Há 20 anos a Seleção Brasileira de Futebol conquistava o seu quinto título mundial na Copa do Mundo realizada em conjunto pelo Japão e pela Coreia do Sul. No mesmo ano, o agora eleito para o terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva, ganharia a eleição do ex-ministro da Saúde José Serra e sentaria depois de três tentativas frustradas, na cadeira mais poderosa da nação. Naquele mesmo ano, mais precisamente em março, um livro trouxe um certo alvoroço para pessoas que encaram a vida religiosamente ou mesmo para aqueles que ainda não notaram que os 7 pecados capitas influenciam e muito nos destinos das nossas breves vidas. “Sin to Win” ou “Pecar para Vencer” do milionário e escritor britânico Marc Lewis, foi um fenômeno de vendas naquele período. Nesse pequeno texto, vamos relembrar as máximas do autor que discorre sobre o orgulho, a preguiça, a luxúria, a gula, a avareza, a inveja e a ira, trazendo um enfoque atualizado e mostrando que seja pela busca do sexo, do dinheiro, do poder e do sucesso, esses pecados devem ser utilizados e não amaldiçoados como alguns querem fazer crer.
Orgulho:
“Todas as pessoas bem-sucedidas têm amor-próprio. Em termos financeiros ou pessoais. Se você é o melhor, diga para todo mundo que você é o melhor.”
O que pessoas como Pelé, Picasso, Einstein e Elon Musk têm em comum? Eles são orgulhosos. Orgulho e humildade são duas coisas completamente diferentes. Na Copa de 70, Pelé no vestiário depois da incrível vitória contra a Inglaterra, deu três berros dizendo: “Eu não morri, eu não morri, eu não morri”. Naquele episódio, o rei do futebol estava trazendo um desabafo externo para algo que estava interno: “Eu sou o melhor, eu sou o melhor, eu sou melhor”. Para quem não sabe, João Saldanha (jornalista e ex-técnico da seleção brasileira de futebol), afirmou que Pelé estava cego, colocando-o em algumas oportunidades no banco de reservas nas eliminatórias para a competição no México. Naquele momento que o Brasil havia superado os atuais campeões do mundo, o homem que sabia que era o melhor (mesmo que não falasse publicamente) se sobressaiu sobre o mito, mostrando ali o orgulho que o levou a ser o principal futebolista do planeta até os dias atuais.
Preguiça:
“Empresários de sucesso sempre buscam resolver seus problemas da maneira mais fácil possível. A teoria dos 20-80 está muito na moda. Vinte por cento de seus esforços são responsáveis por 80% de suas conquistas.”
Em 2021, Bill Gates, um dos maiores empresários dos nossos tempos disse: “Eu escolho uma pessoa preguiçosa para fazer um trabalho árduo, porque uma pessoa preguiçosa encontrará uma maneira fácil de fazer isso.” A frase do pai da Microsoft, soaria muito mal para aqueles coaches que dizem que acordar às 5 da manhã é o Santo Graal para uma vida mais produtiva… Vamos além: quer algo mais preguiçoso e genial que o controle remoto inventado por Eugene Polley? Ou mesmo o macarrão instantâneo criado por Momofuku Ando, o mitológico fundador da Nissin Food, não é incrível? Coisas de preguiçosos.
Luxúria:
“A Luxúria é de vital importância para sentirmos vivos.”
Quando se fala nesse “pecado” a hipocrisia reina… O sexo ronda nossos pensamentos 24 horas por dia, 7 dias por semana (claro, se não formos assexuados). Quantas mulheres usaram o seu corpo e o seu desejo ardente para conseguir o que quer? Errado? Ninguém sabe o que se passa na vida das pessoas e seus problemas para colocar comida em seus pratos. Dois casos são notáveis aqui. Tanto Cleópatra como Marylin Monroe, tiveram em seu DNA a luxúria (e novamente, sem julgamentos). Vamos se ater a rainha do Egito. Além de ter desempenhado um papel importante na história do Mundo Antigo, Cleópatra desposou dois irmãos, e foi amante de dois dos mais poderosos homens da época: o ditador Júlio César (100-44 a.C.) e o general Marco Antônio (83-30 a.C.). Talvez seja a melhor definição de quem usou a sua sensualidade com o seu altíssimo QI em busca daquilo que almejava. O sexo já foi usado como arma de guerra e até mesmo na espionagem (lembremos do Caso Profumo). Querendo ou não, é uma das maiores moedas de troca em busca dos bens materiais e imateriais, principalmente depois da explosão do sexo virtual e dos fetiches que foram irrigados pela internet.
