Villa Leopolda: Agnellis e Safras foram donos

Na deslumbrante comuna de Villefranche-sur-Mer, às margens da Costa Azul, repousa um ícone arquitetônico que transcende as eras: a imponente Villa Leopolda. Uma mansão cuja história é tão rica quanto seus jardins expansivos, Villa Leopolda já foi considerada a residência mais cara do mundo e continua a atrair a atenção de personalidades globais. A mansão foi de ilustres frequentadores do grand monde, os proeminentes Agnellis e Safras, adicionando mais um capítulo à sua saga fascinante.

Erguendo-se em estilo belle époque, a Villa Leopolda ostenta 11 suítes e 14 banheiros, emoldurada por uma propriedade exuberante de 80000 m². Este oásis de luxo é um testemunho da grandiosidade arquitetônica e do cuidado meticuloso com o qual seus vastos jardins, adornados por mais de 80 mil oliveiras, são mantidos. Uma equipe dedicada de 50 jardineiros trabalha incansavelmente para preservar a majestade natural da propriedade.

Ao longo dos anos, Villa Leopolda viu uma sucessão de proprietários ilustres, cada um contribuindo para sua história distinta. Desde o rei belga Leopoldo II até Gianni Agnelli, o visionário magnata automobilístico que presidiu a Fiat, a mansão foi palco de muitos capítulos fascinantes. Durante a Primeira Guerra Mundial, desempenhou um papel vital como hospital militar, um eco das transformações e desafios da época.

A década de 1960 testemunhou a Villa Leopolda assumindo um novo papel: como o epicentro de extravagantes festas organizadas pela família Agnelli. Sob o olhar atento das oliveiras, socialites internacionais se reuniram em celebrações memoráveis. Entre os convidados ilustres, nomes como Ronald Reagan e Frank Sinatra deixaram suas digitais únicas, contribuindo para o mito que envolve esta residência lendária.

Uma virada surpreendente na história da Villa Leopolda ocorreu nos anos 1980, quando a socialite brasileira Lily Safra (falecida em julho 2022), viúva do banqueiro Edmond Safra, adquiriu a propriedade. Seus anos de residência acrescentaram um novo capítulo de esplendor e elegância à história da mansão. No entanto, em 2009, o destino da Villa Leopolda esteve à beira de uma mudança monumental.

Naquele ano já longínquo, a mansão quase encontrou um novo senhor, o empresário russo Mikhail Prokhorov, que ofereceu uma soma colossal de 500 milhões de euros pela propriedade. O mundo assistiu com fascínio enquanto a Villa Leopolda esteve prestes a mudar de mãos. Contudo, em uma reviravolta digna de um enredo de filme, Prokhorov desistiu do negócio, e a justiça francesa determinou que os 55 milhões de dólares que ele havia pago como entrada não seriam reembolsados.

Esta batalha judicial não apenas reteve a Villa Leopolda sob a propriedade de Lily Safra, mas também redefiniu seu valor. A mansão, inicialmente avaliada em 500 milhões de euros, foi reavaliada em 102 milhões de dólares, consolidando sua posição como a 4ª casa mais cara do mundo em 2009. Desde então, ela continua a ocupar lugares cobiçados nas listas de propriedades mais caras, atualmente figurando em terceiro, atrás apenas do Palácio de Buckingham, na Inglaterra, e da colossal Antilia, na Índia.

Marchando para o futuro, a Villa Leopolda permanece um símbolo de opulência e uma testemunha silenciosa de momentos que moldaram a história. A manutenção (que virou história) nas mãos dos Agnellis e Safras apenas reforça o status deste refúgio à beira-mar como um destino não apenas para os magnatas, mas para aqueles que buscam mergulhar nas páginas da história que suas paredes espessas guardam.

Em um mundo onde o luxo muitas vezes é efêmero, a Villa Leopolda continua a desafiar as tendências, resistindo ao teste do tempo com graça e elegância. Seus salões testemunharam a pompa real, a agitação da indústria automobilística e o glamour de festas de celebridades. Agora, com os Agnellis e Safras deixando sua marca na rica tapeçaria de sua história, Villa Leopolda mantém sua posição como um farol de prestígio na Riviera Francesa, capturando a imaginação de gerações presentes e futuras.