Thiago Marra é membro da Associação Brasileira de Médicos Pós-Graduados – ABRAMEPO, e membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica. Além de ser especialista em rinoplastia, realiza vários procedimentos como prótese de mama, mastopexia, lipoaspiração, harmonização facial e cirurgias estéticas pós-redesignação sexual. Fora do centro cirúrgico, fundou a Associação de Dentistas Especialistas em cirurgias faciais, que visa combater a reserva de mercado e apoiar a classe da Odontologia, para a realização de procedimentos estéticos, como a harmonização orofacial. Em junho, o cirurgião operou o influencer Felipe Didonih, algo muito falado em sites especializados na época. “O nariz me incomodava. Acionei o cirurgião plástico Thiago Marra e ele meteu o bisturi. Quando a gente está na mão do melhor, o medo não existe”, enfatiza o jovem diretor. “Moda entre as celebridades, a rinoplastia se tornou uma das cirurgias estéticas mais procuradas no país. Isso porque o procedimento é capaz de mudar o formato do nariz, proporcionando um aspecto mais harmônico ao rosto, sem descaracterizá-lo”, comenta o cirurgião plástico Thiago Marra, que realizou a cirurgia, ao informar que além do objetivo estético, a cirurgia de rinoplastia de Felipe Didonih também foi indicada para correção de um problema funcional, o desvio de septo. Sobre a rinoplastia ele ainda diz: “É possível fazer esse procedimento apenas com anestesia local”.
Doutor, como os seus caminhos foram se encontrar com a medicina?
Venho de família médica. Meu avô foi professor da UFMG, tenho uma tia cardiologista e outra neuropediatra. Então nasci em um meio com muitos médicos e com certeza isso influenciou muito. Desde pequeno sabia que queria fazer medicina, ainda não sabia a especialidade, mas fui descobrindo durante a faculdade e como vim de um meio médico tudo isso foi muito natural.
Por que a cirurgia plástica estética como área de atuação?
Durante a faculdade pensei que pudesse me especializar em psiquiatria, mas conheci alguns cirurgiões fantásticos, que me identifiquei muito e isso me levou para a cirurgia geral. Quando terminei a cirurgia geral, foquei na cirurgia plástica, área que eu me encantei muito e decidi que seria aquilo que queria fazer.
O Brasil é o líder em cirurgias plásticas. Por que você acredita que isso ocorre?
O Brasil é um líder em cirurgia plástica e um dos motivos, sem dúvida nenhuma, foi graças ao professor Ivo Pitanguy, que foi uma das maiores referências mundiais em cirurgia plástica, desenvolveu várias técnicas, foi pioneiro nesses quesitos e foi o responsável por difundir esses conhecimentos aqui no Brasil. Além disso, o Brasil é um país tropical, em que a cultura daqui sempre foi vista como uma cultura de cultivo da beleza. O corpo feminino sempre foi bastante valorizado no nosso país e no exterior, e isso também contribuiu para a vaidade, a preocupação com a estética do corpo brasileiro. Com certeza isso colaborou para que o Brasil se tornasse líder mundial em procedimentos estéticos.
As cirurgias estéticas faciais cresceram 300%. Quem procura mais esse tipo de intervenção?
As cirurgias estéticas faciais, principalmente a rinoplastia e a otoplastia são muito procuradas e estão cada vez popularizando mais. Em relação à procura por esses tipos de procedimentos, depende muito, por exemplo, o lifting facial é muito procurado quando se está um pouco mais velho, com uma flacidez facial e a pessoa quer um rosto mais rejuvenescido. A rinoplastia também tem crescido exponencialmente, isso acontece quando a pessoa está insatisfeita com a estética do nariz, e agora, como as técnicas melhoraram muito, as pessoas estão cada vez mais seguras em realizar esse tipo de procedimento. Os resultados estão cada vez melhores, as técnicas cirúrgicas cada vez mais avançadas e as pessoas estão cada vez mais seguras.
Otoplastia, que é a cirurgia da orelha de abano, é muito realizada em crianças, com uma idade que vai dos 6 aos 8 anos. A cirurgia da pálpebra, que é um pequeno procedimento, normalmente são pessoas também um pouco mais velhas, que a pálpebra começa a atrapalhar a região da visão.
Tem procedimentos que estão relativamente com técnicas novas, também pouco conhecidos pela população, mas que já estão crescendo muito. Um bom exemplo disso é a queiloplastia, que é o contrário do preenchimento labial, mas nele é feita a redução dos lábios.
Quais os riscos dessa cirurgia em especial?
Todos os procedimentos cirúrgicos têm riscos inerentes à cirurgia, como, por exemplo, riscos de uma reação ao medicamento anestésico, riscos no pós-operatório, como algum tipo de hematoma que é um sangramento, riscos de infecção no pós-operatório. Então tudo isso são ricos inerentes aos procedimentos.
