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Instituto Ronald McDonald contra o câncer

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É com grande satisfação que o portal Panorama Mercantil traz uma entrevista exclusiva com Bianca Provedel, CEO do Instituto Ronald McDonald. Bianca compartilhará sua trajetória inspiradora e como chegou à liderança da organização. Iniciando como assistente de comunicação em 2005, Bianca percorreu um longo caminho até se tornar CEO, demonstrando dedicação e paixão pela causa. Sua história é marcada por um compromisso incansável com a promoção da saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias na luta contra o câncer. Nossa conversa abordará a grande importância do Instituto Ronald McDonald para as famílias afetadas pelo câncer infantojuvenil, os desafios enfrentados por mães e mulheres durante o tratamento de seus filhos e como a experiência de ser mãe influencia sua liderança. Exploraremos os projetos e iniciativas da instituição que impactam positivamente as famílias e o tratamento do câncer infantojuvenil, assim como a relevância do diagnóstico precoce e o papel do Instituto nesse aspecto. Destacaremos as conquistas do Instituto até o momento e seus objetivos futuros, bem como sua participação na rede beneficente global e como isso contribui para avanços no tratamento no Brasil. Por fim, abordaremos os desafios de ampliar o impacto do Instituto e a necessidade de conscientizar a sociedade sobre o câncer infantojuvenil.

Bianca, que experiências e aprendizados a levaram a se tornar a CEO do Instituto Ronald McDonald?

Cheguei ao Instituto Ronald McDonald em 2005, na posição de assistente de comunicação, com a missão de construir o primeiro site da organização. Desde então, passei por diversos setores até conquistar a posição de CEO dessa instituição que há mais de 24 anos atua para promover saúde e bem-estar de crianças, jovens e suas famílias na luta contra o câncer. Sou carioca, mãe, jornalista e psicóloga, e completamente apaixonada por relações humanas, aprendizados e transformações. Por ser uma otimista incurável, acredito que verdadeiramente podemos transformar nosso país e o mundo.

Qual é a importância do Instituto Ronald McDonald para as famílias brasileiras afetadas pelo câncer infantojuvenil?

O Instituto Ronald McDonald é o maior investidor social privado em oncologia pediátrica no Brasil desenvolvendo programas que possibilitam o diagnóstico precoce, encaminhamento adequado e atendimento integral e de qualidade para os jovens pacientes e seus familiares. Isso tudo faz com que o Instituto impacte positivamente a vida de milhares de famílias, contribuindo para a saúde, qualidade de vida e no aumento das chances de cura do câncer infantojuvenil no Brasil.

Por que você acredita que ser mãe a ajuda a compreender as dificuldades que as famílias enfrentam durante o tratamento do câncer de seus filhos?

Creio que ser mulher e mãe me ajudam a entender melhor os desafios que as mães e mulheres que acompanham seus pequenos passam e a ter empatia para me colocar no lugar delas. Busco perceber como podemos tornar esse momento menos doloroso e como podemos acolher, apoiar e ajudá-las a ressignificar essa jornada, e se empoderar diante do processo.

Quais são os principais desafios que as mães e mulheres enfrentam ao acompanhar seus filhos durante o tratamento do câncer infantojuvenil?

Além do medo de perder um filho, que é imensurável, essas mulheres, muitas vezes, abandonam suas famílias, amigos, empregos, elas largam absolutamente tudo, saem da zona de conforto para enfrentar com unhas e dentes o câncer de um filho. Aqui no Instituto buscamos auxiliá-las para que se sintam acolhidas, respeitadas e vistas. Pois, muitas se sentem invisíveis dentro da própria dor, por isso temos projetos e ações no antes, no durante e após o tratamento. Precisamos olhar sempre para essas famílias sejam acolhidas e reinseridas na sociedade.

Como você busca tornar esse momento menos doloroso para as famílias e ajudá-las a ressignificar sua jornada?

Busco conhecer a história, auxiliar no que conseguimos e ajudar a enfrentar o momento. Uma das minhas missões é apoiá-las para poderem encontrar forças e motivos para sorrir, mesmo diante da dor.

Quais são os projetos e iniciativas do Instituto Ronald McDonald que têm tido um impacto significativo na vida das famílias e no tratamento do câncer infantojuvenil?

O Instituto Ronald McDonald atua para proporcionar a melhor jornada para as famílias antes, durante e após o tratamento oncológico. Para atingir esse objetivo, o Instituto trabalha promovendo a melhoria do atendimento e tratamento; a hospedagem, alimentação e transporte para famílias que residem longe dos hospitais; espaços adequados dentro dos hospitais para tornar menos desgastantes o tratamento; a capacitação de profissionais e estudantes de saúde e profissionais da educação básica sobre os sinais e sintomas do câncer em crianças e jovens com câncer, além da disseminação de conhecimento sobre a causa. No momento, temos 4 programas coordenados no Brasil: Diagnóstico Precoce, Programa de Atenção Integral, Programa Casa Ronald McDonald e Espaço da Família Ronald McDonald.

Por que é tão importante aumentar o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil e como o Instituto está trabalhando nesse sentido?

