Guilherme Massa é cofundador e Head de Aceleração da Liga Ventures. Especialista em aceleração de startups e inovação aberta. O empreendedor é jornalista de formação, mas em determinado momento de sua vida, mudou para a área de produtos digitais e negócios onde se aprofundou em UX, Agile, Lean Startup e Design Thinking. Trabalhou na Abril, no UOL, no R7, Rede Record e no Vagas.com. “O primeiro fundamento para se inovar independente do cenário em que se encontra é você ser criativo na busca por soluções, apresentando diferenciais competitivos inéditos no mercado, trabalhando com o que temos de mais eficiente na tecnologia. Busque um nicho onde ninguém nunca ainda investiu e que apresenta grau de potencial alto, busque por investimentos atrativos. Apesar da crise, os clientes precisam saber que sua empresa continuará atendendo suas necessidades. Portanto, é fundamental ampliar e desenvolver suas estratégias de marketing, principalmente nas redes sociais (que cresceram ainda mais nesse tempo de Covid-19), pode ser uma forte aliada. Um dos maiores desafios, mas que pode ser a arma secreta para esse momento de crise, com muitos desligamentos, é você conseguir manter sua equipe de trabalho engajada. Esse pessoal está vivendo a pandemia também e pode ter ideias valiosas de como encarar o mercado atual. Portanto, abra ainda mais o canal de comunicação também com seus colaboradores”, afirma.
Guilherme, como a mentalidade empreendedora é fundamental nesse momento crítico em que estamos inseridos?
É fundamental porque são os empreendedores que normalmente trazem as grandes ideias, já que eles estão sempre buscando novas soluções para mudar a sociedade em que vivemos. Nós da Liga, sendo uma das grandes responsáveis pela geração de negócios entre empreendedores e grandes empresas, temos acompanhado constantemente inovações sendo apresentadas para diferentes setores que estão sendo muito afetados neste período de pandemia. Sendo assim, carregar uma mentalidade empreendedora é ter essa habilidade de adaptação, independente do cenário apresentado.
Como essa mentalidade deverá estar alicerçada no pós-Covid-19?
Entendemos que essa pandemia veio também para um aprendizado como um todo, principalmente na rapidez de adaptação de todo um setor, independente de qual seja. Quem deseja inovar e vê essa necessidade vai se sair bem em qualquer situação. Manter o foco e, principalmente, a vontade de empreender no pós-Covid será o diferencial para muitos mercados. Buscar referências em outros segmentos, testar modelos novos de chegar ao cliente e olhar para novas tecnologias, essa é a melhor forma de consolidar uma mentalidade empreendedora num futuro próximo.
O que é fundamental para se obter uma mentalidade empreendedora?
Principalmente a rapidez de adaptação e saber enxergar oportunidades para inovar. Os pequenos e médios empreendedores estão sempre um passo à frente e trazendo soluções para os desafios que estamos encontrando e pensando em como testar rápido essas novas ideias no mercado.
Qual o papel da inovação nessa conjuntura?
Temos que pensar que essas inovações e soluções tecnológicas existentes vão mostrar que é possível viver numa sociedade diferente, muito mais digital, sem que isso seja o plano B enquanto a pandemia está aí. É o caso do EAD, por exemplo. Antes da Covid-19 era visto como uma alternativa ao ensino tradicional presencial, até com um certo preconceito. Hoje, as escolas e faculdades viram-se obrigadas a se adaptar em tempo recorde para continuar o ensino. Mais que isso, elas já começam avaliar como aprofundar essa experiência online, uma vez que para as pessoas já ficou claro que é possível sim ter uma escola ou faculdade digital somado ao contato físico entre alunos e professores. Com os bancos online e o varejo é a mesma coisa, a corrida pelo banco digital e o e-commerce foi acelerada. Esses meios não vão mais ser uma segunda opção de negócio. Podemos dizer, com toda certeza e respaldo que, graças à inovação, hoje podemos enfrentar uma pandemia, trabalhando, comprando, estudando e fazendo basicamente tudo o que precisamos, da tela do computador ou celular e dentro de nossas casas. O curioso é que isso também vai nos fazer repensar as experiências presenciais, como torná-las mais atrativas e imersivas. Afinal, você quer ter contato presencial com as pessoas, mas não faz mais sentido ficar em filas ou indo e vindo com papelada para resolver burocracias que já daria para solucionar digitalmente.
