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Sattu Rodrigues fascinado pela anatomia humana

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Sattu Rodrigues é ilustrador, pintor e escultor. O artista dedica-se à ilustração digital para jornalismo e publicidade, e tem seu trabalho reconhecido com grandes prêmios tanto no Brasil quanto no exterior. Leão de Prata em Cannes, Prêmio Esso de Jornalismo, duas vezes publicado no “200 Best Illustrators of the World”, da Lüerzer’s Archive, dentre inúmeras capas de revistas nacionais e internacionais. Paralelamente, sempre alimentou o exercício periódico de produções autorais também com as tintas, fossem óleo ou acrílica. No ano passado ele apresentou sua primeira mostra de trabalhos autorais, explorando novas técnicas em pintura. Esta mostra aconteceu no Hotel Pullman, próximo ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e foi até o dia 31 de março do ano passado. “Tenho muitas referências. A principal é a própria natureza, que grandes gênios do passado e do presente representaram e representam com suas visões ímpares, como eu sempre quis ter feito. Se eu for citá-los, vai ser uma longa lista, mas vou listar os que me marcaram ao longo da vida. Rembrandt, Bernini, Salvador Dalí. Nos quadrinhos, Uderzo, Al Hirschfeld, Frank Miller, Dave Mckean e seu parceiro Neil Gaiman, entre muitos outros. Ilustradores como Edward Binkley e Andrej Dugin. (…) Acho que a minha formação por ter sido de forma reversa, já veio com o combo de obstáculos naturais”, afirma o talentoso ilustrador e pintor.

Sattu, como a arte entrou em sua vida?

Desde criança, sempre gostei de criar coisas, lidar com afazeres manuais. Desde a confecção dos meus próprios brinquedos a tentar copiar no papel, os heróis e vilões de histórias em quadrinhos. Fui apresentado à Rembrandt, Rafael, Caravaggio e outros tantos artistas renascentistas, através de uma grande Bíblia ilustrada que tinha na casa de minha mãe. A luz de Rembrandt me encantou de cara. Um dos meus preferidos até hoje. Volta e meia, tentava copiar alguma tela do mestre, usando o material que tinha em casa como restos de madeira, tintas de artesanato e tecido da minha mãe. A expectativa era muito boa, mas a realidade era frustrante (Risos)!

Em que momento você acredita que a arte consegue desempenhar um papel social?

Quando ela transforma positivamente uma comunidade. Quando influencia no crescimento cultural e político de um determinado grupo.

Quando acredita que encontrou o seu modo único de representar o seu trabalho, seja ele em uma ilustração ou até mesmo numa escultura?

Não sei se é único, mas desde a minha infância, meu grande objetivo quando tentava desenhar ou modelar algum objeto, era chegar ao máximo à perfeição dentro de algum determinado contexto. Claro que nunca consegui. Sempre falta algo, mas hoje eu sei a hora de parar. Às vezes por causa do deadline.

Existiu uma grande referência em que se inspirou ou sua ideia de trabalho vai por outros caminhos?

Tenho muitas referências. A principal é a própria natureza, que grandes gênios do passado e do presente representaram e representam com suas visões ímpares, como eu sempre quis ter feito. Se eu for citá-los, vai ser uma longa lista, mas vou listar os que me marcaram ao longo da vida. Rembrandt, Bernini, Salvador Dalí. Nos quadrinhos, Uderzo, Al Hirschfeld, Frank Miller, Dave Mckean e seu parceiro Neil Gaiman, entre muitos outros. Ilustradores como Edward Binkley e Andrej Dugin.

Em uma de suas redes sociais, você afirma que hoje consegue sustentar a sua família com o que ama. Quais foram os principais obstáculos até se tornar um profissional relevante em sua área de atuação?

Acho que a minha formação por ter sido de forma reversa, já veio com o combo de obstáculos naturais para quem se aventura sem professores e sem técnicas. Mas o primeiro, foi a questão geográfica. Nasci e vivi boa parte da minha vida longe dos grandes centros onde se poderia ver, consumir ou vender arte. Problema que não existe hoje, graças às redes sociais. Se você é bom, basta divulgar e o resultado vem com certeza, independente de onde esteja.

Gostaria que falasse um pouco sobre os seus trabalhos no mercado editorial.

Hoje estão escassos, infelizmente. Boa parte do meu trabalho hoje está na publicidade e a outra, nas pinturas. Mas fiz muitas ilustrações marcantes e reconhecidos para grandes revistas brasileiras. Sou grato a todos os DAs que me convidaram para ilustrar pautas e capas maravilhosas.

O seu Baby Hendrix é genial. Como você teve a ideia de fazer algo tão original?

Foi um trabalho para publicidade, com briefing enviado pelos criativos. Apenas usei o meu olhar para executar as peças de Hendrix e Madonna bebês.

Os seus desenhos parecem vivos, ou seja, dá impressão que eles estão olhando para você (talvez a sua Mona Lisa seja o caso mais emblemático). Essa “interação” silenciosa foi intencional?

A anatomia humana ainda me fascina e sempre estou observando movimentos, trejeitos e expressões nas pessoas. Quando vou fazer qualquer trabalho, para cada situação recorro a essas referências guardadas em algum canto do meu cérebro.

Você começou com uma ideia e acabou com outra em algum momento do seu processo de criação?

Acontece ocasionalmente. Mas o que é muito constante é: tenho uma suposta ótima ideia para um projeto, mas quando executo, fica uma bosta. Expectativa e realidade.

Como analisa a ilustração digital tanto no jornalismo como na publicidade brasileira?

Os caras estão chegando a níveis absurdos de qualidade. E eu amo isso. Sempre fui apaixonado pelo casamento arte e tecnologia. As ferramentas são maravilhosas gostaria de conhecer todas.

O que moldou a sua visão e que foi essencial para o seu sucesso como artista visual?

Eu gosto de todas as mídias. Acho que é isso. Do software 3D às tintas, do barro à madeira… Gostaria de ter uns anos livre para me aprofundar em algumas outras mais. E sobre o trabalho em si, nunca me preocupei em ter apenas uma marca óbvia que as pessoas olhassem e dissessem: “é um Sattu”. A minha marca está na conjuntura. Já percebi que algumas pessoas torcem o nariz quando mudo totalmente o estilo de um trabalho para outro, mas não vejo nenhum problema.


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