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Roberta Rampazzo coloca emoção em suas peças

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Roberta Rampazzo é formada em Desenho Industrial pela Universidade Presbiteriana Mackenzie tendo também estudado na FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Ela desenha sua própria linha de móveis para diversos clientes, entre eles empresas conceituadas como a Decameron no Brasil e a Objekto na França. Seus desenhos estão representados por traços simples e fortes, tornando-os únicos, eternos e expressando emoções aos usuários. Ela também se preocupa com a sustentabilidade e usa materiais ecologicamente corretos e de qualidade. Seu trabalho já foi divulgado nas principais revistas e sites da área em mais de 25 países, incluindo Wallpaper, AD France, Frame, Elle Decoration, Marie Clarie Maison, Casa Vogue, Kaza, Bamboo, Wish Casa e muitas outras. Além de diversas participações em feiras, prêmios, exposições nacionais e internacionais. Seus móveis estão à venda em conceituadas lojas no Brasil, França, Inglaterra, Austrália, Espanha e outros. Atualmente mora em Londres. “Hoje em dia as pessoas estão lutando muito para quebrar regras e paradigmas e isso também é visto no design. Acredito que as próximas gerações serão mais livres de rótulos e de seguir tendências. Os consumidores vão buscar mais peças customizadas e que representem suas escolhas. Digamos que todas as cores e materiais terão seu espaço”, afirma a designer.

Roberta, quais foram os caminhos que a levaram para o mundo do design?

Meu pai sempre trabalhou com criação e direção de arte e por eu ter crescido nesse ambiente criativo acabei me interessando pelo assunto. Quando comecei a faculdade de desenho industrial estava mais focada em design gráfico e aos poucos fui unindo minha paixão por decoração até chegar a design de móveis e objetos.

O período na Mackenzie, influiu de alguma forma em seu trabalho?

Comecei fazendo FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado) e terminei no Mackenzie, que tinha uma metodologia mais racional que a FAAP. A parte boa é que peguei um pouco de cada escola. A faculdade sempre acaba influenciando. Achei muito importante estudar sobre o assunto e entender que existem muitos aspectos por trás de um produto.

Quais são suas principais influências no mundo do design?

Acho que o que me influencia mais é o dia a dia. Um material que gosto, uma forma… não tenho uma influência específica no mundo do design. Gosto de muitos designers, de muitos materiais e estilos. Cada um tem sua importância.

E outras áreas fora do design, também lhe influenciam na hora de criar?

Todas de certa forma, um filme, uma roupa, um sapato, um prato de um restaurante, uma joia… tudo pode se transformar em um objeto ou conceito. Muito do que observamos no dia a dia fica guardado na nossa memória, um dia isso tudo vai parar no papel.

O seu trabalho já foi divulgado em mais de 25 países, onde podemos citar alguns como Inglaterra, Estados Unidos, França, Alemanha e Japão. Como viu a recepção do seu trabalho nesses países e o que mais lhe surpreendeu?

Sinto que minhas peças mais conceituais foram mais bem aceitas na Europa do que no Brasil. Acredito que as pessoas aqui (moro em Londres) são mais abertas e mais consumidoras de design. O Brasil está melhorando muito, mas ainda é um mercado iniciante.

Seus traços são simples e únicos. Em que momento você achou esse tom?

Difícil definir, pois, é uma característica natural minha. Gosto da simplicidade das formas, de leveza e elegância. Sempre penso que um objeto ou móvel é parte de um ambiente e precisa compor com os demais. Se for esteticamente pesado fica mais difícil o equilíbrio.

Uma de suas criações que nos chamou bastante atenção, foi a mesa Lovely. Como foi o processo de criação dessa peça que exala paixão?

Realmente ela tem esse conceito. Uma loja optou por não trabalhar com a peça por achar ela feminina demais, mas acredito que ela fale de amor, e isso é universal e unissex. Minha inspiração foi de fato a forma de um coração, que gosto muito e costumo muitas vezes “rabiscar” em cadernos por aí. Um dia pensei que essa forma poderia criar vida e virar um objeto. A Lovely é toda feita à mão e considero ela mais uma escultura do que simplesmente uma mesa.

Se pudéssemos dizer algo sobre suas peças a palavra seria emoção. Quando acaba um novo trabalho, também sente essa mesma emoção?

Sem dúvida, a emoção é presente em todas as etapas, inclusive na finalização. Tenho uma ligação afetiva com cada uma de minhas peças, com cada processo e cada lembrança que elas me trazem.

O que um bom design deve conter além de forma e função?

Algo a mais, que sintetizo como emoção. As pessoas não compram apenas objetos, mas sim uma peça que mesmo inconsciente traga alguma sensação. Somos muito mais influenciados do que imaginamos pelo ambiente onde estamos e sem dúvida quando ele é agradável transforma nosso humor.

Como se dá o seu processo de pesquisa para um novo trabalho?

Isso depende muito se estou criando para um cliente ou para minha marca. No primeiro caso geralmente se tem um prazo, um caminho ou até mesmo materiais pré-definidos. Já pra minha marca o processo é mais livre. Tenho muitas coisas já em mente e quando achar que é o momento elas viram uma peça. Outras vão surgindo no dia a dia, criação não tem muita regra.

O mobiliário é um dos espelhos de uma civilização e de uma época. Este espelho está reluzente atualmente?

Sim, pois, independente de como está sendo representado é sempre um reflexo da sociedade. Hoje em dia as pessoas estão lutando muito para quebrar regras e paradigmas e isso também é visto no design. Acredito que as próximas gerações serão mais livres de rótulos e de seguir tendências. Os consumidores vão buscar mais peças customizadas e que representem suas escolhas. Digamos que todas as cores e materiais terão seu espaço.


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