Viviane Ribeiro Gago é advogada, mestre em Direito das Relações Sociais, facilitadora em Desenvolvimento Humano, autora dos livros “A Biografia de uma pessoa comum, Olhares para os sistemas, Advocacia Corporativa”, dentre outros. “As ferramentas que estão inseridas no Desenvolvimento Humano apoiam firmemente as empresas na direção de enxergar as pessoas como a força motriz e matriz de tudo o que acontece nos negócios, possibilitando a manutenção delas de uma forma muito melhor. São as pessoas que fazem quase tudo acontecer e digo quase tudo, pois, há coisas que não se controla, como, por exemplo, a força da natureza, etc. O Desenvolvimento Humano e suas ferramentas apoiam na ampliação de consciência dos indivíduos e, portanto, das organizações de maneira que enxerguem vários aspectos envolvendo os aprendizados com o passado, a importância do presente, reflexões sobre o futuro que se quer emergir, além da conscientização da força do coletivo em tudo que se realiza, como costumo dizer e repetir “ninguém faz nada sozinho”. Inegável que uma liderança que se desenvolve, que busca autoconhecimento, que saiba ouvir, apoia e valoriza cada colaborador com suas individualidades e potenciais, inspire confiança e tenha credibilidade fará a engrenagem da empresa funcionar melhor e o Desenvolvimento Humano, por meio de suas técnicas, agrega extremo valor nisso tudo”, afirma para o Panorama Mercantil.
Viviane, qual é a importância do Desenvolvimento Humano para as organizações e lideranças, especialmente no contexto atual de constantes mudanças e desafios?
Começo esta resposta pelo que significa e envolve a palavra desenvolvimento: extensão, expansão, alongar, acrescentar, ampliar, aumentar, etc. Desenvolver-se, no sentido da ação de crescer e evoluir, deveria ser o principal objetivo de todos, sejam pessoas e/ou organizações. O ato de se desenvolver resulta na ação de estar apto para o próximo passo, direção, etapa superior a que se encontra na fase atual. Gosto de repetir o que aprendi há anos, o foco das pessoas e organizações, em geral, deveria ser incluir tudo o que se vivencia seja bom ou ruim (toda a bagagem aprendida) e transcender, melhorar o nível de consciência em relação a tudo e dentro de valores como cooperação, compartilhamento, compaixão e foco no bem-estar do todo, do coletivo. Aprimorar, ressignificar conceitos, rever sempre que necessário as metodologias, as práticas, de maneira a acompanhar as mudanças sociais e desafios deveria ser o verdadeiro olhar e ação de uma organização que quer permanecer no mercado de maneira construtiva, saudável e lucrativa, contribuindo para um mundo melhor.
As ferramentas que estão inseridas no Desenvolvimento Humano apoiam firmemente as empresas na direção de enxergar as pessoas como a força motriz e matriz de tudo o que acontece nos negócios, possibilitando a manutenção delas de uma forma muito melhor. São as pessoas que fazem quase tudo acontecer e digo quase tudo, pois, há coisas que não se controla, como, por exemplo, a força da natureza, etc. O Desenvolvimento Humano e suas ferramentas apoiam na ampliação de consciência dos indivíduos e, portanto, das organizações de maneira que enxerguem vários aspectos envolvendo os aprendizados com o passado, a importância do presente, reflexões sobre o futuro que se quer emergir, além da conscientização da força do coletivo em tudo que se realiza, como costumo dizer e repetir “ninguém faz nada sozinho”. Inegável que uma liderança que se desenvolve, que busca autoconhecimento, que saiba ouvir, apoia e valoriza cada colaborador com suas individualidades e potenciais, inspire confiança e tenha credibilidade fará a engrenagem da empresa funcionar melhor, e o desenvolvimento humano, por meio de suas técnicas, agrega extremo valor nisso tudo. Importante dizer que um processo de desenvolvimento é desafiador e até doloroso, pois, envolve a desconstrução de questões, crenças, etc, para abrir espaço para aspectos novos que querem emergir.
Como a interdisciplinaridade entre diferentes saberes, como Sociologia, Psicologia, Antropologia, entre outros, contribui para essa área?
A área de Desenvolvimento Humano e seus profissionais muito geralmente são profissionais multidisciplinares, com conhecimento de vários saberes, pois, tal fato possibilita trabalharmos com a complexidade que envolve os seres humanos e as organizações.