Esse procedimento pode deixar o rosto mais harmônico. Como isso ocorre?
Sim, é possível deixar o rosto mais harmônico na hora de realizar cirurgia, inclusive é feito uma consulta pré-operatória, onde exatamente é visto todos os pontos para deixar o procedimento mais harmônico.
A capacitação dos profissionais para esse tipo de atividade está dentro daquilo que o senhor espera como profissional?
Exatamente essa é a nossa grande luta! Tive o privilégio de ter uma das melhores formações possíveis para um cirurgião. Fiz 2 anos de cirurgia geral em um serviço altamente qualificado. Fiz 3 anos de cirurgia plástica em um dos melhores serviços da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. São 12 mil horas de pós-graduação, e trabalho nas mais diversas áreas do corpo e da face. Então o que pretendemos e o que buscamos é que todos os profissionais que realizam esses procedimentos tenham acesso a esse conhecimento, a essas informações e a essas pós-graduações de alto nível e de alta qualidade.
Hoje em dia sabemos que os profissionais que trabalham com cirurgias estéticas da face ainda precisam, como os cirurgiões dentistas, de pós-graduações focadas nessa área, e apesar de já existir literatura ampla e vasta dentro do buco-maxilo-facial sobre a realização desses procedimentos, apesar desses cirurgiões realizarem, às vezes, procedimentos até mais complexos, a parte do aprendizado da estética ainda está começando. Existe uma curva de aprendizado e sempre tem um início, sempre tem um começo. O importante é o profissional ter um suporte de um outro profissional mais experiente para que possa dentro da sua curva de aprendizado, realizar os procedimentos com o máximo de segurança possível, trazendo a satisfação dos pacientes e com baixos índices de complicações.
O senhor desenvolveu uma nova técnica de Rinoplastia. Poderia falar mais sobre isso.
Sendo bastante honesto e transparente, não existe ninguém que invente uma nova técnica cirúrgica, de forma totalmente evolucionária, sozinho. Com a experiência e vivência vai acontecendo a adaptação das técnicas que já existem para aperfeiçoarmos o processo e melhorar o resultado. É isso que venho buscando fazer, por exemplo, nas técnicas de rinoplastia, uma das coisas que venho fazendo que realmente conheço pouquíssimos cirurgiões que fazem, é a realização da rinoplastia com retirada de cartilagem de septo apenas com anestesia local. Sabendo fazer uma boa infiltração anestésica, sabendo utilizar os medicamentos pré e pós-operatórios adequados para a redução do sangramento, controlando bem a pressão do paciente, é possível fazer esse procedimento apenas com anestesia local em muitos dos casos.
Quando não feitas com anestesia local, pode-se fazer apenas com anestesia local e uma sedação bem leve, feita pelo anestesista. Diminuir o grau de invasibilidade da cirurgia e não fazer todos os procedimentos com anestesia geral, reduz o custo do procedimento e também aumenta a segurança. Vale lembrar que grande parte dos cirurgiões fazem esse tipo de cirurgia com anestesia geral, o que na minha opinião, aumenta os riscos de complicações anestésicas e aumenta os custos da cirurgia. Além disso, utilizamos também em situações específicas, como substituto da cartilagem septal, um enxerto de fora do corpo, o chamado porex (polietileno poroso). Então os enxertos para definição de ponta e sustentação de ponta realizados com o polietileno poroso simplificam a técnica cirúrgica, tornando ela mais simples e também promove resultados satisfatórios, sendo desnecessário a retirada da cartilagem do septo e muitas vezes a gente complementa esse enxerto com cartilagem de orelha, que também é mais simples e menos invasiva. Então essa utilização do porex também é algo inovador e sem dúvida nenhuma auxilia para que as técnicas se tornem mais acessíveis, simplificando a forma como se faz o procedimento, reduzindo os custos, tornando os procedimentos mais acessíveis.
Como funciona o seu curso online?
É um curso de rinomodelação estruturada, com anestesia local, onde o foco é diretamente para médicos cirurgiões e cirurgiões dentistas. Nele está completa toda a parte de anatomia, de complicações e das técnicas cirúrgicas.
Essa técnica é explicada no curso?
Essa técnica é explicada durante o curso com vários detalhes, com vídeos das cirurgias. Então é bem completo, com uma parte teórica bem densa, que é muito importante conhecer antes de começar a entender a parte cirúrgica.
Mentorias também estão sendo realizadas?
Existem sim as mentorias. Elas são feitas normalmente, uma vez ao mês, onde 4 cirurgiões podem acompanhar as cirurgias durante uma semana, para ver de perto as técnicas cirúrgicas, como que o procedimento é feito, através de uma imersão e se aprofundar melhor nesses tipos de cirurgias.
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