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Rodrigo Rollemberg tem confiança na democracia

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Nascido em 1959 na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg chegou a Brasília em 1960. Graduou-se em 1983 em História na Universidade de Brasília. É funcionário público (Analista Legislativo do Senado Federal). É filiado desde 1985 ao PSB. Em 1990 disputou sua primeira eleição para deputado distrital mas não se elegeu. Disputou novamente o mesmo cargo em 1994 e alcançou a primeira suplência, assumindo o mandato eventualmente pelas licenças do titular Wasny de Roure. Iniciou o Projeto Orla, de desenvolvimento do lazer e turismo na orla do Lago Paranoá, e implementou o turismo cívico. Eleito efetivamente em 1998 a deputado distrital, com 15.942 votos, dedicou seu mandato ao combate à grilagem de terras públicas. Lançou-se candidato a Governador do Distrito Federal em 2002, obtendo o 3º lugar. Em 2003 Rollemberg assumiu a Secretaria Nacional de Inclusão Social, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Em 2006, foi eleito deputado Federal com 55.917 votos. Em 2010 elege-se senador, juntamente com Cristovam Buarque, com 738.575 votos (33,03% dos votos válidos). Em 2014, lançou-se novamente candidato a governador do Distrito Federal, foi para o segundo turno das eleições em primeiro lugar obtendo 45,23% dos votos válidos (692.855 votos), vencendo também o pleito em segundo turno com 55,56% dos votos válidos (812.036 votos).

Governador, como a política nacional sairá depois de todos esses escândalos recentes?

A política atravessa, sim, um momento de descrédito. Precisamos colocar de vez no passado os arcaicos métodos. O atual modelo está esgotado. Estamos vivendo um momento de crise ética muito grande no país, mas, por outro lado, ficamos felizes em termos, em Brasília, um governo reconhecidamente sério. Nosso governo completou mil dias sem nenhuma denúncia de corrupção. É um dado muito importante, motivo de muito orgulho. Temos que entender que nem todo político é desonesto e, nem todo gestor é eficiente. A corrupção afastará, de vez por todas, os maus políticos. No processo eleitoral, o eleitor terá oportunidade de experimentar esse novo momento, tirando da vida pública aqueles que teimam em confundir o público com o privado.

Quais têm sido os grandes desafios de ser governador do DF num momento turbulento como atual?

O Brasil passa por crise política e econômica. Brasília não está alheia ao momento do país. É um desafio enorme fazer entregas sob intensa crise fiscal. No entanto, mantivemos uma política econômica responsável, pensando na melhoria da condição de vida do brasiliense. Temos mostrado para o país como governar com responsabilidade fiscal e sem corrupção. Isso nos orgulha. Ninguém imaginava que enfrentaríamos dois anos e nove meses de grave crise econômica. Mas encaramos os desafios. Tocamos nossa política de controle de gastos, cortamos contratos e mantivemos em pleno funcionamento os serviços essenciais à população. Fizemos muito pelo brasiliense e continuaremos com nossas entregas, pensando sempre na melhoria da vida da população.

Como se encontra o ajuste das contas públicas do DF?

Passamos dois anos e nove meses de intenso aperto fiscal, muito por causa do rombo de quase R$ 6,5 bilhões que herdamos do governo passado. Reduzimos os custos da máquina pública. Cortamos na própria carne, com a extinção de quatro mil cargos comissionados e redução em torno de 25% dos custos dos contratos. Hoje, estamos próximos de equilibrar as contas públicas do Distrito Federal, o que não era possível imaginar no início do governo, em janeiro de 2015. Estamos cada vez mais convencidos de que política e responsabilidade podem caminhar de mãos dadas. Estamos concentrados no resgate da economia. Fui pessoalmente ao Senado pedir a aprovação do projeto de lei que concede incentivos fiscais às empresas instaladas no país. Conversei com o presidente da República para sancionar a proposta. São medidas que tornam a cidade mais competitiva. Graças à nossa política fiscal, a economia dá sinais de recuperação. Estamos no quinto mês seguido de redução de desemprego. Temos muito a celebrar.

O DF também está tendo problemas com o pagamento de alguns servidores como acontece em outros estados?

