Mulheres ocupam apenas 19% dos cargos nas cortes superiores
A população feminina brasileira, de acordo com o Censo 2022, é de 108,7 milhões de habitantes, tendo o Brasil ocupado o 94º lugar no Índice Global de Diferença de Gênero, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, com um marcador de 0,696. O índice é medido entre 0 e 1 e, quanto mais próximo de 1, mais igualitário é o país.
A desigualdade de gênero também é refletida no Judiciário brasileiro. Em toda a história republicana do Supremo Tribunal Federal (STF), instalado em 1891, apenas 3 mulheres ocuparam o cargo de ministras, em um total de 169 juízes. Tal assimetria também é identificada nos Tribunais de Justiça estaduais: com base no levantamento do veículo jurídico Migalhas, constatou-se que houve crescimento de apenas 1% no número de desembargadoras em três anos.
“A falta de representação feminina em espaços de poder tem relação direta com a desigualdade no mercado de trabalho, a violência de gênero e os papéis de gênero impostos desde cedo para as mulheres”, pontua Marcela Carvalho Bocayuva, advogada, sócia-fundadora do escritório Bocayuva & Advogados Associados e coordenadora da Escola Nacional da Magistratura.
De acordo com o relatório, atualmente, as mulheres ocupam 19% das cortes superiores, representando minoria na magistratura. Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que 56,6% dos servidores do Poder Judiciário são mulheres, mas, quanto mais alto o cargo, mais baixo o percentual de ocupação feminina. Para o cargo de juiz substituto, o percentual feminino chega a 42,8%, ao passo que a porcentagem de juízas titulares é de 36,6%. Já entre os desembargadores, apenas 21,5% são mulheres.
“Entre as causas dessa falta de equidade está a dificuldade para as mulheres participarem de concursos de promoção, especialmente quando envolve critérios de merecimento”, afirma Bocayuva, abordando as estruturas patriarcais que dificultam o acesso das mulheres a cargos mais altos. “Avanços atingidos só foram possíveis porque trouxemos à tona o problema da desigualdade”, complementa.
Para combater a desigualdade de gênero no Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) instituiu a Política Nacional de Incentivo à Participação Feminina no Poder Judiciário em 2018. A resolução propõe diretrizes e mecanismos que orientam órgãos judiciais no incentivo à participação de mulheres em cargos de chefia e assessoramento, em bancas de concurso e como expositoras em eventos institucionais.
Posteriormente, em 2021, o CNJ emitiu a Recomendação CNJ nº 85, que pede que os tribunais observem a composição equiparada em vagas preenchidas por indicação. No segundo semestre deste ano, a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, deixa a corte e a indicação de seu substituto gera expectativas na luta do combate à desigualdade de gênero no Poder Judiciário brasileiro.
Para Bocayuva, a representação feminina em locais de poder é imprescindível para que os tribunais consigam refletir a realidade do povo brasileiro. “Uma Corte diversa e que acompanhe a interseccionalidade da sociedade é capaz de produzir decisões mais justas e equitativas”.
Para saber mais, basta acessar: A disparidade de gênero no Poder Judiciário: por que não mais mulheres? | Exame; (27) Marcela Bocayuva | LinkedIn
Última atualização da matéria foi há 2 anos
Zenstox: é fiável ou uma fraude na Internet?
janeiro 20, 2025Brasil busca incentivar aviação regional
janeiro 14, 2025Expatriados europeus lideram chegada ao país
dezembro 29, 2024Apostas ultrapassam investimentos em popularidade nas classes B e C
dezembro 23, 2024Previsões da IBM para a IA generativa 2025
dezembro 15, 2024Black Friday: publicidade como vantagem
novembro 24, 2024Prosegur alcançou os 165 mil colaboradores
novembro 4, 2024U-All Solutions integra IA ao seu WhatsApp
outubro 24, 2024Dubai combina luxo, segurança e investimento
outubro 18, 2024Yandex Ads traz alta conversão garantida
outubro 13, 2024Família Koga lidera crescimento da Sumirê
outubro 3, 2024Shopping Eldorado celebra os seus 43 anos
setembro 11, 2024Fundada em 2012 por um grupo de empreendedores, a agência de notícias corporativas Dino foi criada com a missão de democratizar a distribuição de conteúdo informativo e de credibilidade nos maiores portais do Brasil. Em 2021, foi considerado uma das melhores empresas para se trabalhar.
Facebook Comments