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TiFlux aposta na digitalização no pós-Covid

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A TiFlux, formada pelo trio de sócios Marcio Jacson, Ademir Vicente Junior e Fabio Miguel Mello, surgiu em 2017 mas, diferente da narrativa convencional de empresas de software que nascem com o desafio de criar uma solução do zero, o core business da startup é uma ferramenta que os amigos já trabalhavam desde 2005. O desafio a que o software se propõe é resolver problemas comuns de técnicos e gestores de TI de empresas de qualquer porte, especialmente atendimento e feedback de chamados, acesso remoto aos clientes, análise de serviço e faturamento, acompanhamento com SLA (acordo de nível de serviço), entre outras funcionalidades. “A TiFlux surgiu da necessidade de outra empresa que tínhamos na prestação de serviço e atendimento a clientes. Em 2004/2005, não tínhamos uma solução onde atendia aquilo que gostaríamos de entregar para o mercado e para os nossos clientes com qualidade, por isso começamos a desenvolver essa solução. Em 2018 a gente se lançou no mercado para que outros pudessem beneficiar disso. Vale acrescentar que a TiFlux além de ter nascido de uma necessidade, tem um conjunto de sócios com completariedades de competências e habilidades que propiciou realmente a gente unir pra que pudéssemos ter um produto que resolvesse não só nossa dor, mas muitas dores do mercado”, afirma o empreendedor Marcio Jacson.

Marcio, como seu deu o começo de sua jornada como empreendedor?

Comecei justamente pelo fato de que meu pai vinha de uma educação bem restrita. Ele não nos dava as coisas que queríamos, fazendo com que buscássemos as coisas que queríamos. Então, desde muito cedo, trabalhei vendendo picolés, fazendo pulseiras, vendendo pipa e rabiola… Acabamos observando como o meu pai era empreendedor e vendo o que acontecia. Copiamos e corremos atrás, justamente para empreender.

Como analisa o momento para se empreender em nosso país?

O empreendedor que começa a ser entendedor (entende/dor) de determinado mercado ou nicho de mercado, começa a trazer soluções e criar formas de resolver essa dor. Alguém que está agora começando no meio dessa pandemia com um mindset criativo, com um mindset aberto para inovar e resolver dores, muitas vezes é mais rápido e eficiente do que as empresas que se adaptarem ao novo momento. Entendo que agora é o momento justamente de poder usar de pontos, já que muitas vezes você tem empresas com um custo muito alto que estão tendo que se readaptar, sendo que você pode criar formas de atender mercados que estão deficitários.

É claro que existem nichos que estão muito abalados, com muita dificuldade, mas sempre que existem dificuldades em algum ponto tem oportunidades em outro. Um exemplo é o caso dos eventos. Eventos físicos começaram a ser afetados por esse problema que o país está vivendo, mas, ao mesmo tempo, fazer eventos virtuais, ou, de uma forma 1 para N, onde tem um local físico de uma apresentação e várias pessoas como expectador à distância, terão muita oportunidade para criar e para trazer novidades que possam atender a esse momento que estamos passando.

O pós-Covid-19 será uma ruptura para alguns negócios em sua visão?

Com certeza o pós-Covid será uma ruptura para negócios que estão num formato onde existe uma dependência muito forte da interação humana, do contato humano e de uma forma onde as gerações mais novas não estavam já consumindo a proposta de valor que muitas vezes outras gerações é que consumiam mais. A necessidade de inovar e de trazer uma forma diferente de entregar valor vai ser fundamental e alguns negócios não vão conseguir se adaptar.

Como surgiu a TiFlux?

A TiFlux surgiu da necessidade de outra empresa que tínhamos na prestação de serviço e atendimento a clientes. Em 2004/2005, não tínhamos uma solução onde atendia aquilo que a gente gostaria de entregar para o mercado e para os nossos clientes com qualidade, por isso começamos a desenvolver essa solução. Em 2018 a gente se lançou no mercado para que outros pudessem beneficiar disso. Vale acrescentar que a TiFlux além de ter nascido de uma necessidade, tem um conjunto de sócios com complementariedades de competências e habilidades que propiciou realmente a gente unir pra que pudéssemos ter um produto que resolvesse não só nossa dor, mas muitas dores do mercado.

Ter sócios como os que compõem a TiFlux é fundamental para que hoje tenhamos um produto que é “Must Have” [A expressão Must Have, quando traduzida para o português se torna “deve ter”, ou seja, é tudo aquilo que é indispensável para o usuário]. Existe um conceito no empreendedorismo que é criar uma empresa “Nice to Have” [o conceito Nice to Have pode ser compreendido como desejável e interessante, mas não é indispensável], que são produtos legais de ter. O nosso desafio é criar produtos “Must Have” que é obrigatório ter se não a empresa para. Temos vários clientes e empresas que param sem a nossa ferramenta para distribuição de trabalho em home office. Por isso foi muito bacana termos trabalhado com isso.

Quais os principais pilares da empresa?

Gostaria de destacar três pilares. O primeiro pilar é o cliente. O cliente estando satisfeito e sendo um cliente que está alinhado com a nossa proposta de valor, garantirá que consigamos realmente fazer com que todo sistema gire retroalimentando aquilo que estamos fazendo. O segundo pilar são os nossos times. São as pessoas que dedicam as suas vidas em construir realmente uma solução ou um produto para que o nosso cliente tenha resultados sensacionais. O último pilar é o pilar da transparência e da verdade. Sem essa transparência e sem essa verdade para com todos e com tudo que está sendo feito, não teremos o resultado que sabemos e que devemos entregar.

