Uma pesquisa recente conduzida pela Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) aponta que a agenda ESG (Ambiental, Social e Governança) se tornará uma das tendências mais impactantes para as empresas em 2024, destacada por 51% dos 694 empresários entrevistados. Essa crescente importância do ESG é confirmada pelo relatório anual “Um Mundo em Equilíbrio” (A World in Balance 2023) da Capgemini, que revela que 57% dos executivos estão atualmente redesenhando seus modelos de negócio para torná-los mais sustentáveis, representando um aumento significativo em relação aos 37% registrados em 2022. Nesse contexto, é evidente que o setor empresarial está cada vez mais voltado para a implementação de ações ESG, enxergando esse tema como uma força transformadora para o futuro dos negócios. Diversos empresários e executivos compartilham suas perspectivas sobre as principais tendências de ESG para o ano de 2024.
Carolina Braz Pimentel, CEO da Geração Social e apoiadora do ESG Land, destaca que uma das principais tendências para 2024 será a divulgação de relatórios de sustentabilidade. Ela enfatiza a importância de seguir padrões como o Global Reporting Initiative (GRI) e o International Sustainability Standards Board (ISSB), que, a partir de 2024, serão facultativos e se tornarão obrigatórios para as companhias abertas a partir de 2026. Essa mudança visa garantir maior robustez e orientação na elaboração desses relatórios, promovendo assim a transparência e a comunicação eficaz por parte das empresas.
Guibson Trindade, gerente executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial, ressalta que as questões de Diversidade, Equidade e Inclusão (D&EI) não são mais opcionais, mas decisórias. Ele destaca que empresas que priorizam essas questões estão se preparando para atender a um mercado corporativo cada vez mais exigente em termos de pluralidade. Trindade afirma que a ênfase nas métricas e avaliações de resultados reais nessas áreas é crucial, e que, a médio prazo, parte das ações se tornará políticas públicas, refletindo uma transição profunda nos comportamentos e na cultura organizacional.
Natália Paiva, diretora-executiva do Movimento pela Equidade Racial (Mover), destaca a necessidade de ir além das simples declarações de intenções. Ela enfatiza que não se trata apenas de promover o acesso a vagas de trabalho, mas sim de fornecer ferramentas para impulsionar carreiras negras. Paiva destaca a importância de uma mudança na cultura corporativa, acompanhada de capacitação e oportunidades, como elemento fundamental para a justiça social e um impacto positivo no cenário socioeconômico.
Marina Vaz, CEO da Scooto, projeta a tendência de conexão sustentável para 2024. Ela argumenta que essa abordagem vai além da simples satisfação do cliente, destacando-se pela humanização nas relações com públicos atendidos e profissionais. Vaz destaca que personalizar cada interação com empatia fortalece os laços entre as partes envolvidas, evidenciando o compromisso da empresa em integrar valores ESG em seu modelo de negócios, como resposta às crescentes demandas por ações sustentáveis.
Elisangela Almeida, cofundadora do Conselheira 101, prevê um aumento substancial no investimento de impacto em 2024. A convergência entre o ISSB e o TCFD cria um padrão unificado de reporting ESG, simplificando a prestação de contas corporativa em sustentabilidade. Almeida destaca que os investidores estão buscando gerar impactos sociais e ambientais mensuráveis, juntamente com retornos financeiros, marcando uma evolução significativa nos padrões de divulgação ESG.
Ricardo Sales, fundador e CEO da Mais Diversidade, aponta que 2024 será crucial para as pautas de diversidade, inclusão e ESG. Ele destaca a importância da cadeia de valor e da due diligence como apostas importantes para empresas e governos comprometidos com mudanças efetivas, distinguindo entre aqueles genuinamente interessados em transformações e aqueles buscando ganhos superficiais de imagem.
Rodrigo Faustino, Cofundador e Vice-Presidente da Ebony English, destaca o papel fundamental da tecnologia na sustentabilidade empresarial. Ele argumenta que, em tempos de Inteligência Artificial, a tecnologia não apenas melhora a qualidade de vida e produtividade, mas também trata de questões ambientais. Faustino enfatiza a necessidade de considerar o lixo tecnológico e destaca que novos produtos e sistemas devem ser analisados sob essa perspectiva, reforçando a importância da responsabilidade tecnológica no contexto ESG.
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