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Os desafios da Samba Tech de Gustavo Caetano

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Criada em 2004 pelo jovem e respeitado empreendedor mineiro Gustavo Caetano, a Samba Tech é líder em gestão e distribuição de vídeos online e uma das empresas mais inovadoras da América Latina segundo a FastCompany. Já para a Forbes, é uma das dez startups para se observar na América Latina. Através do Samba Vídeos, sua plataforma de Vídeos Online, ela oferece tecnologia para gerenciamento, distribuição, monetização e mensuração do consumo de vídeos. Trabalhando com soluções para TV na internet, Ensino à Distância, Treinamento Corporativo e Transmissão ao Vivo, a Samba Tech contribui para democratizar o acesso aos vídeos e pulverizar a mensagem na internet. “Criamos uma plataforma para que as agências mandem os comerciais digitais direto para as emissoras de TV. Hoje, todos os comerciais das empresas grandes passam pela gente. Usamos a estratégia dos pinos de boliche: focamos em um setor e resolvemos o problema de todas as empresas”, diz. Neste ano, o empresário foi eleito pelo site Business Insider o “Mark Zuckerberg” brasileiro, devido a sua trajetória inovadora e empreendedora no mercado em que atua. “Acredito que o fato de ter me tornado um empreendedor reconhecido no Brasil e exterior, não me fez perder a minha essência. Sou um cara comum. Quem me vê trabalhando lá na Samba nem imagina que sou o CEO. No começo eu fazia de tudo e ficava o dia todo na empresa.”

Gustavo, qual a qualidade do garoto de Araguari que não se perdeu no empreendedor reconhecido no Brasil e no exterior?

Acredito que o fato de ter me tornado um empreendedor reconhecido no Brasil e exterior, não me fez perder a minha essência. Sou um cara comum. Quem me vê trabalhando lá na Samba nem imagina que sou o CEO. No começo eu fazia de tudo e ficava o dia todo na empresa. Hoje, saio de lá às 18 horas, pois, quero ver meu filho acordado quando chegar em casa. Quando estou brincando com ele, o celular fica bem longe. Gerenciar o tempo é fundamental.

Como você enxerga o momento atual do empreendedorismo em nosso país, sobretudo nos empreendimentos digitais?

Para mim que comecei minha jornada empreendedora em 2004 é visível a mudança do mercado em vários sentidos: fomento do empreendedorismo, maturidade das empresas, aquecimento do mercado, empresas que já nasceram mundiais, porque não, apoio – ainda que muito tímido – do Governo. Nunca antes tivemos tantas startups de sucesso e tanto dinheiro dos fundos de investimento gringo no Brasil… Apesar da crise, o momento é excelente para empreender, cabe aos empreendedores e startups torná-lo um padrão e não mais uma bolha de mercado.

Quais os fundamentos você acredita serem primordiais para um empreendimento alcançar a excelência completa?

Acredito que primeiro você precisa construir alicerces para o seu negócio. A união e o pensamento alinhado de quem conduz o negócio faz a diferença. As áreas aqui na Samba caminham bem porque a direção oferece um bom clima de trabalho. É importante que haja um fluxo de informação, pois, sem comunicação não há ideia, projeto ou inovação. Por aqui, ser transparente é a nossa filosofia, mantemos as nossas metas em um quadro na parede. É importante que grandes empresas e empreendedores adotem métodos e processos na condução do negócio, pois, isso ajuda a melhorar a produtividade. Ouvir o que a equipe tem a dizer é fundamental, independente da função. As boas ideias, não escolhem endereço.

Acredita que o assunto empreendedorismo de certa forma está glamourizado na mídia nacional?

A vida de um empreendedor não é fácil. São muitos momentos difíceis, mudanças de rota constantes e grandes desafios. Mas pode ter certeza, vale muito a pena. Acredito que a imagem glamourizada do empreendedorismo está sendo desfeita aos poucos e transformada naquilo que ela realmente é: um movimento de pessoas com muito talento e, principalmente, foco e força de vontade para criar negócios disruptivos e mudar o mundo.

O modelo de gestão da Samba é muito conhecido por sua diferenciação em visão, valores e missão, sendo que isso se deve principalmente pelo seu jeito de enxergar o mundo dos negócios. Poderia falar mais sobre isso?

Acredito que o modelo de gestão da Samba já começa pelo ambiente de trabalho descontraído. Desde o começo nosso escritório é super aberto, não temos salas, não tem sala de presidente, de diretoria, nenhuma parede que faça com que tenha alguma barreira entre uma pessoa e outra. Usamos uma regra aqui dentro que me faz feliz e acho que faz com que as pessoas se sintam muito bem que é: “dê poder as pessoas”.