Para que todos esses pilares sejam realmente possíveis temos quatro valores: o time (que é o vamos); depois temos o relacionamento (que é o bem-estar); gratidão (sempre olhando o copo cheio e trabalhando em cima desse copo cheio para que a gente possa estar cada vez mais motivado em fazer aquilo que é necessário fazer); micro-ambição (nós sempre incentivamos o nosso talento a melhorar como pessoa e como profissional para que possamos realmente ter prazer naquilo que estamos desenvolvendo).

Que obstáculos tiveram que ser removidos para a ideia se tornar real?

Acredito que está muito nas questões dos medos iniciais, onde em 2016/2017, no processo de validação da ideia, fomos realmente ver se tinha mercado ou não. Acredito que o medo era o que muitas vezes limitava. Hoje vemos que quando tomamos a decisão de fazer o negócio acontecer, realmente não precisava ter o medo que era o obstáculo que impedia o crescimento. Fora isso, desde o começo, tivemos a questão do time muito coeso e complementar dos sócios. A cada sintoma ou a qualquer sensação de problema, ou de um obstáculo, tratávamos pontualmente para que isso não se transformasse em algo maior ou em um outro obstáculo. Isso fez com realmente tivéssemos uma sinergia e resultados mais positivos do que negativos em todo processo.

Como aumentar a produtividade em tempos de home office?

A própria TiFlux é uma ferramenta que ajuda a trabalhar em home office, haja visto que ela faz atendimento a clientes e também centraliza demandas e solicitações de trabalhos, além de problemas de uma forma muito transparente e dinâmica. Isso faz com que todos os responsáveis das áreas tenham aí suas atividades e possam realmente fazer os trabalhos e demandas que são necessárias. Já como empresa, adotamos hábitos importantes para engajarmos todo time com as entregas. Usamos também o OKR. No OKR as pessoas se propõem a colocar aquilo que elas vão entregar. Nós por utilizarmos isso antes da pandemia (antes do home office), ficou muito fluído toda a cultura da empresa em utilizar esse tipo de dinâmica.

Para nós não foi um trabalho (muito pelo contrário). Está sendo uma descoberta de que não necessitamos estar todos fisicamente para que a empresa gire e entregue realmente com qualidade e produtividade. Acabamos adotando um report no final do dia para algumas áreas (área de CS, marketing e comercial). Sempre existem acompanhamentos no início do dia. No final do dia as pessoas acabam mandando para os líderes e para os coordenadores. Brincamos de podcast, mas é um áudio de três ou no máximo de 5 minutos (se tiver alguma coisa extraordinária) para poder trabalhar e com esses áudios conseguimos ter as informações do que aconteceu. Você sente na voz como está a energia, como está todo o processo para poder fazer esse trabalho a distância.

Por que sistema OKR (criado na década de 70) ainda é tão relevante?

Porque o propósito foi criado para poder permitir que o serviço ao cliente fosse melhor, eficiente e mais rápido. Ele não só continua sendo um requisito obrigatório, mas também extremamente eficiente.

As bases para o gerenciamento da produtividade devem ser as mesmas para pequenas, médias e grandes empresas?

Acredito que aqui vai granularizar um pouco, porque por dentro de pequenas, médias e grandes empresas, temos alguns graus de maturidade de gestão. Existem pequenas com um grau de gestão alto e encontro empresas grandes e médias com o nível de gestão baixo ou médio. Podemos aplicar as boas práticas ou as formas de gestão 5W2H, a parte de PDCA… todas essas metodologias que fazem com que você tenha excelência e possa trazer produtividade também para o time, porque você não consegue controlar aquilo que você não gera. Como Peter Drucker (pai da administração moderna) nos ensina, ou seja, você só vai conseguir realmente ter produtividade e eficiência quando você tiver métricas e indicadores que conseguem orientar as pessoas a alcançar aquilo que está determinado e sabendo que é humanamente possível de ser feito.

Não consigo responder taxativamente que para as três é a mesma base de gerenciamento, pois, existem algumas metodologias diferentes e graus de maturidade de gestão. Também existe a necessidade, porque dependendo do nível que você coloca, pode engessar o processo a tal ponto gerando improdutividade. Quanto mais qualidade, mais você tem que estar afinado para ter um equilíbrio perfeito em todas as pontas necessárias na obtenção de produtividade/qualidade, com eficiência e com uma entrega perfeita de valor pela empresa.

Como a TiFlux espera que o seu mercado estará no pós-Covid?

Esperamos que tenhamos um nível de digitalização dos negócios e da aceitação das pessoas pelo digital, seja por uma entrevista, seja por uma reunião, seja por uma série de coisas que muitas vezes nós que trabalhamos no ramo da tecnologia, víamos que existia um dispêndio de valor, com um custo muito alto, mantendo as coisas muito analógicas. Acredito que no pós-Covid teremos uma digitalização maior. Acredito que será uma era complexa onde temos muitos fatores em termos de tecnologia e desejos. No pós-Covid vamos conseguir ter uma explosão e uma expansão. Teremos uma adoção real disso, pois, as novas gerações estão vindo com essa demanda e necessidade. Automaticamente as empresas estão se adaptando muito rápido e os governos estão tendo que se adaptar.

Acredito que será muito positivo, ainda que o momento em que estamos vivendo acabe sendo um caos, mas precisamos desse caos para que possamos inovar, fazendo o novo de uma forma mais fácil e mais simples (mesmo sendo complexo), para que possamos trazer isso para o mercado. A TiFlux está muito positiva e ajudando nesse processo com a sua solução, trazendo mobilidade e essa digitalização que é necessária.


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