Quando assumimos o governo, Brasília estava em uma situação muito ruim, semelhante a outros estados. Conseguimos pagar os salários em dia, enquanto outros estados ficaram em situação crítica, como o Rio de Janeiro. Fizemos um esforço enorme para pagar o salário dos servidores em dia. Com a aprovação das novas regras previdenciárias dos servidores do Distrito Federal, afastamos o fantasma do atraso ou do parcelamento de salário. A reforma cria a previdência complementar e o fundo garantidor, com destinação de novas receitas e ativos. Se não tivéssemos aprovado o projeto, teríamos dificuldade em pagar os salários dos servidores e dos aposentados. No passado, a segregação de massas foi um erro. Porque trata de forma diferente os servidores públicos. Antes, tínhamos um fundo com 110 mil servidores, com 58 mil aposentados e um déficit mensal de R$ 170 milhões. Tínhamos um segundo fundo, com 35 mil servidores com idade média de 36 anos e apenas 152 aposentados. Os servidores do segundo fundo não podiam contribuir com o pagamento das aposentadorias dos mais antigos, o que criou um superávit de R$ 3,7 bilhões. Fizemos a fusão dos fundos e resgatamos o princípio da solidariedade, onde os mais novos contribuem com a aposentadoria dos mais velhos.

Voltando ao cenário nacional, como enxerga o papel do seu partido para a reabilitação da política brasileira?

O PSB nunca refutou em contribuir com o Brasil. Está no nosso sangue socialista. Recordando o ex-governador Eduardo Campos, não vamos e não podemos “desistir do Brasil”. Estaremos sempre ao lado da democracia, no combate às crises política e econômica. Estaremos na linha de frente da solução para um país melhor e igualitário. Continuaremos firmes na defesa das bandeiras sociais. É cedo para discutir sucessão presidencial, mas temos quadros suficientes para ajudar o Brasil. Não podemos recusar nosso importante papel no cenário nacional. Seria trair nossa história. Como diria nosso saudoso Miguel Arraes: “Guardamos no passado aquilo que nos ajuda a ampliar nossas perspectivas, todas elas projetadas no futuro”. É o momento de discutir o futuro do país. E o PSB, mais uma vez, não se furtará a isso.

Como analisa o Governo Temer?

A crise política e econômica é grave e todos a conhecem. Temos que avaliar o Governo do presidente Michel Temer neste contexto.

Existe cooperação concreta do Governo Federal com o governo do Distrito Federal?

O governo de Brasília sempre atuou em parceria e colaboração com o Governo Federal, independente do partido do presidente da República. A obra de captação de água do Lago Paranoá é um exemplo dessa profícua parceria. De sua parte, a Presidência da República sempre apoiou as demandas de Brasília.

Nosso país vive uma crise institucional?

Como disse, a crise política e econômica é grave. Mas as instituições estão funcionando plenamente. O importante é manter o princípio constitucional de harmonia entre os Poderes. Reforço minha total confiança na democracia, sistema no qual o povo exerce a soberania por meio dos seus representantes. O brasileiro, um povo caloroso, inteligente e persistente, será fundamental no combate à crise, seja política, econômica ou institucional. A Operação Lava Jato, apesar de forças obscuras contrárias, tem a oportunidade de recolocar o Brasil no caminho da luz. Estamos redescobrindo o Brasil, um país sem corrupção e mais justo. Acredito e sempre acreditarei na democracia.

O seu governo está investindo em obras. Esse é o “carimbo” que o senhor quer passar da sua gestão à frente do Palácio do Buriti?

Há vários carimbos: combate à corrupção, estamos há mil dias sem uma única denúncia, responsabilidade com o dinheiro público, universalização da educação infantil, baixa taxa de homicídio (a menor dos últimos 32 anos) e, claro, as obras que melhoram a vida do cidadão. Entregamos 17 terminais rodoviários e a obra de captação de água do Lago Paranoá e concluiremos, em outubro, a obra do Bananal. Estamos construindo Corumbá IV, realizamos investimentos em infraestrutura em áreas carentes, como Sol Nascente, Buritizinho, Vicente Pires e Porto Rico, ampliamos a infraestrutura de mobilidade, com a implantação do bilhete único. Desobstruímos a Orla do Lago Paranoá, devolvendo o Lago Paranoá à população. Estamos ampliando o Hospital Criança, construímos mais de 40 escolas, o aterro sanitário. Foram mais de R$ 2 bilhões em investimento nesses quase três anos. Brasília voltou a ser a terra sonhada por Dom Bosco.

Até o final do mês, o governo deve desativar o Lixão da Estrutural. Quais serão as condições de trabalho dos milhares de catadores logo após isso ocorrer?

É um salto civilizatório o fechamento do Lixão da Estrutural, com a inauguração do aterro sanitário e com a incorporação dos catadores de material reciclável no processo produtivo de forma adequada. Defendemos condições mais dignas para os catadores. Nosso governo dará uma das maiores contribuições à cidade: o fechamento do Lixão da Estrutural, uma vergonha nacional.

No ano vindouro, o senhor tentará a reeleição?

Apesar de considerar o debate natural, estou focado nas necessidades da população. No momento oportuno, discutiremos a sucessão ao governo de Brasília. O importante é atender às demandas do brasiliense. Não estou pensando nisso agora. Estou focando em administrar a cidade.


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