A carreira da cantora e compositora Vicka acaba de ganhar novos horizontes. Sua nova música “Pausa”, composta de maneira despretensiosa, tomou uma dimensão enorme nas redes sociais e já foi ouvida e compartilhada por dezenas de milhares de pessoas, ganhando agora um clipe versão “home recording”. A canção e o clipe não foram concebidos para terem fins comerciais. Foi a forma que a artista encontrou para contribuir com o mundo e trazer uma mensagem positiva em meio ao caos instaurado. O single foi escrito em 25 de março de 2020, quando a quarentena já era uma realidade (ou pelo menos deveria ser) na vida de todos. As ideias vinham à cabeça de Vicka em profusão. O videoclipe conversa com essa fase que vivemos, trazendo imagens da artista reclusa em sua casa, produzindo seu som e se reinventando. No mesmo dia em que ficou pronta, Vicka “abriu” uma live e tocou a música de forma inédita para quem a assistia. A reação foi instantânea, os elogios e pedidos de que ela gravasse um vídeo exclusivo para “Pausa” foram inúmeros. Decidiu atender ao apelo do público e correu para produzir o vídeo. Foi a decisão mais acertada que podia ter. A explosão de curtidas e compartilhamentos renderam à “Pausa”, também, uma versão de estúdio. A música foi produzida por Rick Bonadio e Renato Patriarca. “Procuro sempre receber os feedbacks da melhor maneira”, afirma a cantora
Você começou a cantar com 12 anos. O que ainda ficou daquela menina 12 anos depois?
Sim, em 12 anos muita coisa mudou, mas daquela Vicka que estava descobrindo uma nova paixão ficou a vontade de sempre querer um desafio maior, a música traz essa emoção de conhecer pessoas novas, aprender e se desafiar todos os dias.
O que não pode faltar em uma música sua?
Acho que o elemento x das minhas músicas estão numa mistura de letra, melodia e levada. Não dispenso um bom swing, mas acima de tudo procuro deixar a letra conectada com as coisas que acredito.
Em que momento o seu caminho começou a ser conduzido com mais vigor para o que queria de fato?
Depois que me formei na faculdade de Engenharia Civil decidi me jogar na música. Passei uns meses fora do país vivendo de música e aprendendo inglês e tive a certeza de que a música era minha vida. Depois que retornei ao Brasil e assinei com a gravadora Midas eu senti que estava no meu caminho.
A música salva. Em que instantes da sua vida a música lhe salvou?
Desde sempre, a música sempre foi o motivo de alegria e de desabafo de sentimentos. Quando toco e canto me sinto muito bem, a música me acalma e, ao mesmo tempo, me energiza positivamente.
Como as observações externas têm influenciado na sua jornada musical?
Procuro sempre receber os feedbacks da melhor maneira, tenho recebido muito carinho das pessoas nas redes sociais e um retorno muito positivo sobre minhas composições. Tudo está conectado, o que sai de mim como música para as pessoas é um reflexo de como o mundo me influencia e como absorvo o que acontece ao meu redor.
“Pausa” faz parte dessas observações?
Sim. A canção “Pausa” nasceu de uma reflexão das mudanças que ocorreram por conta da pandemia, observando o comportamento das pessoas nas redes sociais e registrando meus sentimentos em relação à nova forma de viver e conviver.
Em que momento essa música em especial começou a tomar corpo?
Me lembro de ter gravado um áudio em meu celular antes de pegar no sono, registrei a frase inicial da música: ‘será que tem remédio pra curar meu tédio, será que existe cura pra toda essa loucura?’, no dia seguinte (25 de março) finalizei a letra em poucas horas e fiz uma gravação caseira.
O digital tem sido extremamente útil em sua carreira. Como deduziu que essa plataforma seria essencial para o seu trabalho?
A música “Pausa”, por exemplo teve repercussão nas redes sociais, WhatsApp, Instagram e Facebook. A música foi ganhando relevância por conta dos compartilhamentos e o público se conectou comigo exclusivamente no meio digital (ainda não performei essa música ao vivo em show). No momento é essencial estar ativo no meio digital, é assim que as pessoas consomem música nessa nova era.
Esperava chegar a mais de um milhão de views?
Não esperava, “Pausa” nem estava prevista como uma música de trabalho. Foi realmente inesperada a repercussão da música nas redes sociais e muito bem-vinda é claro.
Quais influências musicais lhe moldaram até aqui?
Desde que aprendi a tocar violão experimentei muitos estilos. Quando era criança em minha casa sempre tocava músicas tradicionais gaúchas: vaneira, xote, ritmos regionais… meu pai tocava acordeon e então ouvíamos muito esse tipo de música. Depois tive uma inclinação para a MPB, samba e bossa nova quando aprendi a tocar violão, influenciada pelo meu professor. E mais além me aventurei a cantar rock, reggae, pop e tudo isso faz parte do meu som hoje.
Suas músicas refletem o seu estado de espírito. Esse estado de espírito está tranquilo como podemos ver em “A Canção Mais Bonita” ou a “ebulição” está se fazendo presente agora?
Depende muito do momento, o meu estado de espírito pode mudar drasticamente em um mesmo dia (Risos). Mas as últimas músicas que escrevi refletem um sentimento de nostalgia e um ar reflexivo, por conta do momento que estamos vivendo, e, ao mesmo tempo, uma ânsia de viver e ter novas histórias pra contar.
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