Raphael Masi foi um adolescente apaixonado por skate e anda um pouco até os dias de hoje. Pelas ruas de São Paulo, mais precisamente no centro da cidade, se encontrava para andar com os amigos. O local, berço do graffiti despertou no jovem o interesse pelo movimento da arte urbana. “Vendo aquelas referências nos muros e nos prédios, me fez iniciar um processo de desenho nos cadernos. Chegava em casa e queria recriar aquilo de alguma forma”, relembra Masi. A partir dali, Raphael começou a personalizar tudo que era seu: paredes do quarto, o próprio skate, as roupas. A intenção era que as pessoas vissem que ele havia feito aquilo. A personalização passou a chamar atenção de amigos e conhecidos que o indicaram para trabalhos em collabs com marcas da cena Street Wear Brasileira e fotógrafos também em ascensão. Assim, lançou sua primeira coleção. Do trabalho com as marcas para as telas. Masi criou uma identidade própria com texturas abstratas e sobreposições geométricas singulares para elaboração de cada peça. Em meio aos pedidos de encomenda que não paravam de chegar, um telefonema rendeu um convite muito especial. O jovem foi convidado a expor sua obra na Casa Expo – Oscar Freire e foi um sucesso. Atualmente, as obras de Raphael Masi estão em cartaz no salão do Hotel Hilton em São Paulo e o jovem artista não esconde a empolgação pelos elogios e espaços que desejam apresentar o seu trabalho.
Raphael, como você se definiria como artista?
Um pesquisador moderno eu diria, assim como minha técnica minhas composições levam uma influência minimalista futurista, onde crio para o espectador a dúvida do que ele realmente vê.
Como as observações do que acontece externamente interferem em seus trabalhos?
Diretamente, nas minhas peças levam muito do geométrico, e para quem nasceu e cresceu em São Paulo, uma metrópole repleta de prédios e construções lineares, a referência urbana está na sua janela.
E as suas reflexões interiores?
Me conecto muito com meus pensamentos quando estou no ateliê, como uma meditação para mim. Não preciso necessariamente estar criando, mas estar conectado com o que crio.
Qual foi o principal insight para o seu interesse pelo movimento de arte urbana?
Veio jovem, ingênuo onde só queria desenhar em cadernos e paredes, como se precisasse deixar uma marca por ter passado por ali, para que as pessoas começassem a me identificar através daquele traço.
Quais são as suas grandes influências?
Com certeza Pollock e Kandinsky, suas filosofias eram incríveis!
Como essas influências lhe deram o norte para o que realiza atualmente?
A encontrar uma conexão com meu eu poético. Não era um aluno estudioso na época do colégio, mas acredito que a partir do momento que descobrimos uma razão pela qual acreditamos que somos capazes, começamos a nos alimentar de conteúdo sobre o assunto, estudar as principais informações daquilo que buscamos seguir.
Qual o papel da criatividade como o seu alicerce artístico?
Toda criança nasce um artista, criativo de maneira ingênua, com seu mundo de fantasias e desenhos figurados. A criatividade é alinhada em manter esse exercício com sua vontade de criar. Hoje sei que tenho momentos e insights criativos, e às vezes bloqueios e impasses. Compreendi que nem sempre precisamos estar dispostos a ser criativos de fato, mas aprender a buscar referências e estudar segmentos que te tirem do eixo, exercita sua mente a desenvolver uma boa ideia.
Quando acredita que encontrou a sua identidade?
Ainda não acredito que encontrei. A arte é uma constante evolução. Talvez haja uma identificação entre os trabalhos, mas a busca por novas técnicas e materialidades sempre vai existir na minha produção.
Houveram dúvidas, dores e indagações até encontrar essa quase identidade?
Naturalmente todo artista começa se baseando em criações que absorveu ao longo da vida. Você aprende a inserir aquela referência da sua maneira. Tive momentos que não acreditava no processo até ver o resultado, como também já teve muitos recomeços e descartes das criações.
Como foi ver as suas obras em cartaz no Hotel Hilton?
Foi muito satisfatório. Apresentar um pouco do que venho pesquisando para novos públicos sempre é uma honra pra mim. Agradeço o convite da Academia Brasileira de Artes (ABRA).
Ser tratado como uma das grandes promessas das artes em nosso país traz mais satisfação ou responsabilidade?
Com o contexto dessa pergunta julgo que responsabilidade (risos). Mas com certeza sigo estudando e pesquisando novas maneiras de apresentar o que acredito ser meu objetivo criativo.
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