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Bruna Allemann auxilia investidores brasileiros

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Bruna Allemann é economista e atua há dez anos trabalhando com investimentos de alta renda e empresários de vários setores, de importação ao agronegócio. Indica oportunidades de redução de pagamento de impostos através de operações financeiras incentivadas, reduzindo custos financeiros e fluxo de caixa de agricultores para captação de recursos, por meio de crédito mais eficiente e barato, através das épocas de safras e colheitas. Atualmente, auxilia investidores brasileiros a internacionalizar suas empresas, imigrar através de investimentos e reduzir custos e impostos para sucessão patrimonial. Também é diretora de investimentos e capital Markets para a América do Sul de uma grande empresa de investimentos e real estate americana (Lightstone Group). “Empreender no Brasil dizemos que é para os fortes, mas a internacionalização exige se adequar as regras de ambos os países. Uma boa assessoria é fundamental neste processo. Vejo inúmeras empresas que vão para os EUA, por exemplo, e não conseguem se manter devido à má estruturação fiscal e não entender como funciona o pagamento de impostos e abatimento dos mesmos no Brasil. Um segundo ponto, e não menos importante, é a falta de conhecimento do mercado consumidor ou clientes para prestação de serviços. Entender quais serão os obstáculos, a cultura, adequar seu serviço ou produto e um excelente Business Plan são primordiais”, afirma.

Bruna, quais os principais obstáculos para a internacionalização das empresas brasileiras?

Poderia até dizer que são muitos, mas vou elencar os principais que tenho observado nos últimos processos que participei. Os primeiros pontos são as questões legais e tributárias. Empreender no Brasil dizemos que é para os fortes, mas a internacionalização exige se adequar as regras de ambos os países. Uma boa assessoria é fundamental neste processo. Vejo inúmeras empresas que vão para os EUA, por exemplo, e não conseguem se manter devido à má estruturação fiscal e não entender como funciona o pagamento de impostos e abatimento dos mesmos no Brasil. Um segundo ponto, e não menos importante, é a falta de conhecimento do mercado consumidor ou clientes para prestação de serviços. Entender quais serão os obstáculos, a cultura, adequar seu serviço ou produto e um excelente Business Plan são primordiais.

Parece simples não? E é mesmo, sendo bem assessorado não tem erro. Problema: há um custo e os serviços no exterior (caso alguém trabalhe com conversão, o que por norma é errado – não tem como mensurar o valor de um serviço no exterior no valor da sua moeda) são às vezes mais elevados. Muitas vezes o empresário prefere economizar e aí que iniciamos um ciclo de erros e perdas.

O que esses empresários devem fazer para superar esses obstáculos?

Contrate uma consultoria especializada, um bom advogado de Direito Internacional e faça, em todas as hipóteses, mesmo que seja apenas imigração, um excelente Business Plan. Não economize em informações e esteja preparado, com plano A, B e C. Entenda os impostos, estruture sua empresa da melhor forma e que muitas vezes, já exige um planejamento sucessório.

Não economize no futuro do seu negócio. Coloque como custo de investimento!

Algo mudou durante essa pandemia?

Sim, muitas coisas. A grande maioria dos brasileiros que tentaram de alguma forma empreender, internacionalizar ou imigrar para os Estados Unidos, por exemplo, tiveram que voltar para o Brasil. Infelizmente alguns negócios não sobreviveram devido dois fatos: não ter caixa o suficiente para se manter longos meses parado e segundo, não expandiu seu negócio para o americano. Posso quase te afirmar que 80% desses casos, brasileiros que mudaram e não se preocuparam em vender seu produto ou serviço para o cidadão local, apenas a comunidade brasileira. Facilidade da língua, conhecimento de mercado e fácil adaptação.

Se adaptar e encarar a nova realidade, o seu público independente da nacionalidade e estudar muito para se abrir para o mercado desconhecido, foi a maior mudança que esses empresários tiveram para sobreviver e se manterem constantes, independentemente de qualquer crise.

O que esperar para esse cenário no pós-Covid?