Quais são os principais fatores que influenciam o Desenvolvimento Humano de um indivíduo ao longo da vida, considerando aspectos genéticos, ambiente, experiências vivenciadas e aprendizados?
Só se desenvolverá quem buscar por isso verdadeiramente. Ninguém apoia/ajuda outrem a menos que este individuo e/ou organização queira esse desenvolvimento. Segundo nos ensina o professor, psicólogo, escritor e consultor de adultos e desenvolvimento, Robert Kegan: “a maioria dos adultos não experienciam um crescimento significativo ao longo da vida”. Por experiência e anos de observação, verifica-se que são poucas pessoas que se desenvolvem e evoluem em humanidade positiva para si e para outros, pois, muitos se seduzem com o que é ilusório e sem relevância, ou seja, ficam mais no ter no que no ser. Como dizia uma amiga “muitos ao invés de se tornarem bons vinhos, tornar-se-ão vinagres”.
Por que é fundamental que as lideranças atuais desenvolvam a habilidade de criar conexões humanas verdadeiras?
Com as mudanças sociais e os desafios enfrentados, constata-se que não são mais os benefícios e salário que atraem e retém muitos colaboradores. As pessoas ou colaboradores têm como motivação o significado que o trabalho traz, o valor que traz para organização com seus potenciais e características, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e ter uma liderança que compreende esse cenário atual e presente, tem uma comunicação eficiente, entendimento real sobre o que se faz e que se coloca no lugar do outro muito geralmente ganha respeito e credibilidade face aos colaboradores.
Outro ponto importante se o líder é consciente sobre a importância do coletivo, da equipe e tenha a confiança das pessoas, tem tudo para fluir bem e executar um trabalho diferenciado para si, para sua equipe, para a empresa e para a sociedade.
Quais são os principais desafios enfrentados pelos profissionais da área de Desenvolvimento Humano ao trabalhar com indivíduos e organizações em busca de maior consciência e evolução?
Quanto as organizações o maior desafio é que estudos demonstram que quantitativamente as organizações, encontram-se em um nível de consciência intermediário muito focado ainda em competição, meritocracia, metas individuais para bônus e ferramentas de comparação entre as pessoas para efeitos de promoção e mesmo bonificação delas. Desafiador neste estágio de consciência, as empresas compreenderem e enxergarem um verdadeiro valor em trabalhos de desenvolvimento humano e organizacional. Como exemplo, recentemente fiz um treinamento em uma empresa multinacional americana, onde os executivos claramente queriam cumprir o protocolo de um treinamento de compliance + desenvolvimento humano. Na interação com a empresa, verificava-se que o trabalho contratado era só para cumprir tabela.
Da nossa parte o fizemos, pois, temos o foco em plantar sementes, quem sabe alguma vingará? Outro aspecto relevante é que as empresas também precisam aceitar os pontos levantados neste tipo de trabalho e principalmente terem a coragem de modificar procedimentos e paradigmas. E quanto às pessoas físicas, o óbice geralmente é financeiro e a falta de coragem de mergulhar mais no seu autoconhecimento e desenvolvimento. Abro aqui um parênteses para dizer que quando há procura pelo apoio de um profissional da área de Desenvolvimento Humano é algo muito particular sendo constatado que aquele indivíduo quer enxergar além do que tem constumeiremante feito, sair de certo modo do “efeito manada” e, a experiência tem mostrado, que no estágio social que vivemos, quem procura mais este tipo de serviço são mulheres, em uma fase intermediária da carreira profissional, na faixa etária entre 30 a 40 anos e quando estão vivendo desafios que incluem dor, que as movem para a direção de olhar determinados aspectos da vida de uma maneira mais focada, profunda e, ao mesmo tempo, ampla.
Esse Desenvolvimento se tornou mais complexo com advento do digital e da IA?
O grande paradoxo desta pergunta é o seguinte: ao mesmo tempo que a tecnologia, a Inteligência Artificial desenvolvem-se de maneira galopante, por outro lado, o Desenvolvimento Humano caminha a passos lentos, sendo o nível de consciência das pessoas pouco alavancado, o que traz como efeito algo desafiador e preocupante, a tecnologia desenvolvida e poderosa nas mãos de indivíduos pouco desenvolvidos pode trazer impactos nefastos, como de fato já o traz para a sociedade, o mundo, enfim, o coletivo. Também há o aspecto da tecnologia, em algumas situações, facilitarem tanto ao criar padrões automáticos, tirando das pessoas a capacidade de inovar e pensar ao usarem o que está mais a mão, está pronto e potencializado por conta do imediatismo que impera atualmente.