Capacitamos profissionais e estudantes da área de saúde e profissionais da educação básica para a identificação de sinais e sintomas do câncer infantojuvenil e o encaminhamento para o diagnóstico. Ao todo, o Instituto já capacitou mais de 32 mil profissionais e estudantes sobre os sinais e sintomas da doença, que hoje é a principal causa de morte por doença no país, na faixa etária de 1 a 19 anos. Nós, no Instituto Ronald McDonald, temos como missão aumentar as chances de cura do câncer infantojuvenil aos mesmos patamares dos países com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que podem chegar a 80% de chances. Atualmente, no Brasil, a média é de 64%, segundo o Inca. Por isso buscamos conscientizar a população com o Programa Diagnóstico Precoce do Câncer Infantojuvenil, que já capacitou mais de 32 mil profissionais e estudantes da área de saúde e sensibilizou profissionais da educação básica sobre os sinais e sintomas da doença em crianças e adolescentes como auxílio para o aumento das chances de cura. O impacto do Programa Diagnóstico Precoce é enorme, para você ter ideia em números, nesses últimos 15 anos, são 32.059 Profissionais capacitados, mais de 9 milhões de Crianças e adolescentes (0 a 19 anos) impactados indiretamente, 128 Projetos executados, 281 Municípios envolvidos, e quase 9 milhões de reais investidos pelo Instituto Ronald McDonald.

Quais são as principais conquistas do Instituto Ronald McDonald até o momento e quais são os próximos objetivos a serem alcançados?

São muitas as conquistas e sabemos que ainda vamos conquistar muito mais. o mundo, 90% dos principais hospitais infantis têm pelo menos um programa nosso. São 379 Casas Ronald McDonald, 266 Espaços da Família Ronald McDonald e mais de 1,4 milhão de hospedagens. São mais de 378 milhões de reais investidos em oncologia pediátrica do país, mais de 3 milhões de crianças e jovens impactados diretamente, cerca de 10 milhões de crianças e adolescentes impactados indiretamente, 1749 projetos beneficiados, 108 instituições apoiadas, 22 estados e mais o Distrito Federal contemplados, 5 regiões e 72 municípios. Quando iniciamos, não havia política pública de atenção integral a oncologia pediátrica, a criança era atendida como adulto, hoje temos oncologistas especializados no público infantojuvenil e tudo isso é conquista do trabalho do Instituto Ronald McDonald.

Ainda em 1988, crianças e adolescentes com câncer eram tratados igual aos adultos diagnosticados com a doença. E o Instituto Ronald McDonald, desde sua fundação, tem investido na criação de espaços separados para o tratamento e casas de apoio especializadas no público infantojuvenil. Para participar dos projetos do Instituto e receber benefícios por meio do McDia Feliz, os hospitais naquela época precisavam apresentar projetos que tivessem pelo menos um profissional de oncologia pediátrica. Hoje, as portarias do Ministério da Saúde determinam que a criança seja tratada em alas específicas e por uma equipe multiprofissional de oncologia pediátrica. Contamos ainda com a coordenação de programas como: Casa Ronald McDonald, voltado gratuitamente para a hospedagem, transporte e alimentação dos pacientes; e o Programa Espaço da Família Ronald McDonald, que torna menos desgastante o dia a dia das famílias durante o tratamento; além de Atenção Integral e Diagnóstico Precoce, com ações específicas de combate ao câncer infantojuvenil.

Como a participação do Instituto na rede beneficente global tem contribuído para o avanço das soluções e inovações no tratamento do câncer infantojuvenil no Brasil?

Fazer parte de uma rede global, que tem sede em Chicago, nos Estados Unidos, nos permite conhecer culturas, trazer soluções, novas tecnologia, além do acesso a polos de inovação e celeiros de conhecimento para agregar potencial e escalabilidade de soluções para o Brasil. Hoje temos a oportunidade de exportarmos alguns modelos adotados no Brasil para outros cenários semelhantes como é o caso do México e Peru. Mas também aprendemos como outros países solucionam desafios comuns que atravessamos aqui e experimentamos novas possibilidades.

Quais são os principais desafios enfrentados pelo Instituto Ronald McDonald para ampliar seu impacto e alcançar mais famílias em todo o país?

O Instituto trabalha com doações e parcerias, o nosso maior desafio é buscar novos parceiros. Empresas, empresários, pessoas que queiram ajudar o próximo. Quanto mais investimento tivermos, maior o nosso alcance e o nosso impacto.

Por que é tão importante que a sociedade esteja alerta e consciente sobre o câncer infantojuvenil e como podemos promover uma maior conscientização sobre essa doença?

Precisamos falar sobre o câncer. Sabemos que já existe o medo, a insegurança… mas falar sobre o câncer, conscientiza e orienta. Assim, o diagnóstico pode ser feito de forma precoce e com isso, as chances de cura aumentam muito. O médico precisa olhar com atenção quando a criança entra em seu consultório, é preciso fazer exames ao menor sinal ou sintoma. Temos a certeza de que, se não fosse pelo trabalho do Instituto junto as instituições de todo o Brasil, não teríamos conseguido atingir o aumento das chances de cura e certamente teríamos um tratamento com qualidade muito inferior, aumentando uma quantidade de morte de crianças pela doença.


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