Gula:
“Na vida privada, é necessário ter uma gula insaciável por informações. A gula é querer sempre mais em todos sentidos.”
Já viu o temor, o respeito e algumas vezes a vassalagem que as pessoas têm quando falam dos grandes empresários, das grandes figuras do show biz ou até mesmo dos influentes homens públicos? O tamanho do medo e da admiração que despertam é inacreditável. Imagine na época de Marco Aurélio, Genghis Khan, Alexandre, o Grande ou Mansa Musa? O número de bajuladores e de outros que até lhes faziam reverências, deveria ser colossal. Assis Chateaubriand e Roberto Marinho, são exemplos desse colosso impenetrável no Brasil. Alguém hoje teria coragem de encarar uma grande rede mafiosa como a ‘Ndrangheta ou um grande grupo de narcotraficantes como o Cartel de Sinaloa? Mesmo que esses últimos exemplos sejam tidos como foras da lei, todos queriam ter um certo grau do grande poder que não fica apenas com a fatia do bolo ou que se contenta com as migalhas da mesa!
Avareza:
“Aprendi a lição. A avareza é crucial e dinheiro na mão é tudo.”
Em nosso país não temos o hábito de economizar e o pior, gastamos aquilo que não temos apenas para mostrar para o vizinho que “somos melhores” que eles. No livro “O Milionário Mora ao Lado” de Thomas J. Stanley e William D. Danko, os autores reiteram que a riqueza é medida através do que você economiza, não a partir de quanto você ganha. Veja o caso de Sam Walton, o criador do Walmart. O empresário era um pão-duro convicto, mas quando morreu, tinha deixado 23 bilhões de dólares para seus herdeiros. O também falecido sueco Ingvar Kamprad, da família controladora da Ikea (fabricante de móveis e acessórios domésticos) tinha patrimônio de 31 bilhões de dólares na hora da sua partida, mesmo assim, dirigia um Volvo 1993, voava em classe econômica e frequentava restaurantes populares. Para esses ricaços com certeza o dinheiro na mão não era vendaval…
Inveja:
“Na maior parte dos casos, os bem-sucedidos são filhos de famílias simples. Gente que sentiu inveja e lutou para melhorar. Das 1.000 pessoas mais ricas da Inglaterra, 759 vieram de baixo.”
Por que será que revistas como Caras sempre venderam tanto e sites de fofocas como o famoso Page Six do New York Post explodem em acessos? Reposta: inveja dos seus leitores. Todo mundo gostaria de ter uma vida melhor, não se preocupar com contas, não ter que contar moedas, viajar para todos os lugares do globo, ser o “crème de la crème”, enfim, queríamos sempre ter o melhor que o dinheiro pode comprar. Quantos também não tiveram inveja quando a lindíssima Jane Birkin caiu de quatro por Serge Gainsbourg? Ou mesmo quando Aristóteles Onassis tomou a charmosa Jacqueline Kennedy para si? Trazendo para o nosso quintal, quantos não ficam com aquela “inveja do bem” ao ver e falar sobre o relacionamento da deslumbrante Paolla Oliveira e do sambista Diogo Nogueira. A inveja é normal, quem não a tem já morreu… como ela deve ser usada, aí são outros quinhetos…
Ira:
“A ira é energia. É fazer as coisas com paixão. Nos anos em que foi campeão, Mike Tyson lutava com ira. George W. Bush pode não ser a pessoa mais articulada do mundo, mas lutava no Afeganistão com paixão.”
A ira é uma ferramenta que deve ser usada sempre. É o melhor combustível para vencer obstáculos. Em 1977, o talentoso guitarrista Nile Rodgers e o não menos talentoso baixista Bernard Edwards foram barrados ao tentar entrar no famoso Studio 54. Animados pela raiva que sentiram daquele momento, voltaram para casa (num frio terrível) e criaram o matador hit “Le Freak” que colocou o grupo Chic nas paradas de sucesso para todo sempre.
Resumindo: os 7 pecados capitais (quando bem usados) fazem qualquer pessoa ir além e não se contentar com a mediocridade reinante. Quando algum falso líder religioso (ou um falso franciscano) disser o contrário com hipocrisias infindáveis, veja que até ele usa os 7 pecados capitais para se dar bem, afinal, ninguém consegue ter vidas que valham a pena se não usar o orgulho, a preguiça, a luxúria, a gula, a avareza, a inveja e a ira em alguma medida.
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