Gabriel Monteiro é cofundador e CEO da Téxvn Group, grupo de tecnologia com diferentes projetos de desenvolvimento de softwares de alta complexidade e personalização. Mesmo sendo uma empresa de apenas dois anos, a Téxvn já ganhou duas vezes o selo Great Place to Work, que identifica as melhores empresas para se trabalhar no Rio de Janeiro. Monteiro é carioca, já trabalhou no Target Bank e, além da veia empreendedora, tem uma enorme capacidade de articulação e, ainda, olhos voltados para projetos sociais, fomento de mão de obra capacitada, dentre outras ações. O empresário é o mais jovem diretor da história da Assespro-RJ, entidade privada, sem fins lucrativos que representa as empresas brasileiras de tecnologia da informação. Reconhecida como sendo uma entidade de utilidade pública, sua missão é contribuir para consolidar a posição do estado do RJ como referência na inovação, empreendedorismo, desenvolvimento e fornecimento de soluções de base tecnológica, com ações de apoio a todo o setor. Pela Assespro, Gabriel Monteiro apadrinhou dois jovens em situação de vulnerabilidade social, que pretende contratar em suas empresas. Os jovens fazem parte do projeto Forsoft Coding, programa de Educação e Qualificação Profissional da Assespro, premiado pela ONU, que já capacitou e mudou a vida de mais de 800 jovens, oferecendo cursos de programação de software para jovens de 18 a 24 anos.
Quais os maiores pilares da Téxvn Group em sua visão?
Nosso principal pilar é nosso capital humano, as pessoas! A gente quer ter gente boa, igual à gente, na empresa. Pessoas que somam, que querem fazer a diferença, vencer desafios, crescer junto. Buscamos pessoas comprometidas, porque a parte técnica a gente forma! Temos essa visão. Nossos colaboradores são nossa prioridade, porque eles estando felizes, vão entregar valor e deixar nossos clientes felizes. E clientes felizes e satisfeitos, além de pagarem bem, trazem novos clientes e os investidores ficam felizes. Não é à toa que conquistamos o certificado Great Place to Work duas vezes consecutivas, logo nos dois primeiros anos de empresa. Investimos muito na formação dos nossos colaboradores, nosso ambiente é de aprendizado e troca.
Nosso segundo pilar é a disrupção, a inovação. Queremos mostrar que jovens também podem desenvolver um trabalho bem feito, de forma madura e responsável. Desenvolvemos softwares de grandes complexidades, com alto padrão de qualidade e muito comprometimento com os resultados dos clientes.
Quais os maiores desafios enfrentados nesses dois anos?
Justamente a contratação e formação de novos colaboradores é nosso maior desafio. A pessoa precisa querer aprender e precisa ter foco, ter um plano de carreira. Essa supervalorização do profissional de tecnologia é uma bolha, que vai estourar em breve. Porque o profissional já começa a carreira sendo supervalorizado, mas ele ainda não está completo. A universidade não forma o profissional para o mercado, só dá uma base. Ele ainda vai precisar de muito treinamento. E, muitas vezes, ele sai de uma empresa onde está sendo treinado, com proposta para ganhar mais em uma grande corporação, mas não consegue atender as demandas do novo emprego. Muitas vezes, o profissional deixa uma empresa em crescimento por achar que não tem estabilidade, por achar que será dispensado ao final de um projeto. Queremos mostrar que somos uma excelente empresa para se trabalhar, que oferecemos a mesma estabilidade que grandes corporações e até com mais possibilidades de crescimento. O certificado Great Place to Work e o fato de estarmos associados a projetos como o programa Forsoft Coding da Assespro-RJ foram importantes para enfrentarmos esses desafios.
Outro desafio que tivemos logo no início foi provar que uma empresa jovem e comandada por pessoas jovens era capaz de desenvolver softwares de alta complexidade e com alta qualidade. Mas isso já superamos! Hoje temos grandes clientes e estamos no catálogo oficial da Agência Espacial Brasileira (AEB) e da Base Espacial de Alcântara para o desenvolvimento de softwares e também estamos entrando no mercado do agro desenvolvendo uma aplicação em parceria, com uma grande empresa do setor.
Como articular vários negócios para uma única frente?
A tecnologia é muito ampla, está em tudo hoje em dia. Nossa expertise é desenvolver software de alta complexidade, essa é a base de tudo que fazemos. Dentro dessa base, podemos fornecer com excelência para qualquer nicho, para qualquer função. Minha melhor característica é saber juntar as pessoas e identificar oportunidades de negócios. E isso se aplica a qualquer frente. O varejo, o jurídico, fintechs e ERPs foram negócios que vieram organicamente, por conta de contatos em lugares por onde eu e minha equipe de executivos trabalhamos. Depois, eu pensei: “onde quero chegar?”. Então, busquei no meu network como eu podia chegar no agro e no aeroespacial. Sempre fui um articulador, o popular da escola. E no mundo dos negócios, tudo se concentra no network, na habilidade de interagir, socializar e negociar! Você precisa focar mais em quem pode te ajudar do que no como. Eu fui atrás disso! Procuro sempre mostrar quem nós somos, o que podemos fazer… E busco parcerias para isso. Identifico problemas de mercado e planejo soluções com valores justos. O agro movimenta o país, e o aeroespacial é o futuro. Quero ser reconhecido como a empresa que ajudou a AEB no newspace, que ajudou o Brasil a conquistar essa colonização do espaço. Quero deixar um legado. Poder contribuir para o desenvolvimento do país nessa área é um sonho. Eu quero estar lá! Ficar na história. Com 7, 8 anos eu já amava esse setor. Desenhava foguetes, ônibus espacial e dava de presente para amigos do meu pai… Isso sempre me fascinou.
