Skeelo é destaque em evento mundial de livros

O Skeelo, plataforma de ebooks, minibooks e audibooks, participou recentemente da Feira do Livro de Frankfurt, o maior evento mundial do setor. Representantes de 48 países participaram simultaneamente do encontro virtual comandado por Rodrigo Meinberg e Rafael Lunes, sócios-fundadores da marca, e Breno Lerner, editor e parceiro da plataforma. A palestra ‘Audiolivros para além do áudio: como Skeelo invadiu o mercado no Brasil’ trouxe detalhes da empresa que nasceu com o propósito de disseminar o conhecimento no país. A presença do Skeelo na feira mundial é resultado da indicação feita pela CBL (Câmara Brasileira do Livro) e pelo Brazilian Publishers por reconhecer na plataforma uma inovação no segmento editorial brasileiro. Fernanda Dantas, gerente de Relações Internacionais da CBL e Brazilian Publishers, reforça a importância de reconhecer as ideias que transformam realidades. “É muito gratificante apresentar para o mundo um exemplo de inovação e pioneirismo do mercado editorial brasileiro. Cada vez mais posicionamos nosso mercado internacionalmente e abrimos espaço para nossas empresas realizarem negócios internacionais”. Para Meinberg, a oportunidade de estar no maior evento literário é incrível, ainda mais para falar sobre audiobooks e e-books no Brasil. “Os formatos eletrônicos são uma tendência sem volta e o mercado editorial já reconhece isto.”

Rafael, o Skeelo é mais que um negócio para você?

Definitivamente sim! Eu e meus sócios temos a plena consciência de que estamos diante de um projeto transformador da sociedade, endereçando frontalmente os principais obstáculos para o hábito de leitura do brasileiro que é a distribuição e o custo final percebido frente às necessidades básicas que já ocupam grande parte do poder aquisitivo do cidadão médio. Sabemos que o livro é o principal condutor da cultura e conhecimento numa sociedade livre e inclusiva, portanto, sabemos que o Skeelo tem um propósito maior que o próprio negócio em si, entendemos que o negócio é consequência deste propósito maior.

Em que momento isso se tornou muito claro?

O projeto nasceu de uma convicção dos sócios em questionar o paradigma de que o brasileiro não lê. Procurar entender o porquê (os porquês) deste paradigma e não cair no simplismo de achar que se tratava de algo meramente comportamental foi um dos principais desafios. Como temos estruturas dedicadas exclusivamente a ouvir, atender nossos consumidores finais, seja no nosso canal de atendimento, nas apps stores e nas redes sociais, começamos a coletar maravilhosos feedbacks a respeito do papel transformador do Skeelo ao fornecer literatura de qualidade na conveniência de smartphones conectados, através dos melhores best sellers do mercado, para um contingente da população desatendida pelo contexto tradicional livreiro. Mesmo em termos de “digital”, os atuais e-commerces ainda não são as respostas para as necessidades de inclusão literária da população, já que a penetração de compra de ebooks online, via cartão de crédito, leitura em equipamentos dedicados como os e-readers ainda é pequena na população, em geral.

Quais os grandes pilares da plataforma?

Conteúdo de qualidade a partir dos melhores best sellers das maiores editoras do país, distribuição abrangente através de grandes empresas prestadoras de serviços, endereçando 100% da população brasileira apta a ler e interpretar um bom livro. Modelo de posse definitiva do livro, possibilitando que cada brasileiro monte sua própria estante digital com os livros da sua preferência, para planejar a leitura destas obras com total tranquilidade e de acordo com sua programação pessoal.

Como esses pilares moldam a sua percepção como empreendedor nesse mercado?

Na verdade, acreditamos que todo negócio de sucesso requer que um problema perceptível seja resolvido para as pessoas de forma geral. Nosso entendimento é que nosso modelo de distribuição de livros digitais resolve de forma muito assertiva os principais obstáculos para o hábito de leitura no Brasil. Confesso que não é todo dia que nos deparamos com tal conjuntura perfeita entre propósito, oportunidade e demanda reunidos num único negócio. Nossa percepção é que inventamos um modelo único e inédito, capaz de colocar o livro finalmente num lugar ao sol nestes tempos 100% conectado e online, lugar que o vídeo e a música já ocupam há mais tempo.

O que norteia o Skeelo é a disseminação do conhecimento. Por onde passa esse conhecimento em sua visão?

Na diversidade de temas e na pluralidade de ideias trazidas pelo nosso acervo de livros. O pensamento crítico se desenvolve justamente neste tipo de ambiente. Historicamente o livro representa a base do conhecimento humano, não seria razoável perder esta referência milenar simplesmente porque o consumo destes livros não acompanhou a evolução da oferta de conteúdo digital, principalmente nos smartphones, perdendo espaço inclusive para conteúdos mais superficiais, sem aprofundamento difundido pelas redes sociais.

O modelo de negócio da sua plataforma já está consolidado. Quais os desafios na hora de chegar num modelo de negócio ideal?

Os desafios basicamente consistem no processo de amarrar todas as pontas, da distribuição via parceiros comerciais ao pagamento do direito autoral junto às editoras. Nosso diferencial foi entender as dores do mercado editorial e superar as barreiras que impediam que os melhores títulos pudessem ser distribuídos num formato mais massivo, como é feito com vídeo e música de alguma maneira. Transparência e a certeza de que estamos endereçando um mercado praticamente virgem de leitores (que acabavam não lendo ou mesmo consumindo pirataria) foram cruciais para a montagem deste ecossistema poderoso que viabiliza uma verdadeira democratização no acesso aos livros no Brasil.

Aqui entra a inovação, certo?

Totalmente! Nosso entendimento é que a inovação se desdobra em várias dimensões. Pensar que a inovação reside simplesmente no aplicativo em si ou em outra interface de usuário é reduzir o conceito. Ao nosso ver, a montagem de um plano de negócio envolvendo atores de segmentos tão distintos, equacionando todas as necessidades foi nossa maior inovação.

Em quais outras pontas do seu negócio essa inovação se faz presente?

Inovamos ao fugir do conceito de “netflix-de-alguma-coisa” para o Skeelo. Nossa visão é que o consumo de livros é direcionado pela qualidade e não pela quantidade, já que a leitura de um livro é um investimento de tempo acima de tudo. Não se presta ao consumo superficial e volátil, ou quase em segundo plano, que são características do mercado de música, por exemplo. Ou seja, trazer o conceito de curadoria na sugestão dos best sellers, possibilitando a troca deste título conforme o gosto pessoal do leitor, montando uma estante digital com obras escolhidas a dedo, garantindo a posse definitiva destas, nos pareceu o modelo ideal para o consumo de livros digitais.

Quantos usuários usam a plataforma atualmente?

Cerca de 3 milhões de usuários já utilizam nossa plataforma com frequência.

A expansão internacional já está no radar?

Já está. Estamos em conversas preliminares com alguns potenciais parceiros de distribuição em países da América Latina, cujo mercado apresenta semelhanças importantes ao mercado brasileiro, principalmente no que diz respeito aos obstáculos para a massificação do hábito de leitura na população, em geral.

O que vislumbra para a plataforma nos próximos anos?

Nossa visão é que o Skeelo se torne a principal plataforma de distribuição e consumo de livros digitais do mundo, dando o “norte” de uma nova forma de consumo de livros pelas pessoas, sendo mais inclusiva, acessível e conveniente. Nossa crença é que o “Modelo Skeelo” tem totais condições de transformar o livro num conteúdo “pop”, ampliando o leque de opções de entretenimento e busca de cultura e conhecimento.