Numa tarde quente e abafada em Santiago, a segunda maior cidade de Cuba, centenas de cidadãos saíram às ruas em um protesto espontâneo. Munidos de coragem e determinação, suas vozes ecoaram pelas ruas estreitas dos bairros operários. “Luz e comida!” clamavam em uníssono, expressando suas frustrações diante das constantes interrupções no fornecimento de eletricidade. Os apagões, que chegam a perdurar por doze horas diárias, não apenas privam a população de conforto básico, mas também destroem os alimentos armazenados em geladeiras e freezers.
Além disso, o esquema de racionamento de alimentos, destinado a garantir a distribuição equitativa de itens essenciais como pão e leite, tem sido alvo de críticas generalizadas. Muitas vezes, esses recursos vitais não chegam às mãos daqueles que deles mais necessitam. A escassez e a fome tornaram-se uma realidade cotidiana para muitas famílias cubanas, lançando uma sombra de desespero sobre o país.
É importante ressaltar que nenhum grupo ou organização da oposição cubana reivindicou a autoria desses protestos. As demandas dos manifestantes limitavam-se às questões básicas de sobrevivência e qualidade de vida. No entanto, as autoridades cubanas responderam rapidamente, atribuindo os distúrbios a “terroristas radicados nos EUA” e alegando uma agenda externa para desestabilizar o país.
Apesar das promessas de diálogo e atenção às necessidades do povo cubano, um ano após os protestos iniciais, a crise persiste. A disposição das autoridades em escutar as reclamações e explicar as medidas para melhorar a situação não foi suficiente para aplacar as crescentes insatisfações da população.
É notável que, durante as manifestações, os cidadãos se mantiveram pacíficos. Ao se dirigirem à sede do Partido Comunista Cubano em Santiago, buscavam ser ouvidos e compreendidos. Lideranças locais tentaram acalmar os ânimos, e em pouco tempo, a energia elétrica foi restaurada e a venda de alimentos retomada.
Autoridades locais, como Beatriz Johnson Urrutia, defenderam a atuação do governo, atribuindo as dificuldades enfrentadas à escassez de combustível e às limitações das centrais termoelétricas. Responsabilizaram também o “bloqueio genocida” dos EUA e a suposta ingerência de sua embaixada em Havana pela crise interna cubana.
Diante da persistência da crise econômica e social em Cuba, surge a questão crucial: estaria o país à beira de uma segunda revolução? Os protestos em Santiago e em outras partes da ilha refletem a profunda insatisfação de uma população que enfrenta dificuldades crescentes. Enquanto o governo cubano busca atribuir a culpa a fatores externos, a realidade dentro do país clama por mudanças significativas e urgentes.
A fome em Cuba não é apenas uma questão de escassez de alimentos, mas sim um sintoma de problemas estruturais mais amplos. A resposta do governo às demandas populares determinará o futuro da ilha e a possibilidade de uma segunda revolução iminente.
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