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Ronald Sasson se vê como um legítimo designer

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Ronald Scliar Sasson é autodidata. Trabalhou como artista plástico por 12 anos sendo selecionado em mais de 15 salões por todo o Brasil. Sua formação em artes plásticas lhe proporcionou uma visão do design pelo viés das cores. Depois de ter morado uma temporada na Europa e Oriente Médio, incorporou a simplicidade do design Nórdico e as cores Mediterrâneas. Há 16 anos trabalha com design de mobiliário, priorizando a função e constantemente pesquisando materiais e técnicas viáveis ao desenvolvimento de móveis e objetos. “Eu me formei e cresci na minha profissão em chão de fábrica, observando e aprendendo com os processos e suas limitações, feliz do designer que pode, como em meu caso, vir de dentro para fora, assim o trabalho se torna mais assertivo em termos estruturais e comerciais, ao contrário do designer de prancheta que acaba tendo seus projetos inviabilizados ou por falta de possibilidade construtiva, ou mesmo por passar do limite comercial do mercado. (…) É muito complexo, no meu mundo estético, separar o meu trabalho como artista plástico do meu trabalho como designer, ambas as atuações convergem de alguma maneira, seja pelo equilíbrio de pesos e cores, ou seja, pela paciência necessária que se deve ter para atravessar as etapas sem atalhos, cada qual a sua maneira e ambas para o bem-estar estético”, afirma o reconhecido e talentoso designer.

Ronald, quais as maiores facilidades que você teve em seu ofício por ser um autodidata?

As maiores facilidades, se é que possam ser chamadas assim, foram as faltas de dogmas e imposições acadêmicas que de certa maneira me liberaram a pensar meu trabalho de maneira livre e menos rasa, ao mesmo tempo, não ter uma formação me impôs algumas dificuldades que poderiam ter sido dirimidas em ambiente educacional e que tive que com a ausência das mesmas solucionar por acerto e erro. De qualquer maneira o conhecimento que advém de uma não formação nunca se esquece.

Quais as maiores convergências das artes plásticas e do mundo do design em seu trabalho?

É muito complexo, no meu mundo estético, separar o meu trabalho como artista plástico do meu trabalho como designer, ambas as atuações convergem de alguma maneira, seja pelo equilíbrio de pesos e cores, ou seja, pela paciência necessária que se deve ter para atravessar as etapas sem atalhos, cada qual a sua maneira e ambas para o bem-estar estético.

E quais são as maiores diferenças?

Nas artes plásticas você não depende de nada e nem de ninguém, você está por você e você faz o seu tempo. Já no trabalho como designer você depende de muita gente e com isso acaba tendo também que lidar com dificuldades de toda ordem para lidar com pessoas.

Gramado traz a tranquilidade criativa que necessita para suas realizações. Como definiria essa tranquilidade criativa?

Gramado traz sim algumas vantagens que acabam influenciando meu trabalho, pelo fato de eu morar em um local com menos estresse urbano acaba me propiciando mais tempo, porém, eu penso que o processo criativo é inerente ao meio e sim a disciplina e paz criativa que pode ser em qualquer lugar.

Você já disse em uma certa ocasião, que o contato com o chão de fábrica é necessário para o seu ofício. Por quê?

Eu me formei e cresci na minha profissão em chão de fábrica, observando e aprendendo com os processos e suas limitações, feliz do designer que pode, como em meu caso, vir de dentro para fora, assim o trabalho se torna mais assertivo em termos estruturais e comerciais, ao contrário do designer de prancheta que acaba tendo seus projetos inviabilizados ou por falta de possibilidade construtiva, ou mesmo por passar do limite comercial do mercado.

O que o design deve ter além de forma e função em sua visão?

Costumo dizer que o design deve solucionar uma necessidade com arte, porém, ele não é arte por origem, o design ao contrário é destinado ao uso e interação e para tal precisa respeitar normas ergonômicas.

Como um trabalho atinge o grau de atemporalidade?

Você sabe que atingiu a atemporalidade quando algo dentro de você diz isso assim que olha para o resultado, é inerente à sua vontade e trabalho, porém, com a experiência, cada vez mais se atinge este que é o objetivo master do trabalho do designer, ter seu trabalho eternizado e com força de permanência. Alguns truques são a economia de elementos respeitando acima de tudo o traço.

Em qual de suas criações (pelo seu instinto e intuição) você acredita que isso será alcançado?

Acho que as peças do sentar de maneira geral se atinge este objetivo mais facilmente, também nas peças de edição limitada notadamente pelo seu intuito. Minha escrivaninha, a São Basílio, que foge destas características acima também atingiu este objetivo pela inovação construtiva.

O mobiliário é um dos espelhos de uma civilização e de uma época. Este espelho está reluzente atualmente?

O mobiliário quase sempre reflete seu tempo, porém, às vezes ele ultrapassa em muito, como na escola Bauhaus que até hoje está mais moderno que nunca. Acho que esta relação de uns tempos para cá tem se descolado e tudo está passando a ter seu tempo próprio independente de época.

Além das artes plásticas, quais outras áreas têm uma influência direta em suas criações?

Tudo acaba influenciando a minha percepção estética, observo desde a arquitetura passando pela natureza, pela produção industrial de novos materiais bem como pelos formatos gráficos e grafismos, claro que tentado trazer esta memória plástica para as possibilidades de atuação do meu trabalho.

Você é um observador inquieto. Quanto dessa inquietude é necessária para a criação de trabalhos onde a excelência é fundamental?

A observação e inquietude são elementos de uma fórmula de trabalho, porém, apenas elementos, sem a disciplina e determinação nada tem sucesso, sem a pesquisa de mercado também não, sou designer e não artista solto, tenho normas a seguir.

Última atualização da matéria foi há 2 meses


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