Posso te dizer que até esta reposta está um pouco instável. O Brasil tem um histórico de, apesar de ser um dos países emergentes chave, demorar muito para se recuperar na crise. Ao contrário de países europeus e da América do Norte. Porém, estamos vivendo uma instabilidade tão grande e ainda não sabendo o que está por vir. Só consigo te afirmar que, o empresário, seja no Brasil ou nos Estados Unidos, Europa, que aprendeu a importância da educação financeira da sua empresa, a importância de não estar alavancado e nunca depender de um único serviço ou produto (pesando sua renda principal), não deve durar muitos anos (ou mesmo nem chegou até aqui – 6 meses de pandemia).

Quais exigências são necessárias para a abertura de empresas nos EUA?

O processo não é difícil, como aqui no Brasil. Não se demora muito, é necessário ter um contador, entre outros aspectos. Penso que dentro do processo o mais complicado de conseguir tomar conta sozinho são as licenças necessárias para seu negócio. Nos Estados Unidos existem inúmeras regras, seguros, licenças indispensáveis para sua atuação e podem dar cadeia caso seja pego sem a autorização para seu produto ou serviço. Portanto, verificar o nicho que está entrando e sua regulamentação é muito necessário antes de mais nada!

Essas exigências são bem diferentes em outros países fora dos EUA?

Varia bastante sim! A grande maioria dos países da Europa ainda seguem a mesma linha dos EUA, documentação brasileira aceita, alguns documentos não precisam ser juramentados e nem todos exigem tantas licenças. Mas se seguirmos para a linha de países mais protecionistas (como no Oriente Médio e Ásia), o empresário pode ter muitas dificuldades tanto de abertura de empresa, quanto de atuação.

Quais são as principais dicas para a dolarização de um patrimônio?

Diversificar não é precificar. A primeira dica que dou: não tente valorizar o seu investimento em dólar de acordo com a cotação do dia. Se partirmos deste pensamento, pode pular fora. Neste caso o cliente deverá esperar até o dia que o dólar chegar no preço que ele quer. Se organize, faça aportes regulares e trabalhe o conceito de dólar médio. Vá expatriando seu patrimônio gradualmente e utilize a variação cambial a seu favor. Quando vemos uma ligeira queda aportamos mais, quando vemos uma ligeira alta aportamos menos… Mas sempre aportando.

O mesmo digo com a oportunidade de investimento. Você não precisa ser especialista, só precisa ser bem informado e entender qual a melhor hora de investir na bolsa, em fundos ou mesmo em imóveis. Pesquise o investimento que quer fazer e faça aportes regulares, sempre.

E quais os principais benefícios dessa dolarização?

Podemos fazer uma lista extensa? Mas nem preciso. Vou te dar um benefício e provavelmente, o mais importante. O risco econômico/político brasileiro. Investir apenas na nossa moeda não nos torna mais ou menos patriota, deixemos isso de lado. Mas estar exposto 100%, independente do investimento, no Brasil é estar 100% exposto ao mesmo risco.

A dolarização serve exatamente para isso, como uma proteção do risco-país além de ser a moeda mais forte do mundo e por consequência, muito menos volátil em relação à perda de valor. Pode ter certeza que os 100 dólares de hoje você compra praticamente as mesmas coisas que os 100 dólares de 10 anos atrás. Um pouco diferente com o real brasileiro.

Quais as diferenças da dolarização em remessa única e da dolarização gradual?

A variação cambial. Se você investir uma única vez você terá um custo x do dólar e provavelmente vai esperar uma valorização que pode não chegar. Na dolarização gradual você consegue trabalhar essa valorização e quando o dólar estiver mais baixo fazer um aporte maior e com dólar mais alto, aportes menores. Tendo um custo de variação médio. Isso afeta, mas nem tanto. Pois, o conceito de dolarizar é independente da cotação comercial. O importante é a força e não volatilidade da moeda.

E quais são os riscos de cada operação?

Na verdade, o risco não está na dolarização em si, mas sim no que você está investindo (o produto: sejam ações, ETFs, fundos ou imóveis)

A dolarização de patrimônio investindo em imóveis é uma boa estratégia?

Pode ser sim, depende do custo de oportunidade, região e um certo conhecimento do mercado local. Nos anos que se passaram as casas de temporada na Flórida foram uma febre de vendas. Com promessas de 8% ao ano de rentabilidade os investidores estão hoje assumindo custos e mais custos, além do financiamento e dólar alto. Portanto, como qualquer outo investimento, exige estudo. E lembrando que imóveis não são investimentos líquidos. Se precisar vender rápido você pode perder tudo que obteve de renda.


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