Quais os fundamentos essenciais para se inovar em períodos de crise?
O primeiro fundamento para se inovar independente do cenário em que se encontra é você ser criativo na busca por soluções, apresentando diferenciais competitivos inéditos no mercado, trabalhando com o que temos de mais eficiente na tecnologia. Busque um nicho onde ninguém nunca ainda investiu e que apresenta grau de potencial alto, busque por investimentos atrativos. Apesar da crise, os clientes precisam saber que sua empresa continuará atendendo suas necessidades. Portanto, é fundamental ampliar e desenvolver suas estratégias de marketing, principalmente nas redes sociais (que cresceram ainda mais nesse tempo de Covid-19), pode ser uma forte aliada. Um dos maiores desafios, mas que pode ser a arma secreta para esse momento de crise, com muitos desligamentos, é você conseguir manter sua equipe de trabalho engajada. Esse pessoal está vivendo a pandemia também e pode ter ideias valiosas de como encarar o mercado atual. Portanto, abra ainda mais o canal de comunicação também com seus colaboradores.
Inovação, consistência e eficiência, são tripés das mesmas soluções?
Acredito sim. Buscar algo inédito, ter consistência dessa sua escolha de investimento e trabalhar da maneira correta tirando o melhor aproveitamento do tempo e dos recursos são a base para muitas soluções em diversos setores no mercado de empreendedorismo. Tivemos que nos adaptar rápido ao modelo 100% virtual, mas nem por isso aceitamos soluções que funcionem mais ou menos. Somos exigentes como consumidores, queremos empresas que entreguem essa experiência consistente online também.
Como a Liga Ventures está inserida nesse contexto?
Nossa metodologia traz para dentro das empresas o modelo mental dos empreendedores, além de permitir que grandes corporações desenvolvam projetos como startups. A Liga está presente na criação de programas de inovação aberta junto a empresas e startups, na busca de ter um melhor aproveitamento entre os dois lados e trabalhar para garantir que seja uma parceria consciente.
Quais são os pilares da aceleradora?
Focamos em ter uma rede forte de empresas e startups, sempre conectando negócios e pessoas. E acreditamos em inovação que se transforma em realidade, sem o glamour que tentam pintar no mundo das startups. Ajudar grandes empresas a ter uma cultura empreendedora e a fazer transformação digital exige trabalho árduo, assim como apoiar os empreendedores que estão trazendo soluções disruptivas, que vão encontrar resistência no mercado. Esses desafios nos empolgam muito.
Transformar o futuro num mundo cada vez mais incerto se torna desafiador em quais pontos?
A incerteza abre muitas portas, abre um leque de resultados que, para alcançá-los, será um trabalho muito mais árduo do que comparado quando se tem um objetivo único definido. Ao mesmo tempo que a inovação tecnológica te traz solução rápida para o problema, ela te abre um mundo com diversos caminhos que precisam ser guiados, ter um direcionamento. Aprender a lidar bem com essa incerteza faz parte da sociedade atual e quem souber navegar nela vai ter sucesso.
O papel do mentor é decisivo para o começo dessa transformação?
Com certeza. O mentor tem um papel extremamente importante, principalmente no início, já que é o momento de guiar e ensinar quais caminhos podem ser percorridos, além de ajudar a enxergar quais são os principais desafios e oportunidades no mercado, quais as armadilhas no percurso, com exemplos reais, com toda sua expertise e Know how.
Quais setores causarão uma grande disrupção no mercado no pós-Covid-19 em sua visão?
Setores que se permitiram ser mais abertos à inovação, já que a base desse novo momento pós-Covid-19 será trabalhar online, com a inteligência artificial, computação em nuvem, dispositivos móveis e tecnologias exponenciais. Estas tecnologias afetam drasticamente os fatores básicos de produção, transformando os modelos de negócio e redefinindo setores inteiros. Já vemos grandes mudanças no setor de educação, entretenimento, financeiro e varejo, mercados esses focados no presencial e que tiverem que se adaptar mediante a pandemia. E vai ter ainda mais transformação. O importante é estar sensível a como o consumidor espera ter contato com as empresas e adaptar rápido o negócio a esse novo mercado.
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