Quais são as principais estratégias utilizadas para facilitar e otimizar o processo de Desenvolvimento Humano em direção a um aumento de consciência e evolução positiva?
Não aprecio a palavra estratégia para este tipo de trabalho. A forma de atingir os resultados e objetivos nos processos de desenvolvimento é se utilizar das inúmeras ferramentas existentes e não são padronizadas, uma vez que cada indivíduo e/ou organização analisado terá uma recomendação específica e direcionada para seu caso.
Como as conexões humanas verdadeiras podem contribuir para um futuro bom, saudável, sustentável e feliz, tanto ao nível individual quanto coletivo?
Além do fato do ser humano ser social, não vejo futuro para a humanidade e também para Gaia (planeta Terra), se as pessoas não compreenderem que tudo e todos estão conectados, interligados, como a pandemia demonstrou e foi o maior exemplo do que estou falando, só que infelizmente para o lado negativo. Algo ruim que aconteceu na China e afetou o mundo todo. Por qual motivo resistimos em compreender isso. Sem ilusão e/ou utopia, penso que passou do tempo de compreendermos este cenário global interligado e que algo bom pode atingir os demais e os aspectos ruins também. As primeiras e segunda guerras, são outros exemplos impactantes desta conexão. As bolhas sociais criadas, o individualismo exacerbado deveria ser firmemente repensados.
Que papel os profissionais da área de Desenvolvimento Humano têm em auxiliar os indivíduos a conhecerem a si e a se desenvolverem, impactando positivamente o meio em que vivem?
Costumo explicar que a grande obra de arte é o indivíduo e/ou organização e que os profissionais de Desenvolvimento Humano os apoiarão com ferramentas que os estimularão a mergulhar em si, avaliando vários aspectos da vida para emergir o que de fato interessa e importa para eles. Além de quebrar crenças e paradigmas buscando uma vida mais leve e saudável.
Como a evolução e aprimoramento positivo de todas as estruturas influenciam o Desenvolvimento Humano e como nos relacionamos com o mundo e com outros seres humanos?
O ser humano está praticamente por trás de tudo, de todas as estruturas e sistemas. Enquanto nós não evoluirmos positivamente, igualmente nada evolui positivamente. E aqui o que digo em evolução não é somente nível de escolaridade, nível financeiro e social, é melhora da qualidade humana, uns ajudando aos outros e se colocando “nos sapatos” dos outros. Se um indivíduo vai bem e ajuda o outro, que ajuda outro, a corrente positiva fica forte.
Diante do cenário de constantes mudanças e incertezas, como o Desenvolvimento Humano pode contribuir para criar um futuro mais promissor, no qual as pessoas consigam enfrentar desafios com sabedoria e cooperação?
O trabalho que a área de Desenvolvimento Humano e Organizacional desempenha tem um papel importante na abertura da possibilidade das pessoas e organizações, que tiverem coragem para amadurecer e desnudar questões para ficarem muito mais claras e poderem ser ajudadas para uma direção melhor, descontruir crenças, criar novas ideias e práticas, aumentar o nível de consciência e que incluirão reflexões no sentido de que quanto mais próximo estivermos do bem-estar geral, coletivo em cooperação e compartilhamento mais perto estaremos de um presente e futuro melhor.
Ter os nossos recursos internos fortalecidos, e aqui inclui-se o autoconhecimento propiciado por um trabalho de desenvolvimento, possibilita ter melhores pensamentos, uma gestão emocional saudável, equilibrada, otimista, o que propiciará resultados melhores para nós e para os que conosco se relacionam e evitará desgastes e dispêndio de energia desnecessários. Além de nos trazer mais clareza e entendimento sobre o momento vivido, separar o que é nosso e o que é do outro e bancar a nossa alma, o que verdadeiramente somos. O bem relacionar-se demanda escuta ativa do outro que conosco interage, abertura para perspectivas diferentes das nossas, real vontade de compreender o mundo do outro e acima de tudo fraternidade. Transcrevo aqui um pensamento que, para mim, diz muita coisa “O ser humano só evolui somando com outro ser humano. Ninguém chega ao auge sozinho. Ou chegamos em conjunto, ou não chegamos. Reconhecer a qualidade do outro faz parte da irmandade”. Precisamos forte e urgentemente da irmandade, da fraternidade no mundo e em todas as relações.
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