Em quais setores a Téxvn Group está atuando no momento?
Agronegócios, aeroespacial, fintech, jurídico, varejo e ABMs (Associações de Benefícios Mútuos).
O grupo tem um hub de inovação. Fale mais sobre ele especificamente.
A empresa se associou a dois hubs de inovação. Um é o Serratec (Parque Tecnológico da Região Serrana) e o outro é o Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). No primeiro, teremos um escritório filial para 30 colaboradores, e também estamos negociando um aporte para contribuir com a formação de novos profissionais que seriam absorvidos pela nossa empresa. No segundo, fazemos parte do setor de incentivo a novos projetos para o setor aeroespacial e vamos entrar no setor de agronegócios, em breve. Estar dentro desses hubs é muito importante, pois, é onde tudo acontece: novos clientes, parcerias, formação de mão de obra, desenvolvimento de novas tecnologias. Em São José dos Campos, por exemplo, são mais de 300 empresas vinculadas. No Serratec, são mais de 200. Nesses centros, acontecem muitos encontros e eventos, onde surgem novas oportunidades de negócios.
Como essa inovação molda os outros negócios da Téxvn?
Esses hubs de inovação contribuem muito para o crescimento da empresa. Promovem troca, interação. A empresa fica em evidência. E uma empresa que quer crescer precisa ser vista, porque quem não é visto não é lembrado. As empresas nas quais me espelho hoje são: a Stefanini IT Solutions – em pessoas, negócios e estrutura organizacional – e a Apple, no que diz respeito ao conceito de marketing.
A aceleração digital afetou a empresa em que pontos?
Na Téxvn Group, já vivemos essa aceleração digital há muito tempo, porque estamos à frente, já nascemos dentro desse processo. Para outras empresas, a pandemia acelerou isso ainda mais. Algumas companhias, que ainda tinham resistência ao uso de tecnologia, tiveram que se render, o que fez com que a busca por softwares de grande exclusivos aumentasse bastante. Isso foi muito positivo para a Téxvn. As empresas hoje percebem que não vão conseguir prosperar sem o uso da tecnologia. Ela é vital e precisa fazer parte até mesmo dos processos mais cotidianos de qualquer organização. Tudo precisa estar no digital hoje em dia. É aí que a gente entra em cena!
O Rio de Janeiro vive um bom momento quando o assunto é empreendedorismo?
Os olhos do mundo para os negócios no Brasil, infelizmente, ainda estão muito voltados para São Paulo. Alguns estados do sul e nordeste conseguiram se articular bem e já estão na vanguarda, mas o Rio de Janeiro ainda luta por um lugar ao sol. O estado sempre enfrentou problemas como altos impostos, falta de incentivo governamental, o problema da segurança pública, estrutura de transportes ainda precária… São muitas questões históricas, que acabam por afastar investidores. Mas a Prefeitura do Rio vem mostrando grandes esforços para mudar essa realidade, como a redução de imposto no Porto Maravilha e a lei de incentivo ao empreendedorismo, do Chicão Bulhões. Como empresa, sentimos um impacto positivo, porque a demanda por tecnologia cresceu muito, mas de modo geral, a indústria e a economia do Rio de Janeiro só devem ter um crescimento maior em 2023, 2024.
Como a palavra disrupção é englobada pela Téxvn?
É nossa essência, um de nossos pilares. Na prática, disrupção é algo tão inovador que rompe com uma prática de mercado, criando um conceito, uma nova forma de atuar. E é isso que nossos projetos proporcionam para nossos clientes.
O que você pode falar sobre sua atuação na Assespro-RJ?
Para mim, não só uma oportunidade de compartilhar conhecimento, mas também um enorme aprendizado. Sou o mais jovem diretor da associação, então estou tendo a oportunidade de trocar experiência e ideias com grandes nomes do setor. É dual, porque contribuo com a minha visão, de uma geração mais jovem e mais digital, assim como a minha experiência em articular grandes projetos, mas também aprendo muito. Outro ponto que me traz grande realização pessoal é poder colaborar com a formação profissional de jovens em situação de vulnerabilidade social. A Téxvn Group apadrinhou dois jovens, custeando toda a formação deles e, ao final do curso, em março deste ano, eles serão contratados. Dar a minha contribuição para diminuir a desigualdade social é algo que também está inserido na cultura da empresa. Isso é muito importante para o nosso grupo.
Qual a importância da Assespro?
A atuação dessas associações e dos hubs de inovação são de extrema importância para o crescimento do setor. Se dependermos somente de estado, governo, esbarramos em muita burocracia e lentidão. Ali, temos a chance de escalar isso de forma mais rápida e consistente. As coisas funcionam mais rápido com incentivo privado. Tanto no Serratec quanto no Assespro, ainda temos um foco importante no lado humano, nas ações sociais. Ambos funcionam como uma via de mão dupla, ajudando o mercado, a economia e também contribuindo para a diminuição da desigualdade social. Outro ponto importante dessas instituições é oferecer uma formação mais completa, uma vez que as universidades também não formam com a especificidade técnica que as empresas precisam. São essas ações que ajudam na formação de mão de obra qualificada para o setor.
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