Duilia de Mello nasceu em Jundiaí e cresceu no RJ. Começou a se interessar por Astronomia quando ainda era criança, no final da década de 1970. Diante desse entusiasmo, começou o curso de Astronomia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e logo após, fez mestrado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em São José dos Campos. Depois, concluiu doutorado na Universidade de São Paulo (USP), pós-doutorado no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, no Chile, e no Observatório Nacional, no Rio de Janeiro. Também passou pelo Space Telescope Science Institute, nos Estados Unidos, e foi professora assistente no Observatório de Onsala, na Suécia. Atualmente, é pesquisadora associada da NASA, Goddard Space Flight Center, e professora da Universidade Católica da América (CUA, na sigla em inglês), em Washington nos Estados Unidos. A cientista foi responsável pelo descobrimento da Supernova SN 1997D. Esta descoberta se deu no Chile, no dia 14 de janeiro do ano de 1997. Além disso, também participou da descoberta das Bolhas Azuis, conhecidas como “orfanatos de estrelas” por darem origem a estrelas fora das galáxias. Fala português, inglês, espanhol e um pouco de sueco. “Sabemos exatamente onde estamos no Universo. Conseguimos nos posicionar dentro da nossa galáxia e conseguimos posicionar a nossa galáxia no Universo”, afirma.
Como se deu o seu interesse pela astronomia?
Gostava de astronomia desde criança. Era curiosa e queria saber mais sobre o Universo.
O ser humano tem a dimensão do Universo em que ele está inserido ou em sua visão ele nunca terá essa perspectiva de modo geral?
Sim, tem. Sabemos exatamente onde estamos no Universo. Conseguimos nos posicionar dentro da nossa galáxia e conseguimos posicionar a nossa galáxia no Universo. O problema é que as distâncias são muito longas e quando olhamos para objetos muito distantes estamos vendo o passado. Isto deixa as pessoas um pouco confusas.
Qual o maior estímulo que o Universo traz para o seu trabalho?
Acho muito gratificante conseguir entender como o Universo funciona e também tentar entender a evolução do Universo.
Você já falou sobre passar para o público leigo um pouco da ciência de uma forma simples. Em que momento teve esse chamado para que isso ocorresse de uma forma cada vez mais gradual seja em vídeos ou em palestras?
O papel do cientista também inclui passar a ciência adiante e justificar o investimento que fazemos na ciência. Eu gosto muito do contato com o público e me esforço para manter uma linguagem simples para que todos entendam.
Em que momento a NASA apareceu em sua carreira?
Eu fiz pós-doutorado no Instituto do telescópio espacial Hubble. Era uma época em que o Brasil não estava investindo em ciências e decidi tentar a carreira fora. Eu havia conhecido cientistas do Hubble quando fui a congressos no exterior e entrei em contato com eles para saber se estavam contratando.
É possível sentir que uma descoberta científica terá um impacto na vida das pessoas no momento em que essa descoberta torna-se patente?
A descoberta científica nem sempre tem um momento de “eureka”. Muitas vezes a descoberta é gradual e só com o tempo se percebe a significância da descoberta.
Acredita que isso ocorreu com a Supernova SN 1997D?
No caso de uma Supernova a descoberta é um pouco diferente porque realmente quem descobre, vê o fenômeno. Mas precisa ter certeza que mais ninguém observou antes. Até isto ser confirmado fica o suspense.
Quando acredita que a compreensão do Universo se torna filosófica?
Isto é algo bem pessoal. Tem pessoas que não chegam a filosofar sobre o Universo e simplesmente se satisfazem com os fatos científicos. Mas é comum entrar na filosofia porque temos muitas áreas de fronteira onde não sabemos as respostas dos grandes enigmas.
A ciência sempre mostra que praticamente não sabemos de nada do mundo que nos cerca. Essa sensação também é recorrente para uma cientista renomada como é o seu caso?
Não neste nível. Sabemos muito sobre o mundo ao nosso redor, mas temos também muitas perguntas.
Em algum momento de sua existência, o dilema entre religião e ciência lhe tirou o sono?
Em nenhum momento. Mas claro que o tema é muito interessante, porém não vejo como um dilema. Acho que os dois se complementam.
Qual a importância da descoberta de novos planetas para o nosso Universo?
Sempre tivemos a curiosidade em saber se estamos sozinhos no Universo. Sempre que descobrimos mais planetas mais curiosos ficamos.
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