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Uma boa qualidade de vida para os nossos 60+

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O Brasil enfrenta um cenário de envelhecimento populacional acelerado. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a proporção de pessoas com 60 anos ou mais aumentará de 15% em 2020 para 30% em 2050. Isso significa que o Brasil terá cerca de 60 milhões de idosos, o dobro do que tem hoje. Isso colocará o país no ranking dos sexto mais idosos do mundo em três décadas.

“Esse envelhecimento populacional é um desafio que exige uma abordagem multidisciplinar e a implementação de políticas públicas eficazes”, ressalta Maria da Conceição Minigildo, empreendedora e fundadora do Akalanto Longevidade.

Os dados do novo Censo Demográfico do Brasil confirmam a mudança na pirâmide etária do país e seus impactos na política, na economia e nos negócios. Isso exige que os espaços se preparem para oferecer condições de saúde, dignidade e prosperidade para a população sênior, com políticas públicas que criem novos parâmetros na sociedade.

Maria da Conceição Minigildo, que tem sido uma voz ativa na promoção do bem-estar dos idosos, destaca: “A qualidade de vida na terceira idade depende não apenas do sistema de saúde, mas também de como a sociedade na totalidade acolhe e apoia essa população.”

Para discutir a qualidade de vida das pessoas com mais de 60 anos, o evento “Longevidade Saudável” reuniu especialistas para debater uma programação que passou pela legislação como ferramenta para tornar os ambientes mais amigáveis para a população sênior. Além disso, foram tratados temas como os avanços tecnológicos da saúde digital e as maneiras de driblar as inseguranças e medos de usar a tecnologia.

“A tecnologia desempenha um papel fundamental na vida dos idosos, ajudando-os a se manterem conectados e a acessar informações essenciais para a sua saúde e bem-estar”, destaca Maria da Conceição Minigildo.

Além disso, durante o evento, abordou-se temas como saúde integrativa, a importância da socialização e o uso de tecnologia visando criar horizontes para a integração entre os 60 mais e o mundo digital.

O encontro ocorreu na tarde de sexta-feira, 6 de outubro, na Câmara Municipal de São Paulo e contou com a participação do coral Articurando, que interpretou canções do repertório brasileiro nos intervalos dos painéis. O painel “Políticas Públicas para o Idoso – Envelhecer bem é um direito de todos” foi mediado por Maurício Santucci, do Instituto Potentiate, e criador do Programa “O Melhor da Vida” de preparação, transição e apoio para a aposentadoria. Para o debate, ele contou com a participação da vereadora Edir Salles e da empreendedora Maria da Conceição Minigildo. Eles reforçaram a importância da população ter participação ativa na criação e manutenção de políticas que atendam às necessidades dos idosos.

Durante o painel, Maria da Conceição, fundadora do Akalanto Longevidade, destacou a importância de cursos profissionalizantes na formação do cuidador de idosos. “A profissão de cuidador passa pela vocação. A pessoa tem de ter um olhar atento ao outro e gostar de cuidar”. Há mais de 30 anos na profissão, ela contou sobre sua trajetória e como migrou da enfermagem para a área de cuidador de idosos.

Maurício Santucci, por sua vez, abordou sobre as legislações que devem respeito à condição da pessoa idosa e que são direito de todos os cidadãos e merecem atenção dos políticos. Ele destacou, por exemplo, que os contratos de concessão de serviço público de transporte devem ter cláusulas que obriguem e multem quem desrespeitar o embarque e desembarque dos idosos. Cuidados especiais com a manutenção do passeio público, que impedem o direito básico de ir e vir.

O segundo painel foi dedicado “À medicina do envelhecimento saudável” comandado pela psicóloga Sílvia Rezende, que foi acompanhada pela especialista em saúde e longevidade, Denize Terra; pelo médico nutrólogo, Dionísio Brito e o vice-diretor da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (ABRAPS), Ricardo Oliani, entidade que reúne profissionais de diversos setores para promover o desenvolvimento sustentável das organizações. Em foco, esteve a saúde integralista que reforça a prevenção.

“Antes da doença se manifestar, ou seja, aparecer, existem alterações energéticas nas células, nos órgãos e nos vários sistemas do nosso corpo, que podem ser avaliadas pela biorressonância e percebidas mediante sintomas, como falta de energia e cansaço, memória ruim, dor de cabeça, alergias, alterações no sono e na digestão, dentre outros. Por isso, estar atento a esses sinais previne doenças”, diz Denize Terra, especialista em Saúde Integrativa, Quântica e Longevidade.

