Sigrid Guimarães é sócia-fundadora e CEO da Alocc, gestora de patrimônio familiar que desenvolveu um método exclusivo de alocação de recursos, o Método Alocc®. Antes de fundar a Alocc, Sigrid Guimarães foi executiva da área corporativa da holding das Organizações Globo (atual Grupo Globo) por 13 anos e sócia-fundadora da Íntegra Consultoria Financeira em 2006. É graduada em Administração pela PUC-Rio, tem MBA em Finanças Corporativas pelo IBMEC-RJ e Planejadora Financeira CFP®. O Método Alocc foi desenvolvido durante 30 anos dedicados à gestão patrimonial e baseia-se no tripé liquidez, diversificação e eficiência. Pressupõe compromisso exclusivo com os clientes e diferencia-se por seguir parâmetros inferidos das suas circunstâncias pessoais, e não de resultados, projeções e cenários de mercado segundo diz a gestora. “Conceitualmente falando, é recomendado que suas despesas estejam casadas na mesma moeda que suas receitas, para que não se corra nenhum risco de variação cambial. Entretanto, é preciso entender o objetivo dessa diversificação para recomendar quanto e porque a diversificação de moeda. O cliente possui despesas regulares em outro país? Já possui recursos suficientes para cobrir a aposentadoria no Brasil? Possui algum filho vivendo em outro país? Situações como essas podem justificar maior ou menor exposição em outra moeda”, afirma a executiva em entrevista exclusiva ao portal Panorama Mercantil.
Sigrid, qual é o objetivo básico de qualquer investimento patrimonial, em sua visão?
Isso depende do horizonte de curto, médio e longo prazo de cada família. Se levarmos em conta o aumento da longevidade e que, em média, uma pessoa se aposenta por volta de 60 anos, temos um longo caminho de vida ainda que precisa ser sustentado pelo dinheiro que você guardou e investiu. Portanto, um objetivo básico seria juntar dinheiro pensando na aposentadoria. Mas dependendo do horizonte, o objetivo inicial pode ser mais curto, como investir para poder futuramente comprar um imóvel, por exemplo.
Por que é importante considerar as necessidades pessoais de um investidor ao pensar em transferir investimentos para o exterior?
Conceitualmente falando, é recomendado que suas despesas estejam casadas na mesma moeda que suas receitas, para que não se corra nenhum risco de variação cambial. Entretanto, é preciso entender o objetivo dessa diversificação para recomendar quanto e porque a diversificação de moeda. O cliente possui despesas regulares em outro país? Já possui recursos suficientes para cobrir a aposentadoria no Brasil? Possui algum filho vivendo em outro país? Situações como essas podem justificar maior ou menor exposição em outra moeda.
Quais despesas específicas um investidor deve considerar ao cogitar transferir seus investimentos para o exterior?
Além das custas da remessa de recursos para fora, como IOF e eventuais custos contratuais, é importante entender a Legislação do país para onde os recursos serão transferidos com objetivo de estudar a estrutura ideal para seus investimentos. Por isso, um Family Office pode analisar e entender melhor as particularidades de cada família.
Como a correlação entre os rendimentos e a inflação de um país pode proteger a capacidade de um investidor de pagar suas contas?
Muitas vezes o investidor fica ludibriado por uma taxa de juros alta quando, na verdade, a inflação está corroendo grande parte (ou a totalidade) desse rendimento. Se suas despesas estão sendo corrigidas pela inflação deste país, seu rendimento deve superar a inflação a fim de preservar o seu poder de compra no futuro.
Quais são os perigos associados à exposição às diferenças entre as variações do custo de vida em diferentes países?
O risco principal é o cambial, pois, se você estiver descasado da moeda do seu custo, você ficará sujeito a variação dela.
Como as aplicações em fundos cambiais podem ser uma solução mais simples e conveniente para investidores nacionais que desejam cobrir despesas no exterior?
O fundo cambial é um investimento no Brasil cuja rentabilidade está atrelada à variação da moeda estrangeira. Caso o investidor tenha despesas em outra moeda, o fundo cambial se torna uma solução simples de se proteger contra a variação do câmbio sem a necessidade de enviar recursos para o exterior.
Quais são as situações em que destinar uma parcela da carteira patrimonial para investimentos no exterior seria recomendável?
Caso você tenha alguma despesa em outra moeda como um imóvel em outro país, por exemplo, ou se você tem um excedente previdenciário no Brasil, o que justifica que o excedente possa e deva ser diversificado.
Por que é importante diversificar o excedente financeiro em diferentes moedas e fronteiras após garantir a aposentadoria e o custo de vida no Brasil?
Diversificação significa proteção. Uma vez que você tenha um excedente previdenciário, a diversificação de moedas e fronteiras é sempre bem-vinda.
Quais eram as limitações enfrentadas pelos investidores brasileiros no passado em relação a investimentos no exterior?
Os investimentos no exterior eram tão incomuns no Brasil que algumas pessoas achavam que era ilegal. Com a evolução da tecnologia e regulamentação, ele passou a ser mais transparente e aceito, deixou de ser visto como classe de ativos, mas sim instrumento. Entre os principais pontos, a ampliação dos limites no exterior dentro dos fundos de investimento foi um grande avanço para os brasileiros. Além disso, a diminuição da burocracia cambial para facilitar a remessa de valores também teve papel relevante.
Hoje você consegue acessar o mercado internacional através de fundos no Brasil que investem em ativos globais ou mesmo comprando ativos no exterior através de uma corretora no Brasil. No entanto, vale ressaltar que investir no exterior não é uma recomendação independente. Temos que considerar as restrições e graus de liberdade do portfólio, que são determinados pelo patrimônio e modo de vida. A decisão deve levar em consideração uma visão abrangente do que cabe na vida e no portfólio do cliente e não ser em função do mercado.
Como as tecnologias atuais facilitam o acesso dos investidores brasileiros aos mercados internacionais?
O investimento no exterior se tornou mais acessível para as pessoas físicas depois que plataformas digitais possibilitaram o investimento de forma simplificada e com menos volume. Hoje, não se trata mais de uma modalidade restrita a grandes patrimônios. Para o investidor, significa um leque maior de possibilidades que se adequam às suas necessidades de prazo, risco e retorno. Para os gestores, maior diversificação na composição das carteiras.
Quais são os princípios fundamentais que os investidores devem ter em mente ao tomar decisões de alocação de recursos?
Minha sugestão é focar nos 3 pilares do método Alocc: liquidez, diversificação e eficiência. Ou seja, montar um colchão de liquidez que seja uma variável do seu custo de vida, diversificar o excedente para que esse patrimônio atravesse as crises e buscar eficiência nos melhores gestores do mercado.
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