É uma regra do Exército americano, dê poder às pontas, treine as pessoas para tomarem decisões e elas vão ser muito mais felizes. Fazemos exatamente isso, damos poder de decisão do estagiário ao diretor, todo mundo tem poder dentro das suas alçadas. É um negócio que a gente leva muito a sério essa cultura de descentralizar o poder, isso me deixa muito mais tranquilo.

Tudo não tem que necessariamente passar por mim para ser aprovado, me dá possibilidade de pensar em coisas futuras, visão, estratégia e faz com que as pessoas que trabalhem aqui sejam muito mais felizes. Costumo sempre dar alguns conselhos, como, por exemplo: o empreendedor precisa ter um sonho e motivar a equipe a abraçá-lo. Planejar cada passo e calcular onde pretende estar nos próximos anos é essencial para que seu negócio decole. Pense grande, só assim é possível crescer e fazer a diferença.

Em algumas entrevistas, você disse que uma empresa deve ser simples e resolver um problema real. Dizem que a simplicidade é o ponto alto da sofisticação de qualquer coisa. Como chegar nesse ponto alto de sofisticação e entregar essa simplicidade com essa resolução de problemas aos clientes?

Procuro evitar comportamento de manada e tento trilhar caminhos que outros ainda não fizeram. A Samba Tech trabalha com uma estratégia que gosto de chamar de “pinos de boliche”, focando em um nicho e buscando entender e solucionar um problema real dos grandes players desse mercado. As relações de negócio com esses líderes são fundamentais para desenvolver tecnologias cada vez mais inovadoras. Em resumo, o que quero dizer é: Não tente abraçar o mundo, mantenha-se focado e conquiste um nicho de mercado para depois, buscar novas possibilidades.

Como ser uma empresa diferenciada, valorizada e, ao mesmo tempo, inovadora?

É um orgulho enorme ver que, hoje, o negócio que criei anos atrás é reconhecido no mundo como uma empresa diferenciada e, ao mesmo tempo, inovadora. Para mim que sou empreendedor, ver aquele sonho se tornar realidade e ter o reconhecimento mundial é sensacional. A Samba Tech já foi eleita por diversas vezes como uma das empresas mais inovadoras do mundo, uma das dez startups para se observar na América Latina pela Forbes. Todo esse reconhecimento me dá orgulho e a certeza de que trilhei, com a equipe, o caminho certo.

Um detalhe dito sobre os empreendedores e que você falou em alguns momentos, é sobre os erros cometidos ao longo da jornada. Por que você acredita que em nossa sociedade e no mundo dos negócios em muitos casos, o erro é visto como fracasso e não como uma tentativa de se fazer melhor aquilo que não deu certo ou até mesmo se reinventar?

Acredito que a maioria das pessoas pensa dessa forma, se errei é porque fracassei. Na verdade, se você parar para pensar, no processo de inovação os erros são inevitáveis. Na Samba Tech, por exemplo, as pessoas não têm medo de errar. Procuro sempre dizer que se você tem uma ideia ou modelo de negócio novo, você tem que colocar ele em prática o mais rápido possível para testá-lo no mercado e falhar quanto antes, pois, toda experiência serve para validar suas ideias, na prática e ajudar a melhorar o produto sem gastar muito. A internet oferece diversas informações e ferramentas que possibilitam inovar e experimentar novos negócios com possibilidade de crescimento acelerado.

Durante minha carreira, participei de um curso de inovação em uma base de pesquisa da NASA no Vale do Silício, nos EUA, e pude ver o desenvolvimento de tecnologias pioneiras aliadas ao lema “faster, better and cheaper” (mais rápido, melhor e mais barato). A tecnologia tem que resolver problemas, ser utilizável. Quanto mais simples for, mais escalável.

Como se encontra hoje a holding Samba Group?

O Samba Group foi criado para centralizar as empresas que nasciam. Dessa forma, é possível transferir know how, compartilhar esforços e crescer junto. Hoje, tanto a Samba Tech quanto a Samba Ads encontram-se bem e com crescimento muito acelerado. Ambas estão focadas em levar soluções inovadoras para o mercado de vídeos online.

Em sua visão, uma empresa que não pensa em mobile está fadada a desaparecer do mercado em quanto tempo?

A definição Mobile First já é uma realidade. Esse deve ser o pensamento de toda empresa que trabalha com tecnologia, pois, o comportamento das pessoas está direcionada para os dispositivos móveis. O que posso dizer é que as empresas que não se adequarem a essa nossa realidade terão grande dificuldade para sobreviver.

Como foi a sua reação quando a Business Insider disse que era o “Mark Zuckerberg” do Brasil?

São anos neste mercado vendo a evolução de diversas empresas, mas absolutamente focado em tornar a Samba Tech na maior e melhor plataforma de distribuição de vídeos. Destrinchamos novos segmentos, abrimos novas frentes de negócios e essa listagem da Business Insider me deixa orgulhoso, feliz e lisonjeado.


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