Na mesma perspectiva, o nutrólogo, Dionísio Brito ressaltou que a mudança de hábitos representa uma ação propositiva na qualidade de vida. “Só os alimentos não são suficientes para manter o organismo ativo e longevo, por isso a importância da prescrição de vitaminas e suplementos que colaboram para uma melhor desempenho do organismo”.

Silvia Rezende enfatizou a importância do cuidado com o corpo e a mente, bem como a atenção à energia que permeia nossas vidas, destacando a conexão desses aspectos com os desafios da sustentabilidade do planeta. Nesse contexto, Ricardo Oliani foi introduzido no painel. Ele reforçou a necessidade de debater boas práticas que conciliam o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental, a democracia e a justiça social.

Os maduros e a tecnologia são as palavras-chave do terceiro painel que encerrou o encontro “Longevidade Saudável”. No comando da mesa esteve Arine Rodrigues, fundadora do vida60mais, marketplace que facilita as escolhas dos longevos oferecendo produtos/serviços de maneira responsável e cuidadosa. Ela abriu a roda de conversa contradizendo o mito de que os maduros não estão conectados.

De acordo com um estudo realizado pela MindMiners, os brasileiros seniores estão cada vez mais ativos no mundo digital. Perto de 70% das pessoas entrevistadas, todas elas já acima dos 50 anos, consomem conteúdo de streaming, seja de filmes ou música; usam redes sociais e se interagem por meio desses veículos.

O painel contou com Sílvia Fernandes, digital influencer; Maurício Eduardo Ramos, CEO da escola Multischool, desenvolvedora de metodologia inovadora para a inclusão no universo digital e, com Viviane Palladino, CEO da ‘Mais Vívida’, startup de longevidade, que conecta idosos que querem saber mais sobre o mundo digital com jovens que buscam um trabalho remunerado e são treinados para as interações com os longevos.

“A transformação digital passa por romper obstáculos que o medo impõe. A barreira emocional é maior que a barreira cognitiva”, acentuou Maurício Ramos. “Como professor, a minha experiência comprova que os maduros, após dominar as ferramentas, conseguem fazer delas aliadas.”

Silvia seguiu na mesma linha de raciocínio ao relatar a experiência da mãe, de 82 anos, com a Smart TV. “Ela se interessou em aprender a usar o controle remoto do aparelho, porque a deixou independente. Se houver interesse no produto, as pessoas aprendem a utilizá-lo”.

Em 2018, preocupada com a saúde e o bem-estar de um parente idoso, Viviane Palladino percebeu uma lacuna na etapa anterior à perda cognitiva: ao deixarem de fazer suas atividades diárias, esses idosos perdiam muito de sua qualidade de vida, o que muitas vezes levava à piora de sua saúde. Assim, surgiu a ideia da ‘Mais Vívida’. Ela contou sobre a sua experiência como CEO da startup que é reconhecida entre as dez mais promissoras no Brasil.

Ao final do painel, Arine Rodrigues considerou que a inclusão digital do público sênior é um processo sem volta porque eles não querem e não podem ficar fora de um ambiente que oferece tantas possibilidades. Afinal, a tecnologia pode colaborar com o desenvolvimento físico, mental e social desta população.

E ela dá a dica para o público sênior: “É natural sentir medo ou vergonha ao tentar algo novo, especialmente quando se trata de tecnologia ou plataformas online. No entanto, é importante lembrar que todos nós estamos aprendendo e é completamente normal pedir ajuda. O aprendizado é um processo contínuo e enfrentar o medo é uma parte crucial dele. Lembre-se, não há nada de errado em pedir ajuda quando você precisa”, finalizou.

Atingir a longevidade saudável é um objetivo alcançável, mas requer uma abordagem multifacetada que inclui políticas e tecnologias estratégicas para incentivar a participação das pessoas. A transformação dos hábitos de vida, tanto físicos quanto mentais, é um componente crucial nesse processo. Além disso, a interação social desempenha um papel vital nessa jornada.

“É importante reconhecer que a longevidade não deve ser apenas sobre viver mais, mas sim sobre viver melhor, com saúde e qualidade de vida”, enfatiza Maria da Conceição Minigildo, cuja dedicação à promoção do envelhecimento saudável e ativo tem sido uma inspiração para muitos.


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