Uma nova tendência chamada “Embedded Finance”, ou “Finanças Embarcadas”, consiste basicamente em bancos que nascem dentro de uma empresa não financeira com objetivo de apoiar o negócio. Os projetos podem focar em diferentes elos da cadeia de valor, como em lojas do varejo, empresas de entregas, entre outros. No caso do Grupo Real, distribuidor atacadista de peças e acessórios automotivos, a ideia é atender fornecedores, clientes e seus funcionários por meio do PERbank, banco digital criado há pouco mais de um ano. “O setor de autopeças é ainda muito carente de crédito. É um mercado muito padronizado e vimos a oportunidade de nos diferenciarmos por meio dos serviços financeiros. O setor de autopeças é ainda muito carente de crédito”, explica Ricardo Eguchi, CEO e cofundador do PERbank. Atualmente, o Grupo Real tem mais de 25 mil clientes e trabalha com três frentes de serviços: de meios de pagamento (Pix e adquirência), crédito (para empresas e seus funcionários) e fidelização, com um programa de “cashback” de empresas para empresas. “Então, já tínhamos uma base sólida de informação sobre o mercado. E temos bons pagadores com a empresa que talvez não sejam tão bons com o mercado. Isso é valioso porque conseguimos dar crédito de forma mais eficiente”, acrescenta o executivo e grande especialista no assunto.
Ricardo, para quem desconhece o termo, poderia falar o que é o Embedded Finance?
Gostaria de começar com a tradução do termo Embedded Finance como Serviços Financeiros Incorporados, que nada mais é que poder prover soluções financeiras ao portfólio de empresas. Foi assim que o PERbank tem ajuda o Grupo Real para disponibilizar serviços financeiros personalizados e muito mais direcionados para as necessidades dos seus clientes.
Por que você acredita que muitos consideram essa tecnologia como um fenômeno?
Essa tecnologia tem auxiliado na revolução e transformação do mercado financeiro, as fintechs têm surgido pensando muito mais na experiência do cliente e com soluções inovadoras e personalizadas. Os bancos tradicionais não conseguem ter essa agilidade em função do tamanho e pasteurização dos seus processos.
Quais os grandes diferenciais dessa tecnologia?
O principal diferencial dessa tecnologia é a integração via API (Application Programming Interface), através delas a possibilidade de poder utilizar as estruturas bancárias o chamado Banking As A Service em um formato mais colaborativo, assim há um ganho de escala e velocidade na criação de serviços financeiros integrados e sendo desenvolvidos via terceiros/parceiros.
O futuro das finanças é ter tudo conectado?
Sem dúvida, estamos num processo de transformação deste segmento se pararmos para pensar que há 2 anos não existia o Pix e hoje já são mais de 70 milhões de transações dia. Aprendemos rápido a ter isso integrado em nosso cotidiano, assim como os aplicativos em nossos celulares. No PERbank acreditamos que pessoas e empresas busquem uma maneira integrada, conectada, simples e segura de ver suas finanças e de uma forma proativa.
Como se encontra essa tecnologia em outras partes do mundo?
Este é um movimento global, uma recente pesquisa da Juniper Research mostrou que o mercado de Embedded Finance excederá os US$138 bilhões até 2026, sendo que 2021 foi de US$43 bilhões.
Negócios podem ser alavancados com o Embedded Finance?
Os negócios já estão sendo alavancados, por exemplo, o PERbank até o momento já viabilizou para os clientes e parceiros do Grupo Real mais de R$200mi em crédito, isso pode ser traduzido em melhores possibilidade de parcerias com seus clientes, através de maior poder de compra é um programa de fidelização com o cashback.
A relação entre empresas e consumidores ficará mais assertiva?
Talvez o termo não seja mais assertivo, mas talvez colaborativo e uma relação de ganha-ganha, através de serviços diferenciados. O PERbank já é um banco 100% digital e queremos ter essa entrega de valor para os nossos clientes com soluções financeiras na palma da sua mão.
De certo modo, setores como o de automóveis já faziam isso quando ofereciam seguros com a venda dos carros. Existem diferenças dessa prática com o que é de fato o Embedded Finance?
Posso dizer que é isso “turbinado”, pois, no passado para oferecer esse tipo de soluções somente sendo um banco tradicional e burocrático, hoje com essa tecnologia além de mais prático e ágil, temos a possibilidade de entregar mais soluções personalizadas para nossos clientes. Que podem ser seguros, meios de pagamento como as maquinhas, ofertas de crédito personalizadas e até um programa de fidelização para seus clientes.
O setor de varejo deve ser o grande beneficiado com essa tecnologia?
O setor de varejo é o que sente mais rápido essa transformação, pois, está na ponta e sente esses benefícios mais rápidos, porém, essa tecnologia vai além e pode agregar valor na relação comercial no B2B. O Open Finance veio para transformar também a maneira de visualizar riscos dos clientes e, ao mesmo tempo, poder oferecer mais crédito, já que os próximos anos serão de muitas mudanças.
Quais oportunidades serão trazidas com o Embedded Finance?
Através desta tecnologia foi possível a criação das fintechs e a possibilidade de ofertas de serviços mais personalizados, além de trazer novas soluções ao mercado associados à mudança do Banco Central com o Pix e o Open Finance.
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