O músico Alex Cohen tem 15 anos como profissional. Aos seis anos, ganhou do pai a sua primeira guitarra. Sem mostrar muito interesse guardou o instrumento no armário. Algum tempo depois, começou a se interessar por música e tirou do armário a sua tão amada guitarra. O seu primeiro CD e DVD, intitulado “Alex Cohen – Ao Vivo”, foi gravado em 2003, já contratado pela Universal Music. Em junho passado, o artista lançou um DVD onde a música “Reluz”, sucesso do cantor e compositor Marcos Sabino na década de 80, é o grande carro-chefe. O cantor foi o escolhido para cantar especialmente para o papa Francisco no último dia 24 de julho no Hospital São Francisco de Assis da Providência de Deus, antigo Hospital da Ordem Terceira da Penitência, no bairro da Tijuca no Rio de Janeiro. “Acho que a cada álbum, me sinto mais maduro, confesso. Essa concepção foi dada pelo meu produtor e diretor Max Pierre, que selecionou comigo canções consagradas dos anos 80, onde fui totalmente influenciado no início da minha carreira, como: “Perigo”, “Muito Estranho”, “Reluz”, “Espelhos D´Água”, “Seu Melhor Amigo”, “Só Você”, “Sonífera Ilha” etc. (…) O público é o que importa sempre no final de tudo. Acho que o mercado atual tem através da internet e da TV a cabo, dado mais oportunidade pra quem está iniciando uma carreira. O fato de ser esquecido depende de como a carreira é conduzida, isso depende e tem que ser avaliado caso a caso”, afirma o compositor.
Em uma de suas entrevistas você disse que na carreira artística, a perseverança faz toda a diferença. Como enxerga o mercado fonográfico atual onde o imediatismo comanda?
O público é o que importa sempre no final de tudo. Acho que o mercado atual tem através da internet e da TV a cabo, dado mais oportunidade pra quem está iniciando uma carreira. O fato de ser esquecido depende de como a carreira é conduzida, isso depende e tem que ser avaliado caso a caso.
Assim como para outros cantores, o bar foi a sua grande escola. Hoje acredita que os cantores têm “sofrido” menos, já chegando mais deslumbrados pelo sucesso?
Acho que o bar realmente é uma grande escola pra qualquer artista. Dá uma base bastante sólida para se criar uma identidade, pra saber como lidar com as diversas situações que acontecem em cena. O bar me deu toda a bagagem que tenho hoje, pois cheguei a cantar 8 horas em uma noite, fora os pedidos nos guardanapos [Risos].
Muitos críticos afirmam que a MPB é um círculo fechado onde de popular não existe nada. Como vê essa declaração sendo um músico de MPB?
As pessoas precisam rotular, esse é assim, esse é assado, mas hoje em dia, consideram MPB a elite e o popular o que a crítica considera brega. Hoje no momento eu toco em rádios de MPB, por isso sou elite, que chique né? [Risos]
Parece que sua mãe foi a sua grande incentivadora. Quando ela disse: “pegue o seu violão e vá a luta!”, isso lhe encorajou mais, ou acredita que mesmo sem esse apoio teria forças para chegar onde chegou?
Acho que não. O apoio da família pra mim é vital! Cheguei a terminar um namoro porque minha mãe disse pra cair fora [Risos], sou muito família, mas jamais fui mimado, fui muito amado. Meu pai também é importante demais, porque foi ele que me ensinou a tocar e cantar.
Nesse intervalo de tempo entre a primeira apresentação em um bar até chegar em casas como o Canecão no Rio de Janeiro, existiu algum momento em especial que você disse: “será que a minha vez não vai chegar?”.
Sempre fui muito positivo, mas às vezes dava medo porque viver de música é muito difícil, você não sabe o dia de amanhã, tudo é muito imponderável, mas sempre tive fé.
Você tem uma grande facilidade de “passear” por ritmos diversos indo do rock ao sertanejo com extrema facilidade. Um artista hoje para ser bem-sucedido, deve ter essa visão ou acredita que isso faz parte do seu modo de ver e seguir os melhores caminhos para a sua música?
Na verdade essa é uma marca minha, isso é o que as pessoas falam ao meu respeito. Eu adoro ser eclético, mas nada me dá maior prazer do que ver o público cantando uma canção minha.
Como foi a concepção do DVD ‘Reluz’, considerado o maior grau de maturidade alcançado pelo seu trabalho?
Acho que a cada álbum, me sinto mais maduro, confesso. Essa concepção foi dada pelo meu produtor e diretor Max Pierre, que selecionou comigo canções consagradas dos anos 80, onde fui totalmente influenciado no início da minha carreira, como: “Perigo”, “Muito Estranho”, “Reluz”, “Espelhos D´Água”, “Seu Melhor Amigo”, “Só Você”, “Sonífera Ilha” etc. No meio disso, 3 canções inéditas que marcam uma nova forma de compor, mas madura na minha opinião, evidente na canção “Taí”.
Por que você acredita que sua canção “Essência do Prazer”, gravada por Chitãozinho & Xororó e que também foi incluída no seu DVD, mexe com tanta gente?
Porque muita gente se identifica com ela, inclusive soube de uma história de um preso que confessou o crime depois de ter ouvido essa canção. Ele matou o amante da esposa e uma promotora me contou que quando ele ouviu “Essência”, foi um choque!
Qual o peso de ter um trabalho dirigido por um diretor e produtor artístico importante como Max Pierre?
Peso pesado por vários motivos. Sua experiência, tudo que realizou como produtor e como diretor da gravadora Universal Music, onde participou de tantos álbuns de sucesso, as horas incontáveis comigo em casa ou no estúdio, ensaiando, mixando, concebendo, conceituando meu trabalho, além de uma pessoa super agradável e amiga, uma honra.
Você gosta do cenário atual da música brasileira?
Gosto sim, temos hoje uma gama de estilos que mostram que nossa música é muito rica, mas no meu estilo pop romântico ou até mais romântico, não vejo muita novidade, adoraria ver novos cantores românticos brasileiros surgindo no nosso cenário musical.
Sabemos que é um grande fã do cantor e compositor Roberto Carlos. Ele é a sua maior referência? E se for, em quais aspectos ele influenciou o seu trabalho?
Em vários aspectos. Adoro sua forma natural e simples de interpretar, a forma como explica a canção. Ele valoriza o timbre, sem mudar sua característica. Sabe o que quer, conduz sua carreira de forma tão perfeita que consegue se manter depois de tantos anos. Gosto da forma que compõe, falando da natureza de Deus e confesso que cantando Roberto, conquistei algumas mulheres, ele me ajudou até nessa área! [Risos.]
Quando entrevistamos Erasmo Carlos, o músico disse em tom de desabafo, que o jabá oficializado domina os espaços e que sem essa prática, a qualidade da música seria premiada no mainstream. Como enxerga essa declaração do “Tremendão?”.
Tenho que comer muito arroz com feijão! Quem sou eu pra discordar do “Tremendão”, se ele falou, tá falado.
O que Alex Cohen ainda falta conquistar?
Falta bastante coisa, porque cada novo álbum é um recomeço! Falta ter meu primeiro disco de ouro, o primeiro chegou perto, falta ter uma canção própria totalmente consagrada do grande público, aliás, meu sonho é saber que uma criação minha ficou imortalizada, mas acho que estou no caminho porque considero que essas últimas canções que compus tem grande chance para isso.
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