questões públicas, não tenha dúvida de que a qualidade geral da política haverá de mudar de patamar.
Como foi a experiência de ser presidente do CCTCI (Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática)?
Embora tenha sido um ano com calendário apertado pela realização da Copa do Mundo e das eleições, avançamos em temas importantes, como melhorias no serviço de telefonia móvel, o uso dos fundos setoriais da telecomunicação, os gargalos para a expansão da transmissão de dados, além do fim do uso de animais em testes científicos e o Código Nacional de Ciência e Tecnologia. Muito foi feito no período.
Doria, Alckmin ou Tarso, quem destes está mais preparado para ser presidente da República?
Temos excelentes opções e na hora certa apresentaremos aos brasileiros um grande projeto para o país.
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